Ao contrário do que o senso comum poderia supor, a história do Brasil foi marcada por diversas formas de conflitualidade. Neste sentido, nada poderia ser mais falso do que o mito da passividade de nossa população diante de momentos de crise. Dentro do âmbito desta concepção, o período colonial foi marcado por motins, levantes, alvoroços e conjuras, enfim, rebeliões que sacudiram o Brasil entre essa revoltas há as Insurreições indígenas.
A exemplo do que ocorreu na África e na Ásia, na Terra de Santa Cruz a penetração lusitana não aconteceu sem que houvesse uma forte resistência por parte dos nativos. A insistência dos colonos portugueses em escravizar os índios e convertê-los ao cristianismo, estimulou varias insurreições.
Mal a ocupação territorial lusitana do Brasil havia começado, a inicial cordialidade indígena converteu-se em ódio mortal aos invasores que tentavam impor sua cultura, implicando em atos de desmedida violência de parte a parte.
Em varias ocasiões, mesmo massacrados pelos colonos portugueses, quando os indígenas sobreviventes eram reduzidos a “ladrões de casa”, não sendo mais temidos por “haver muitos anos” que não mais “tinham ameaçado com guerra” as populações portuguesas, algumas tribos remanescentes conseguiam se organizar e voltar à luta.
Este foi o caso da confederação dos tamoios (1555-1567), da guerra dos aimorés (1555-1673), do levante dos tupinambás (1617-1621), da confederação dos cariris (1683-1713), da rebelião dos indígenas urbanizados (1713-1715), da guerra dos Manaus (1723-1728), da resistência guaikuru (1725-1744) e da guerra guaranítica (1753-1766); entre tantas outras revoltas de menor destaque contra o homem branco.
Mesmo nestes casos, as insurreições eram contra a restrição da liberdade, contra a escravização, a expropriação da terra, dos campos de caça, ou visavam resistir à imposição do cristianismo ou da cultura européia.
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