''Execução de Frei Caneca'', quadro de Murillo La Greca. O religioso foi um dos líderes populares morto pela autoridade imperial |
Foi um movimento político contrário à centralização do poder imperial, ocorrido no nordeste. Em 2 de julho, Pernambuco declarou independência. A revolta ampliou-se rapidamente para outras províncias, como Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Reprimidos, em setembro, os revolucionários já estavam derrotados e seus líderes foram condenados ao fuzilamento, forca ou prisão perpétua.
A Confederação do Equador foi uma das muitas revoltas ocorridas no Brasil Imperial. Ocorreu no ano de 1824 na província de Pernambuco como um movimento de resistência ao governo e às medidas do Imperador D. Pedro I. Também tinha, entre seus objetivos, a intenção de separar-se efetivamente do território brasileiro, constituindo nova república.
A raiz da revolta pode ser explicada por vários fatores. Um deles era a clara divisão econômica e espacial de Pernambuco à época. A Província tinha em si um contraste entre um norte que se dedicou à multicultura, principalmente de algodão e açúcar, gerando uma economia diversificada, cidades populosas e economia mais robusta; e um sul monocultor açucareiro, com economia mais simples e numerosas pequenas vilas.
Assim como em todo o resto do Brasil, em Pernambuco crescia a influência do pensamento liberal. Esses ideais encontravam um espaço de divulgação e debate em jornais de duas personalidades da região. O jornal “Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco” de Cipriano Barata (baiano e notável jornalista e defensor das classes baixas) e a publicação “Tífis Pernambuco” de Frei Caneca (Discípulo de Cipriano) inseriam Pernambuco no debate político nacional.
Em 1823, percebe-se o avanço das ideias republicanas liberais como resposta a uma tendência conservadora e autoritária de D. Pedro I, expressas na Constituição promulgada em 1824.
Pernambuco não aceita essa Constituição e Manuel de Carvalho Pais de Andrade, presidente da província, proclama a Confederação do Equador, que unia Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Os idealizadores do novo Estado optam pela adoção da Constituição colombiana. O objetivo central era a criação de um Estado soberano separado do Império, com soberania e autonomia das províncias confederadas.
O Governo central, no Rio de Janeiro, observava com atenção do desenrolar da revolta e preparava desde o começo a repressão. Para esse intento, se utilizaram de uma força militar, organizada e liderada pelo brigadeiro Francisco de Lima e Silva, que chefiava as forças terrestres e o Lord Cochrane, mercenário inglês que estruturou e comandou a ofensiva naval.
Em 1824, forças governistas tomam dos rebeldes os dois maiores centros de resistência, Recife e Olinda. Dois meses depois, a ofensiva toma o Ceará. Os revoltosos são presos e recebem severas punições, sem direito a clemência do Imperador. Frei Caneca foi condenado à forca, mas diante da recusa do carrasco em executar a pena, acaba por ser fuzilado. Muitos outros rebeldes receberam a mesma pena, outros, poucos, fugiram.
O fim da revolta não representa o fim do descontentamento com o Imperador. O Jornal “Aurora Fluminense” de Evaristo Veiga era a voz da oposição, representado por seu líder, Bernardo Pereira de Vasconcelos. Através desse veículo, uma parcela da sociedade fazia a defesa da monarquia constitucional, críticas à autocracia do Imperador e ao favorecimento à aristocracia na distribuição de cargos públicos, uma vez que pregavam a conquista de cargos por mérito.
A Confederação do Equador, portanto, é parte do histórico de movimentos conflituosos de reivindicação social no período imperial do Brasil, semeando as condições para que movimentos futuros pudessem lutar por seus direitos.
A Confederação do Equador foi uma das muitas revoltas ocorridas no Brasil Imperial. Ocorreu no ano de 1824 na província de Pernambuco como um movimento de resistência ao governo e às medidas do Imperador D. Pedro I. Também tinha, entre seus objetivos, a intenção de separar-se efetivamente do território brasileiro, constituindo nova república.
A raiz da revolta pode ser explicada por vários fatores. Um deles era a clara divisão econômica e espacial de Pernambuco à época. A Província tinha em si um contraste entre um norte que se dedicou à multicultura, principalmente de algodão e açúcar, gerando uma economia diversificada, cidades populosas e economia mais robusta; e um sul monocultor açucareiro, com economia mais simples e numerosas pequenas vilas.
Assim como em todo o resto do Brasil, em Pernambuco crescia a influência do pensamento liberal. Esses ideais encontravam um espaço de divulgação e debate em jornais de duas personalidades da região. O jornal “Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco” de Cipriano Barata (baiano e notável jornalista e defensor das classes baixas) e a publicação “Tífis Pernambuco” de Frei Caneca (Discípulo de Cipriano) inseriam Pernambuco no debate político nacional.
Exército Imperial do Brasil ataca as forças confederadas no Recife, 1824. |
Pernambuco não aceita essa Constituição e Manuel de Carvalho Pais de Andrade, presidente da província, proclama a Confederação do Equador, que unia Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Os idealizadores do novo Estado optam pela adoção da Constituição colombiana. O objetivo central era a criação de um Estado soberano separado do Império, com soberania e autonomia das províncias confederadas.
O Governo central, no Rio de Janeiro, observava com atenção do desenrolar da revolta e preparava desde o começo a repressão. Para esse intento, se utilizaram de uma força militar, organizada e liderada pelo brigadeiro Francisco de Lima e Silva, que chefiava as forças terrestres e o Lord Cochrane, mercenário inglês que estruturou e comandou a ofensiva naval.
Em 1824, forças governistas tomam dos rebeldes os dois maiores centros de resistência, Recife e Olinda. Dois meses depois, a ofensiva toma o Ceará. Os revoltosos são presos e recebem severas punições, sem direito a clemência do Imperador. Frei Caneca foi condenado à forca, mas diante da recusa do carrasco em executar a pena, acaba por ser fuzilado. Muitos outros rebeldes receberam a mesma pena, outros, poucos, fugiram.
O fim da revolta não representa o fim do descontentamento com o Imperador. O Jornal “Aurora Fluminense” de Evaristo Veiga era a voz da oposição, representado por seu líder, Bernardo Pereira de Vasconcelos. Através desse veículo, uma parcela da sociedade fazia a defesa da monarquia constitucional, críticas à autocracia do Imperador e ao favorecimento à aristocracia na distribuição de cargos públicos, uma vez que pregavam a conquista de cargos por mérito.
A Confederação do Equador, portanto, é parte do histórico de movimentos conflituosos de reivindicação social no período imperial do Brasil, semeando as condições para que movimentos futuros pudessem lutar por seus direitos.
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