Já sendo colocado em prática, o pacote econômico anunciado pelo governo de Michel Temer deverá impulsionar o Brasil que em breve será a nova China em direitos trabalhistas.
No seu conjunto, as medidas visam enfrentar a atual crise com uma brutal perdas de direitos dos trabalhadores e das camadas médias da sociedade para elevar os lucros dos capitalistas. A alta burguesia, que orquestrou o golpe e manipulou os "jornalistas", ficará com o bônus; já a ampla maioria da população entrará com o ônus.
O pacote de maldades é tão perverso que até setores das elites já temem uma explosão de revoltas nos próximos meses. Só a velha luta de classes, que alguns pragmáticos imaginavam ter acabado, pode atrapalhar a ambição dos golpistas.
Entre outras maldades, o pacote prevê a criação de um teto para os investimentos na educação, saúde, previdência e seguridade social. A medida fere a própria Constituição Federal, que fixou regras para a destinação de recursos públicos a estes serviços essenciais ao bem-estar da população.
O objetivo do retrocesso é eliminar as atuais vinculações obrigatórias de gastos. Caso a crueldade de Temer já estivesse valendo no país, os gastos de 2015 com estas áreas vitais para a sociedade teriam sido de R$ 600,7 bilhões, cerca de metade do R$ 1,16 trilhão contabilizado no período. Os resultados, evidentes, seriam mais filas nos hospitais, menos estudantes nas salas de aula e outras tragédias sociais.
Na entrevista em que anunciou o pacote, Michel Temer argumentou que "as despesas do setor público estão em trajetória insustentável". Daí a urgência da maldade!
Atuando como capacho dos banqueiros nada falou sobre os gastos exorbitantes com juros da dívida pública, que enriquecem o 1% dos ricaços que vive da especulação financeira. A "austeridade fiscal", tão em moda na Europa devastada, atingiria somente os assalariados e camadas médias da sociedade.
Além da fixação do teto para os gastos na saúde e na educação, o "presidente interino" reafirmou que pretende fazer uma "profunda" reforma da Previdência Social. Em várias entrevistas, o seu desbocado ministro antecipou que o objetivo seria impor a idade mínima de 65 para a aposentadoria - inclusive para quem já está prestes a se aposentar.
Como a iniciativa é explosiva, com efeitos devastadores na própria sustentação do governo e nas eleições, o setor mais "político" do Planalto evita tratar do tema. Segundo uma nota da Folha, "o governo já tranquilizou a sua tropa de choque no Congresso: só apresentou a reforma da Previdência depois das eleições municipais de 2016".
Já foi aprovado a proposta que prevê extinguir os direitos fixados na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) - como férias, 13º salário, adicionais, entre outras conquistas históricas. A proposta derrotada de FHC, que previa a prevalência do negociado sobre o legislado.
A chamada "desindexação do salário mínimo" já havia sido antecipada por Henrique Meirelles num convescote com "investidores" em Nova York, segundo revelou a revista Época
Além destas medidas descaradamente antipopulares,Temer também anunciou várias ações contra o Estado nacional. "O presidente destacou que apoiará projeto aprovado pelo Senado que altera as regras de exploração de petróleo do pré-sal, retirando da Petrobras a exclusividade das atividades e acabando com a obrigação da estatal a participar com pelo menos 30% dos investimentos em todos os consórcios de exploração da camada. O projeto, de autoria do senador tucano José Serra, passou pelo Senado e será avaliado pela Câmara Federal", descreveu. A mídia festejou ainda a decisão de utilizar os recursos do Fundo Soberano, de acelerar o processo de privatização das estatais e de descapitalizar o BNDES.
A apresentação do pacote de maldades alegrou o "mercado", que exigia medidas duras e imediatas dos seus serviçais no assalto ao Palácio do Planalto. Ela também foi festejada pelos banqueiros, que já tenta embelezar a sinistra figura de Michel Temer. O entusiasmo dele, porém, é contido. Eles temem que o pacote de maldades gere forte desgaste para o governo e incentive a ampliação dos protestos de rua. À questão democrática se juntaria a defesa dos direitos ameaçados.
Há temores, inclusive, de que uma massiva onda de protestos reverta os votos. Tudo indica que o país viverá momentos de forte tensão social, Os efeitos deste incêndio são imprevisíveis!
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