Conjuração Carioca foi uma onda de repressão do governo lusitano aos intelectuais que se reuniam no Rio de Janeiro, com a intenção de formar uma sociedade literária baseada no Iluminismo, fortemente difundido após a Revolução Francesa.
Para a monarquia lusitana, o pensamento iluminista era perigoso porque dava margem à reflexão da sociedade e tinha caráter republicano. Obras de filósofos como Rousseau e Voltaire, por exemplo, eram proibidas de circular pelo território brasileiro por contrariar os interesses monarquistas.
Em 1771, membros da futura sociedade literária formaram a Academia Científica do Rio de Janeiro, de onde se destacava o professor de retórica Manuel Inácio da Silva Alvarenga, graduado pela Universidade de Coimbra.
No ano de 1786, intelectuais como o cirurgião Ildefonso José da Costa Abreu, o professor de grego João Marques Pinto e o próprio Alvarenga criaram a Sociedade Literária para discutir semanalmente temas como a observação do eclipse lunar, as consequências do alcoolismo e a análise da água com base nos ideais disseminados pelos filósofos iluministas franceses.
O vice-rei Conde de Resende (1790-1804), temeroso de que os argumentos políticos e filosóficos destes intelectuais se alastrassem, ordenou, em 1794, o fechamento da Sociedade Literária. Com o pretexto de que eles continuavam se reunindo clandestinamente, mandou processar e prender todos os seus membros, chamando-os de subversivos.
Depois de investigar minuciosamente os móveis de cada membro, Conde de Resende não conseguiu apurar nenhuma prova concreta de que os intelectuais planejavam uma conspiração contra os monarcas.
Sem nenhuma prova que ligasse os literatos à subversão, Conde de Resende mandou libertá-los depois de dois anos de investigação.
Alvarenga teve o direito de lecionar novamente e o doutor Mariano José da Fonseca, que aderiu tempos depois à sociedade, futuramente tornou-se marquês de Maringá e apoiou o movimento de Independência em 1822.
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