A França Antártica foi uma colônia criada pelos franceses, no Rio de Janeiro. Ela existiu de 1555 a 1560, quando o restante dos franceses foram derrotados pelos portugueses.
Em 1554, um francês chamado Nicolas Durand de Villegagnon visitou secretamente a região costeira do Brasil, em Cabo Frio, onde geralmente outros franceses, seus companheiros, praticavam o escambo. Obteve informações com os índios Tamoios a respeito dos portugueses. O seu objetivo era preparar uma futura expedição com o intuito de estabelecer lá uma colônia francesa. O local seria a baía de Guanabara, e o projeto era torná-la uma grande base militar e naval para que a França pudesse estabelecer o controle do comércio com as índias. Nesta visita, estabeleceu boas relações com os índios Tamoios e os Tupinambás, e acabou recolhendo uma boa carga que lhe foi fonte de lucro ao chegar na França. Ao chegar lá, convenceu o Rei a criar uma colônia francesa na costa do Brasil.
No mesmo ano o Rei ordenou a Gaspar de Colighy que organizasse uma expedição secreta ao Brasil, a qual seria comandada por Villegagnon. Este percorreu as prisões do norte da França em busca de tripulantes para ajudá-lo, em troca da liberdade.
Deste modo, em novembro de 1555 uma expedição comandada por Villegagnon chegou à Baía de Guanabara e implantou uma colônia francesa, a França Antártica. Os franceses acabaram por construir um forte na Baía de Guanabara, região ainda não colonizada pelos portugueses, que ficou conhecido como Forte Coligny. O objetivo do forte era garantir a exploração do pau-Brasil, que tinha alto valor no mercado europeu.
Um outro objetivo da colônia era obter território para moradia de protestantes franceses, que estavam sendo perseguidos, por motivos religiosos, na França. Villegagnon escreveu, pois, a João Calvino solicitando o envio de colonos protestantes, o qual atendeu prontamente ao pedido, enviando um grupo liderado por dois pastores: Pierre Richier e Guillaume Chartier. Este grupo chegou à Baía de Guanabara em Março de 1557. Porém, Villegagnon acabou entrando em conflito com os calvinistas sobre uma série de questões teológicas e aos poucos foi-lhes proibindo o culto e as reuniões de oração, acabando por expulsá-los da colônia.
A reação da coroa portuguesa aconteceu em 1559, quando o Governador Geral do Brasil, Mem de Sá, recebeu ordens da coroa portuguesa para que expulsasse os franceses do local. Os portugueses chegaram à Baía de Guanabara e Men de Sá mandou um ultimato aos franceses, o qual não foi atendido, e foi o motivo utilizado para que os portugueses invadisses e dominassem o Forte Coligny. Muitos franceses conseguiram fugir entrando nas matas, e continuaram o comércio com os nativos.
Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá, foi à corte levar notícias da destruição do Forte Coligny, e recebeu da regente D. Catarina da Áustria a missão de fundar uma cidade na região, para ocupar oficialmente o território. Estácio de Sá foi intitulado Capitão-mor e recebeu ordens da coroa de expulsar definitivamente os franceses da região.
No dia 1º de março de 1565, após algumas batalhas contra os franceses, Estácio de Sá desembarca na praia, entre o morro do Pão-de-Açúcar e o morro Cara de Cão, iniciando a construção da atual Fortaleza de São João, e fundando a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
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