A Guerra dos Manaus aconteceu entre 1723 e 1728 e caracteriza-se por ser mais uma entre as várias guerras entre os portugueses e os indígenas que ali habitavam.
O século XVI é conhecido também pela famosa busca do El Dorado, a cidade de ouro. Vieram pessoas de toda a partes do país explorarem as terras do rio Negro em busca de algum rastro dessa lenda e conforme iam encontrando com os nativos da região iam deixando somente duas alternativas impostas para estes: ou se mudavam ou eram capturados.
Nesta região existia uma tribo, conhecida como Manaos e o seu líder era o lendário Ajuricaba. O líder indígena já tinha uma certa desconfiança e raiva dos portugueses maior do que os problemas que ele via que eles causavam para a sua gente. Tudo porque seu pai Huiuebene foi morto pelos lusitanos, os mesmos que outrora ele tinha um trato. O estopim da sua morte foi um desentendimento.
Sabendo da situação que se encontrava o rio Negro, Ajuricaba aliou-se aos holandeses que se encontravam no Suriname e foi então que começou a luta de resistência contra os invasores. O líder não perdoava os traidores, ia em busca dos índios traidores, capturava e vendia para os holandeses como escravos, o que causava uma grande confusão. Pouco a pouco ele ia conquistando mais terras e contava também com a ajuda de mais de trinta nações que formavam uma espécie de confederação indígena e mais aliados para a sua luta. Não demorou muito para que os núcleos dos colonos fossem destruídos e eles fossem obrigados procurarem refúgio no Forte da Barra.
Esse poder que Ajuricaba possuía surpreendeu o governador do Grão-Pará e Rio Negro que pediu ajuda para Portugal para que eles enviassem mais tropas para acabar com a tribo. O capitão João Paes de Amaral, veio em auxílio do governador, liderando uma expedição caracterizada como punitiva.
Assim que os jesuítas souberam de toda a situação, correram para o rio Negro a fim de acalmar os ânimos. O padre encarregado, José de Sousa conseguiu alguns acordos com Ajuricaba, como por exemplo a liberação de escravos em troca do pagamento do resgate. Porém, assim que o padre deixou o rio, pensando que tinha conseguido fazer uma boa ação, Ajuricaba retornou os ataques e mesmo recebendo o pagamento do resgate, jamais libertou os presos.
Depois de alguma certa resistência, Ajuricaba foi cercado pela tropa de Paes de Amaral e preso junto com cerca de trezentos a dois mil companheiros. Com a mínima intenção de ser feito prisioneiro, ao ser transportado por canoa para Belém, Ajuricaba jogou-se no rio e nunca mais foi encontrado nem vivo e nem morto.
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