domingo, 23 de abril de 2017

Revoltas do Brasil - 1801 - Conspiração dos Suassunas

A chamada Conspiração dos Suassunas, foi um projeto de revolta que se registrou em Olinda, na então Capitania de Pernambuco, no alvorecer do século XIX.
Influenciadas pelas ideias do Iluminismo e pela Revolução Francesa, algumas pessoas, entre as quais Manuel Arruda Câmara — membro da Sociedade Literária do Rio de Janeiro —, fundaram em 1796 a loja maçônica Areópago de Itambé, da qual não participavam europeus.
As mesmas ideias também eram discutidas por padres e alunos do Seminário de Olinda, fundado pelo bispo dom José Joaquim da Cunha Azeredo Coutinho em 16 de fevereiro de 1800. Esta instituição teve, entre os seus membros, o Padre Miguelinho, um dos futuros implicados na Revolução Pernambucana de 1817.
As discussões filosóficas e políticas no Areópago evoluíram para uma conjuração contra o domínio português no Brasil, com o projeto de emancipação de Pernambuco, constituindo-se uma república sob a proteção de Napoleão Bonaparte. Integravam o grupo de conspiradores os irmãos Cavalcanti – Luís Francisco de Paula, José Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque e Francisco de Paula –, o último sendo proprietário do Engenho Suassuna, que daria nome ao movimento.
A 21 de Maio de 1801, um delator informou às autoridades da capitania os planos dos conjurados, o que conduziu à detenção de diversos implicados. Instaurado o processo de devassa, entretanto, vieram a ser absolvidos mais tarde, por falta de provas. O aerópago foi fechado em 1802, reabrindo pouco mais tarde sob o nome de Academia dos Suassunas, com sede no mesmo engenho, palco das reuniões dos antigos conspiradores.
O episódio é pouco conhecido na historiografia em História do Brasil, uma vez que a devassa correu em sigilo à época, devido à elevada posição social dos implicados.
O movimento inscreve-se no contexto de Crise do Antigo Sistema Colonial. Apesar da repressão aos envolvidos, os seus ideais voltaram a reaparecer, anos mais tarde, na Revolução Pernambucana.

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