O cavalo possui três andaduras naturais que são o passo, o trote e o galope, cada uma delas pode ser subdividida em vários tipos, conforme a ação e a intenção do cavaleiro ao trabalhar o cavalo existem quatro tipos de passo, três tipos de trote e três de galope. Outros tipos de andaduras e movimentos são ensinados pelo homem e por isso não são considerados naturais.
Fig. 01 – Cavalo ao passo. |
Em resumo o passo é uma andadura simétrica, rolada ou marchada, pouco basculada, a 4 tempos, na qual os membros se elevam e pousam sempre na mesma ordem, fazendo-se ouvir 4 batidas distintas, cada batida corresponde a uma base tripedal. Um passo completo compreende 2 bases diagonais, 2 bases laterais e 4 bases tripedais conforme mostrado na figura 01.
- Passo de trabalho: Ideal para iniciar o trabalho do animal. O cavalo alonga o pescoço e, se traçarmos uma linha reta horizontal, as narinas ficam na mesma altura das ancas. As marcas dos posteriores no chão ultrapassam um pouco a marca dos anteriores. Nesse passo, os cavalos fazem 100 m/min ou 6 km/h, com o menor dispêndio de energia.
- Passo alongado - O cavalo amplia ao máximo suas passadas, alonga e abaixa um pouco seu pescoço, ficando com as narinas abaixo da linha horizontal das ancas. Os posteriores ultrapassam bem a marca dos anteriores.
- Passo reunido - O cavalo engaja os posteriores, levanta e arredonda o pescoço, ficando com as narinas acima da linha das ancas. O passo tem mais cadência, cobrindo menos terreno, com velocidade inferior à do passo de trabalho, pois os posteriores não atingem a marca dos anteriores. É o passo no qual o cavalo fica mais na mão do cavaleiro.
- Passo livre - É o passo de repouso realizado com rédeas soltas, pois assim o cavalo alonga e abaixa o pescoço à vontade, facilitando o seu movimento. É o passo ideal para finalizar o trabalho, propiciando um relaxamento físico e mental para os animais.
Fig. 02 – Cavalo ao trote. |
O trote é uma andadura simétrica , fixada, a 2 tempos, na qual os membros de cada bípede diagonal se elevam e pousam simultaneamente, separados por um tempo de suspensão entre o pousar de cada diagonal conforme mostrado na figura 02.
- Trote de trabalho - É a andadura que se utiliza na maior parte do trabalho do animal. O cavalo alonga o pescoço, mantendo suave contato com a mão do cavaleiro. Seu chanfro deve se manter inclinado para frente, adiante da vertical, e as narinas na mesma altura das ancas. As passadas são de comprimento, altura e tempo de suspensão médios, uniformes e equilibradas, com o cavalo movimentando-se para frente energicamente, atingindo aproximadamente 200 m/min ou 12 km/h.
- Trote alongado - É o trote no qual o cavalo alonga ao máximo as passadas e o tempo de suspensão, mas mantendo o ritmo, equilíbrio e a elasticidade. O cavalo alonga o pescoço sendo a nuca o ponto mais alto, o chanfro inclinado para frente e as narinas abaixo da horizontal das ancas. Só deve ser feito em curtas distâncias, pois o cavalo pode perder o engajamento e inclinar seu corpo para a frente, pesando nas mãos do cavaleiro.
- Trote reunido - É uma andadura para uma equitação mais avançada, que requer um assento profundo do cavaleiro de trás para frente e forte ação das pernas, mantendo as rédeas mais tensas. O cavalo engaja os posteriores, o pescoço se eleva e arredonda e a fronte fica sempre inclinada para frente, com as narinas acima da horizontal das ancas. As passadas são executadas com grande impulsão e elasticidade sendo, porém, mais curtas e mais altas que no trote de trabalho e executadas com grande leveza na embocadura. O chanfro do cavalo não deve nunca ficar para trás da vertical, pois ultrapassando esse limite, por pouco que seja, o cavalo estará encapotado, o que é muito prejudicial para seu dorso e lombo.
Fig. 03 – Cavalo ao galope. |
Cada uma das andaduras pode sofrer a intervenção do cavaleiro ampliando ou reunindo (diminuindo) as passadas de acordo com o trabalho que deseja realizar. O galope é uma andadura assimétrica , saltada, muito basculada e a 3 tempos.
- Galope de trabalho - É o galope de velocidade média, usado para iniciar o trabalho. O cavalo se movimenta livremente, com o corpo na horizontal, o chanfro inclinado para frente da vertical, as narinas aproximadamente na altura das ancas. A velocidade média do galope de trabalho é de 250 m/min ou 15 km/h.
- Galope alongado - Para se obter esse galope o cavaleiro ativa a impulsão do animal com forte pressão das pernas. O pescoço alonga-se sem abaixar-se muito, mantendo o chanfro inclinado para frente com as narinas um pouco abaixo da linha horizontal das ancas. O cavalo atinge o máximo de amplitude e suspensão em suas passadas. O cavaleiro deve manter contato suave com a embocadura e inclinar mais o corpo na posição esportiva quanto maior for a velocidade, mantendo o equilíbrio do conjunto. A velocidade média é de 300 m/mim ou 18 km/h.
- Galope reunido - Essa andadura só deve ser feita com cavalos de alto grau de adestramento, bem musculados e flexibilizados pois, caso contrário, podem ficar muito pesados na mão, tensos e nervosos. Para obter o galope reunido, o cavaleiro ativa a impulsão com o peso do assento e maior pressão das pernas. Ao mesmo tempo, com flexão dos cotovelos e abrindo e fechando os dedos, o cavaleiro tensiona as rédeas. O pescoço do cavalo se eleva com a nuca no ponto mais alto e o chanfro inclinado para frente com as narinas acima da horizontal das ancas. As passadas são mais curtas e enérgicas com velocidade media de 200 m/min ou 12 km/h.
O Manual Equitação da Federação Paulista de Hipismo está disponível em: 22_01_01 Manual Equitação da Federação Paulista de Hipismo.
Fonte: Manual da Equitação de Ênio Monte.
© 2023: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/05/2023
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