domingo, 11 de maio de 2025

René Descartes - Criador da Filosofia Moderna

 Contexto: Imagine como seria ótimo ter um método para nunca cometer erros, isso garante que estamos pensando bem e que as ideias às quais chegamos são corretas e indiscutíveis.
Até então, quase ninguém duvidou da existência de Deus. Nem que a religião era a fonte suprema de toda sabedoria e quem a fazia era julgado. 
A passagem do mundo medieval para o mundo moderno acontece e muitos dos supostos conhecimentos que até então funcionaram bem para proporcionar uma certa sensação de estabilidade começam a ser questionados.

Do medieval ao moderno:
  1. O ser humano não é mais visto como o fim supremo da criação divina como sempre foi para o cristianismo. 
  2. A terra deixa de ser considerada o centro imóvel de um universo fechado e finito graças a personagens como Copérnico e Galileu. 
  3. O enfraquecimento da Igreja Cristã. 
  4. Europeus "descobrem" áreas da terra que não tinham ideia que existiam: América.
René Descartes
René Descartes (La Haye en Touraine, 31 de março de 1596 – Estocolmo, 11 de fevereiro de 1650) foi um filósofo, físico e matemático francês.
No início ele se treinou com os jesuítas, lendo Aristóteles, Agostinho e Tomás de Aquino, era neste que consistiu a formação filosófica naquela época. Mas ele ficou entediado e decidiu ir lutar nas guerras religiosas. Quando ele retornou, tornou-se famoso como matemático e começou a se dedicar à reflexão filosófica com muito mais liberdade do que antes de partir.
Na Holanda, que era uma espécie de paraíso para pensadores, onde qualquer coisa podia ser publicada sem censura. Ele divulgou suas duas obras mais importantes: "Discurso sobre o método e meditações metafísicas".

Discurso do método: Descartes percebe que falta algo essencial para fundamentar o conhecimento que está emergindo: demonstrar por que ele é conhecimento.
Aquele em que podemos confiar desta vez.
  1. Se o que pensávamos ser verdade antes não era, por que o que pensamos agora seria verdade? 
  2. O conhecimento, em sua totalidade, não é um engano? 
  3. Como posso saber com certeza? 
  4. Como você pode saber algo? 
Descartes começou a procurar o método fazendo uma introspecção e finalmente o encontrou. Se quisermos evitar o erro, segundo o discurso do método, temos que seguir quatro princípios;
  1. Análise ou decomposição: consiste em dividir os problemas em maior quantidade de partes possível e resolvê-las separadamente.
  2. Enumeração ou verificação: ele nos pede para verificar se não esquecemos de nada e se a conclusão a que chegamos é verdadeira.
  3. Síntese ou composição: o que indica é conduzir o pensamento do mais fácil para o mais difícil.
  4. Dúvida ou evidência sistemática: consiste em não aceitar algo como verdadeiro até que seja verificado com evidências claras e distintas o que é realmente verdadeiro
Descartes diz que a verdade tem que aparecer no "
Pensado" como algo claro e distinto. Uma percepção clara é aquela que está presente e se manifesta para uma mente atenta. Uma percepção diferente é aquela que, além de ser clara, é tão precisa e separada de todas as outras que não contém nada além do que é claro.

René Descartes: "Somos seres pensantes, independentemente de estarmos errados ou não".

© Direitos de autor. 2025: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 27/04/2025.

domingo, 4 de maio de 2025

São Tomás de Aquino - A razão e a fé.

 São Tomás de Aquino, considerado o "Príncipe da Escolástica", foi um importante filósofo e padre italiano da Idade Média, intitulado Doutor da Igreja Católica, em 1567.

Biografia
Tomás de Aquino nasceu em 1225, em Aquino, uma comuna italiana, no Castelo de Roccasecca.
Filho do Conde Landulf de Aquino, recebeu uma excelente educação. Estudou na abadia de Roccasecca, no Mosteiro da Ordem de São Bento de Cassino. Mais tarde, ingressou na Universidade de Nápoles, na Cátedra “Artes Liberais”.
Com apenas 19 anos, em 1244, abandona o curso e decide seguir sua vocação religiosa tornando-se dominicano, ao ingressar na Ordem dos Dominicanos, no convento Saint Jacques, em Paris. Permaneceu alguns anos em Paris, cidade importante para seu desenvolvimento espiritual, intelectual e profissional.
Entretanto, foi na cidade de Colônia, na Alemanha, que Aquino escreve suas primeiras obras, sendo discípulo do bispo, filósofo e teólogo alemão Santo Alberto Magno (1206 d.C-1280 d.C.), conhecido como Alberto, o grande.
Mais tarde, em 1252, Tomás de Aquino retorna a Paris onde se gradua em Teologia e segue a carreira de professor. Ministrou aulas em Roma, Nápoles e outras cidades da Itália.
Ficou conhecido como Doutor Angélico, cujo trabalho de vida esteve dedicado a fé, a esperança e a caridade constituindo assim, um pregador cristão da razão e da prudência.
Foi um dos defensores da Escolástica, método dialético que pretendia unir a fé a razão em prol do crescimento humano. Uma de suas maiores obras, Summa Theologica, é o maior exemplo da Escolástica, na qual apresenta relações entre a ciência, razão, filosofia, fé e teologia. Segundo Aquino:
“Nada há no intelecto que antes não tenha passado pelos sentidos.”
São Tomás Faleceu na cidade de Fossanova, Itália, no dia 7 de março de 1274, com 49 anos.

Filosofia de São Tomás de Aquino
Inspirado nas ideias do filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), o trabalho de São Tomás de Aquino esteve pautado no realismo aristotélico, em detrimento dos seguidores de Santo Agostinho, inspirados no idealismo de Platão.
Por isso, Aquino foi um dos pensadores mais destacados desse período, defensor da filosofia escolástica, método cristão e filosófico, pautado na união entre a razão e a fé.
Assim, Tomás de Aquino escreveu inúmeras obras, onde privilegiou a razão e a vontade humana formulando assim, um novo pensamento filosófico cristão.

Obras de São Tomás de Aquino
Tomás de Aquino foi grande estudioso e ávido escritor nas áreas da filosofia, metafísica, física, teologia, ética e política. Algumas de suas obras: Preces; Sermões; Suma Contra os Gentios; Suma Teológica; Exposição sobre o Credo; O Ente e a Essência (1248-1252); Compêndio de Teologia (1258-1259); Comentários ao Evangelho de São João; Comentários da Epístola de São Paulo; Comentário às Sentenças e Adoro Te Devote.

Frases de São Tomás de Aquino
  • “A humildade é o primeiro degrau para a sabedoria.”
  • “O desordenado amor por si mesmo é a causa de todos os pecados.”
  • “Cuidado com o homem de um só livro.”
  • “A razão é a imperfeição da inteligência.”
  • “A arte é a razão correta na execução de um trabalho.”
  • “A comunhão destrói a tentação do demônio.”
  • “Para aqueles que tem fé, nenhuma explicação é necessária. Para aqueles sem fé, nenhuma explicação é possível.”
© Direitos de autor. 2025: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 27/04/2025.

domingo, 27 de abril de 2025

Sócrates - Mestre da Grécia

Sócrates: reconhecido por sua ênfase no autoconhecimento e na virtude, Sócrates desenvolveu o método dialético, baseado em perguntas e respostas, que por meio do diálogo buscava descobrir a verdade. Ele acreditava que a ignorância era a raiz de todos os males e que a filosofia deveria ajudar as pessoas a viver melhor.

Sócrates - Mestre da Grécia
Foi um filósofo grego clássico considerado um dos maiores, tanto na filosofia ocidental quanto na universal. Nasceu em Atenas, onde viveu durante os últimos dois terços do século V a.C. , o período mais esplêndido da história de sua cidade natal e de toda a Grécia antiga. Era filho de Sofrónisco, pedreiro de profissão, razão pela qual em sua juventude foi chamado de Sócrates, filho de Sofrónisco e de Fenareta, parteira, parente de Aristides, o Justo - 678 a.C.
Nascido em 469 a.C., Sócrates atingiu sua maturidade intelectual quando um movimento filosófico específico - Sofístico - que triunfava em Atenas.
Ele se recusou a colocar um preço em seus ensinamentos, mas isso não significava que qualquer um poderia assistir às suas aulas; ele se reservou o direito de admitir ou rejeitar um candidato.
  • Psique: o que ele considerava ALMA, uma combinação da inteligência, ética e caráter de um indivíduo.
Preferia o diálogo à escrita: A principal estranheza sobre ele é que ele é um filósofo sobre o qual não temos escritos.

Contribuições; Ele estabeleceu a ciência que estuda o ser humano.
  • Ironia socrática: A análise prática das coisas concretas, reconhecendo a ignorância da falta de conhecimento das coisas, da definição de que estamos em condições de buscar a verdade.
  • Mayêutica: Consiste na crença de que existe um conhecimento que se acumula na consciência.
  • Método indutivo: A pessoa deve criar conhecimento por meio de sua experiência.
Opiniões e ensinamentos de Sócrates:
Sócrates encara a morte com muita tranquilidade, aceita a morte sem grandes problemas e não tem medo da ignorância.
  1. Não há necessidade de temer a morte, e temer a morte é cair na ignorância. Sócrates diz que: "Não há necessidade de temer a morte, o importante é viver e morrer bem".
  2. Cometer injustiça é moralmente ruim e vergonhoso. Sócrates diz que: "É pior cometer uma injustiça do que sofrê-la." pois diziam que quem comete injustiça é mais feliz fazendo-a, algo com que Sócrates não concordava.
Dupla Ignorância: I - Ignorância sobre um assunto específico: nenhum ser humano sabe se a morte é boa ou má. II - Ignorância da minha ignorância: isso ocorre quando você ignora a natureza da morte.
A morte é a maior de todas as bênçãos, e não sabemos disso; ninguém nos garante que isso é algo ruim.

Desculpa: De fato, atenienses, temer a morte nada mais é do que crer-se sábio sem sê-lo, por crer que se sabe o que não se sabe. Pois ninguém conhece a morte, nem mesmo se ela é precisamente o maior de todos os bens para o homem, mas a temem como se soubessem com certeza que ela é o maior dos males. Contudo, como não seria a mais repreensível ignorância acreditar que se sabe o que não se sabe?

Sócrates: "Eu só sei que nada sei".
Discípulos: Platão e Arsitóteles

Platão: "A liberdade consiste em sermos donos da própria vida".
Use o método do seu mentor para falar sobre tópicos do universo, como filosofia, cosmologia, epistemologia, etc. Nascido em 427 a.C. em Atenas. Ele criou sua própria escola platônica chamada "Academia".

Aristóteles: "Conhecimento é poder" .
Sua obra mais famosa, o “Mito do “caverna” que ele usou para explicar a realidade e o sentido da vida. Ele foi aluno de Platão e professor do grande líder Alexandre, o Grande. Fundou o "Liceu de Atenas", a escola aristotélica como extensão da academia de Platão. Nascido em 384 a.C. em Estagira. Reino da Macedônia. Eu estudo diferentes disciplinas e ciências, como lógica, matemática, metafísica e biologia.

© Direitos de autor. 2025: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 27/04/2025.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

O mundo mitológico e os deuses gregos

O mundo mitológico grego tem início com o casal Urano e Gaia. Urano (o céu) permanecia unido a Gaia (a terra) em um ato de reprodução constante. Dessa união nasceram os titãs, que não conseguiam sair do ventre de Gaia. Infeliz com os filhos aprisionados, Gaia ajudou um deles, Cronus, a castrar o pai. Com isso, Urano se separou de Gaia, uma metáfora que simboliza o surgimento do mundo após a separação entre o céu e a terra.
Cronus passou a reinar, mas, com medo de perder o poder, engolia os filhos que tinha com a titã Réia. Um deles, Zeus, escapou desse destino e resgatou os irmãos. Zeus derrotou Cronus em uma grande batalha, que deu início à era dos deuses.
Na mitologia, a alma dos mortos vai para o mundo subterrâneo, governado por Hades. Para entrar, é preciso pagar o barqueiro Caronte, que faz a travessia do rio Estige. Por isso os gregos enterravam os mortos com uma moeda. No submundo de Hades, o morto é julgado por três juízes. Os que viveram uma vida correta são premiados e seguem para uma região chamada Campos Elíseos, uma espécie de paraíso, cheio de paisagens verdes e floridas.
Mas o mundo subterrâneo também tem regiões sombrias. Os gregos que “aprontaram” na vida como mortal têm como destino o Tártaro. Ele é um poço profundo, quase sem fim, escuro, úmido e frio.

ZEUS - O filho mais novo de Cronos e Réia é o líder dos deuses que vivem no monte Olimpo. Ele impõe a justiça e a ordem lançando relâmpagos construídos pelos ciclopes. Zeus teve diversas esposas e casos com deusas, ninfas e humanas. É considerado o Deus dos Deuses. Deus do céu e das tempestades.

AFRODITE - O nome da deusa do amor significa “nascida da espuma”, porque diziam que ela havia surgido do mar. Afrodite é a mais bela das deusas. Apesar de ser esposa de Hefesto, teve vários casos – com deuses como Ares e Hermes e também com mortais. Ela era a deusa do amor e da beleza. Tinha como símbolo a pomba e o cisne. 

HEFESTO - Filho de Zeus e Hera, Hefesto nasceu tão fraco e feio que foi jogado pela mãe no oceano. Resgatado por ninfas, virou um famoso artesão. Impressionados com o talento dele, os deuses levaram Hefesto ao Olimpo e o nomearam deus do fogo e da forja representado com um martelo.

POSÊIDON - O irmão mais velho de Zeus e Hades é o deus do mar. Com um movimento de seu tridente, causa tempestades e terremotos – e sua fúria é famosa entre os deuses! Posêidon vive procurando aumentar seus domínios em diferentes áreas da Grécia.

HADES - Mesmo sendo irmão de Zeus e Posêidon, não vive no monte Olimpo. Hades, como deus dos mortos, domina seu próprio território (mundo dos mortos). Apesar de passar uma imagem ruim por sua “função”, não é um deus associado ao mal. Muitos gregos tinham medo de Hades, associando-o com a morte e com o inferno. Apesar de um atleta olímpico, Hades preferiu o submundo e raramente saía de seu reino.

HERA - Terceira mulher de Zeus e rainha do Olimpo, Hera é a deusa do matrimônio e do parto. É vingativa com as amantes do marido e com os filhos de Zeus que elas geram. Para os gregos, Hera e Zeus simbolizam a união homem-mulher. 

APOLO - O deus da luz (representada pelo Sol), das artes, da medicina e da música é filho de Zeus com uma titã, Leto. Na juventude, era vingativo, mas depois se tornou um deus mais calmo, usando os poderes para cura, música e previsões do futuro. O Deus-arqueiro símbolo da medicina e da cura. Também era capaz de trazer doenças àqueles atingidos por suas flechas. Assim, acreditava-se que como ele era capaz de trazer doenças, também era capaz de trazer a cura.

ARES - O terrível deus da guerra é outro filho de Zeus e Hera. No campo de batalha pode matar um mortal apenas com seu grito de guerra! Pai de vários heróis humanos que são protegidos ou filhos de deuses, Ares ainda se tornou um dos amantes de Afrodite. Era o Deus da Guerra. O soldados da Grécia antiga adoravam tal em tempos de batalhas.

ARTEMIS - Irmã gêmea de Apolo, é a deusa da caça, representada por uma mulher com um arco – contraditoriamente, também é a protetora dos animais. Artemis é uma deusa casta (virgem), que fica furiosa quando se sente ameaçada. Também era adorada na busca da proteção da agricultura e animais de pastoreio. 

HERMES - Filho de Zeus com a deusa Maia, o mensageiro dos deuses é o protetor de viajantes e mercadores. Representado como um homem de sandálias com asas, Hermes tinha um lado obscuro: às vezes trazia mentiras e falsas histórias. Protetor dos atletas, também era adorado pelos ladrões.

ATENA - É a deusa da sabedoria e filha de Zeus com a primeira mulher dele, Métis. Seu símbolo é a mais sábia das aves, a coruja. Habilidosa e especialista nas artes e na guerra, Atena carrega uma lança e um escudo chamado Égide. A Deusa virgem era símbolo da sabedoria, da razão e da pureza. Era uma corajosa guerreira em tempos de batalha.

HÉSTIA - Irmã de Zeus, era símbolo do lar e da família. fez um voto de permanecer virgem, recusando-se a ceder as investidas s de Poseidon e Apollo.

DEMETER - Deusa dos grãos, da agricultura e da colheita. Os gregos tinham a crença que essa Deusa fazia as colheitas terem sucesso, por isso ofertavam parte da colheita para ela.

DIONÍSIO - Deus do Vinho e das festas, Dionísio era filho de Zeus. Também é conhecido como Baco, é adora por atores e escritores.

Fonte: << https://mundoestranho.abril.com.br/cultura/quais-sao-os-principais-deuses-gregos/ >>.

sexta-feira, 4 de abril de 2025

A lenda da criação do mundo - Mitologia Asteca

Ometeotl
O criador do mundo era o Ometeotl deus, que era macho e fêmea e deu à luz quatro deuses: Tezcatlipoca, Quetzalcoatl,  Tlaloc e Chalchiuthlicue. Esses deuses acabaram por criar o mundo e todas as outras divindades. Em seguida, eles tiveram que dar a luz aos seres humanos e para isso, um dos deuses tiveram que se sacrificar para o fogo. 
O Primeiro Sol, chamado naui-ocelotl (quatro-jaguar), habitado por Gigantes chegou ao fim quando foram mortos por jaguares enviados por Tezcatlipoca, os grandes felinos teriam descido das montanhas e devorado a humanidade.
O Segundo Sol, chamado naui-eecatl (quatro-vento), teria sido destruído por Quetzalcoatl, este mundo chegou ao fim através de furacões e enchentes. O deus do vento teria soprado sobre o mundo um vento mágico, assomada pelo grande vento os humanos fugiram para o topo das árvores, transformando-se em macacos.
Tezcatlipoca
O Terceiro Sol foi dominado pela água e sua deidade dominante era Tlaloc. Povos que habitaram este mundo comeu sementes aquáticas. Este mundo chegou ao fim quando o deus Quetzalcoatl fez chover fogo e cinzas. Os seres humanos sobreviventes viraram aves e outros foram substituídos por outros animais.
O quarto Sol, chamado naui-quiauitl (quatro-chuva), teria sido destruído por Chalchiuhtlicue,  irmã e esposa de Tlaloc, a deusa da água, teria criado um imenso dilúvio que teria submergido o mundo em águas destruindo toda a humanidade, os sobreviventes viraram peixe para não morrerem no diluvio causado pela deusa. 
O quinto Sol (nosso Sol), denominado naui-ollin (quatro-terremoto) teria sido recriado pela bondade de Quetzalcoatl, que resgatou do inferno (reino do deus Mictlantecuhtli) os ossos dos mortos e, regando-os com seu próprio sangue, restaurou-lhes a vida para reinar entre eles. Porém Tezcatlipoca expulsou-o para Tlillan Tlapallan, de onde prometeu voltar para resgatar seu trono.
Quetzalcoatl
No quinto sol, tudo era negro e morto. Os deuses se reuniram em Teotihuacán para discutir a quem caberia a missão de criar o mundo, tarefa que exigia que um deles teria que se jogar dentro de uma fogueira. O Huehueteotl, o deus do fogo, começou uma fogueira sacrificial, mas nenhum dos deuses mais importantes queria saltar para dentro das chamas. O selecionado para esse sacrifício foi Tecuciztecatl. No momento fatídico, Tecuciztecatl retrocede ante o fogo; mas o segundo, um pequeno Deus, humilde e pobre, Nanahuatzin, se lança sem vacilar à fogueira, convertendo-se no Sol. Ao ver isto, o primeiro Deus, sentindo coragem, decide jogar-se transformando-se na Lua
Ainda assim, os dois astros continuavam inertes e é indispensável alimentá-los para que se movam. Então outros deuses decidiram sacrificar-se e dar a “água preciosa”, necessária para criar o sangue. Por isso se os homens são obrigados a recriar eternamente o sacrifício divino original.

O Quinto Sol era o mundo em que viviam os astecas. Tonatiuh o deus sol era a deidade. Os astecas se consideravam o "Povo do Sol" e, portanto, seu dever era para nutrir o dom de Deus através de oferendas e sacrifícios de sangue. Na falta de fazer isso teria causado o fim do seu mundo, o desaparecimento do sol no céu. Este mundo é caracterizada pelo signo Ollin, que significa movimento. De acordo com as crenças astecas, este indicou que este mundo chegaria a um fim através de terremotos.
Tlaloc
Os Astecas viviam com o tormento do fim do mundo; ou como eles chamavam, do fim do Sol; sobre suas cabeças. Para eles, a humanidade atual seria a quinta, tendo, portanto, sido precedida por outras quatro. A cada ciclo de 52 anos, segundo a mitologia Mexicana, o mundo corria sério risco de extinção, pois isso já havia ocorrido outras vezes no passado. O período de  52 anos era um número pragmático para os Astecas, por corresponder à metade do tempo que levava para que o início de um ano terrestre coincidisse com o início de um ano de Vênus, planeta pelo qual os Astecas tinham adoração. Para impedir nosso mundo de ser destruído, coisa que os Astecas acreditavam que pudesse acontecer a cada 52 anos, eles faziam uma cerimônia especial chamada de Fogo Novo. Em todas as casas, se apagava o fogo e se quebrava toda a louça, os sacerdotes escolhiam um prisioneiro para ser sacrificado e o conduziam até o topo do monte uixachtecatl. Lá, o prisioneiro era sacrificado, tendo seu peito aberto por uma faca de sílex. Depois, um dos sacerdotes pressionava uma tocha acessa contra o peito aberto do indivíduo (às vezes ainda vivo) quando o fogo da tocha se apagava, era considerado aceso o Fogo Novo. 
Chalchiuthlicue
Para festejar, cada família reacendia seu fogo e comprava louças novas, enquanto que o Tlatoani realizava alguma obra (geralmente a ampliação do Grande Templo) como forma de expressar sua gratidão aos deuses por mais 52 anos de existência. Ao todo, foram realizadas sete cerimônias do Fogo Novo (1195, 1247, 1299, 1351, 1403, 1455 e 1507), a primeira delas enquanto os Astecas ainda estavam em marcha para o México. A oitava, prevista para 1559, não se realizou porque o Império já havia sido conquistado pelos Espanhóis.

sábado, 8 de março de 2025

A lenda da criação do mundo - Mitologia Judaica

Esta teoria nos lembra da ancestral polêmica gerada pela discussão entre Ciência, Filosofia e Religião, sobre as origens do Universo e da própria Humanidade. Ela procura dar sua versão sobre esta questão, do ponto de vista religioso. Assim, ela sustenta que todos os seres vivos existentes foram criados por um ou mais entes inteligentes. Esta é a hipótese de maior recepção em todo o planeta, elaborada em oposição à teoria evolucionista, fruto de pesquisas científicas.

O Cristianismo tem sua própria teoria explicativa, narrada na Bíblia, seu livro sagrado. Segundo esta religião, o homem foi criado por Deus, logo após a gênese dos céus e da terra. Aqui também a Humanidade foi modelada no barro, mas nesta versão ela ganha a vida através do sopro divino, exalado em suas narinas. De acordo com as crenças abordadas, variam as argumentações, mas muitas delas apresentam várias semelhanças. 
O Gênesis, primeiro livro do Antigo Testamento, por exemplo, narra a origem do mundo e do Homem com metáforas e símbolos muito parecidos com os das narrativas mesopotâmicas.
Segundo a Bíblia, a criação do mundo foi um ato de Deus. Com Suas palavras, Deus formou cada elemento do universo e deu vida a toda criatura. No início da criação, a terra não tinha forma, apenas havia trevas e água caótica e o Espírito de Deus se movia sobre ela. Então, em uma semana, Deus formou o mundo que conhecemos.
Gênesis 1 conta o que Deus criou em cada um dos seis dias da criação:
No primeiro dia da criação do mundo, Deus disse “haja luz” e a luz surgiu. A luz e a escuridão ficaram separadas e Deus chamou a parte do tempo com luz de dia e a parte do tempo na escuridão de noite. Foi assim que surgiu o primeiro dia.
No segundo dia, Deus criou o céu (a atmosfera) por cima da terra. O céu serviu para separar a água em estado líquido, sobre a superfície da terra, da água em estado gasoso (Gênesis 1:6-8). Surgiu assim o ciclo da água.
No terceiro dia, Deus criou a terra seca. As águas cobriam toda a superfície da terra, por isso Deus ordenou que recuassem, deixando exposta uma parte da superfície. Deus chamou a parte seca de terra e as águas de mares (Gênesis 1:9-10). Foi assim que surgiram os continentes e as ilhas.
No mesmo dia, Deus cobriu a terra com vegetação. Todo tipo de planta brotou da terra, de todas as espécies, cada planta com capacidade para reproduzir.
No quarto dia, Deus criou os corpos celestes, para marcar a passagem do tempo – dias, meses, anos... Ele encheu o céu (o espaço) com estrelas e criou uma estrela que, da terra, parecia maior – o sol – para iluminar o dia. Deus também criou a lua, um pouco menor, para iluminar um pouco a noite.
No quinto dia, Deus criou os animais aquáticos. Ele ordenou e as águas se encheram de peixes e outros animais aquáticos, grandes e pequenos. Deus também criou as aves, que colocou para viver na terra e voar no céu. Deus abençoou as aves e os animais aquáticos e ordenou que se reproduzissem, enchendo o mundo (Gênesis 1:22).
No sexto dia, Deus criou os animais terrestres. Todo tipo de animal que vive na terra e não voa foi criado nesse dia, cada um com capacidade para reproduzir.
Depois, Deus falou consigo mesmo e decidiu formar uma criatura especial, à Sua imagem e semelhança, para dominar sobre todos os animais que tinha criado. Surgiram assim o homem e a mulher (Gênesis 1:26-27).
Deus abençoou o homem e a mulher e ordenou que se reproduzissem, enchendo e dominando a terra. Todos os animais terrestres, aquáticos e voadores ficaram debaixo de seu comando. Deus também deu as plantas como alimento à humanidade e a todos os animais. Foi assim que Deus concluiu a criação do mundo.
No sétimo dia, Deus descansou. Ele estava satisfeito, porque tudo que tinha criado era bom. Deus abençoou o sétimo dia e o santificou, porque era o dia de descanso.
Quer seja literal, quer seja uma metáfora, a história da criação nos mostra que o mundo foi criado por Deus. Não foi obra do acaso. A criação do mundo também nos mostra nosso valor como criaturas feitas à imagem de Deus e nosso papel de dominadores e protetores da terra. Deus tem prazer na Sua criação e quer nos abençoar com descanso.

segunda-feira, 3 de março de 2025

A lenda da criação do mundo - Mitologia Grega

Caos é o nome do deus responsável pela criação do mundo. Esta divindade vivia sozinha, em um completo vazio, uma escuridão disforme, o nada. Caos criou a noite Nix (a noite) e Érebo (as trevas), eles vivem assim por um tempo onde só existia escuridão e silêncio, mas surgiu Gaia (a terra), ela era lindíssima, cheia de vida e alegria. Mas o Caos também continha o pavoroso Ébero, um reino sombrio e escuro que se encontrada nas profundidades da Terra.
Nix engravida de Érebo e da origem a Éter (o ar) e a Hemera (o dia). Gaia gera de si mesma Urano (o céu). Urano reinava sobre todos os outros deuses, e tendo coberto a Terra com seu infinito manto azul, a desposou, e desta união nasceram os titãs.
Um deles era Oceano, que se espalhou sobre a Terra gerando rios e lagos. Dois dos filhos e Urano, os titãs Hipérion e sua esposa Téia foram os pais de três lindos deuses: Hélio (o sol), Aurora e a Lua. Outro filho de Urano era Cronos, o tempo.
Urano também concebeu os Ciclopes, gigantes de um olho só, que possuíam poderes sobre o fogo, as tempestades e trovões. Viviam no alto de uma montanha, um vulcão, onde mantinham sua chama acesa e forjavam armas.  Entre os filhos de Urano estavam também os poderosos gigantes de cem mãos. Estes últimos, em determinado momento, desrespeitaram o pai Urano, que por sua vez, enfurecido os exilou para as profundezas do Tártaro junto com outros titãs.
Cronos, que sonhava em silêncio em se tornar o senhor de todas as coisas, e se baseando nos erros de seu pai, se revoltou contra este. Se armou de uma foice, e foi atrás de Urano. Ao encontrá-lo adormecido, deu um golpe em Urano que o feriu gravemente. Uranos não poderia então ter mais filhos e Cronos tomou o poder. Urano porém o amaldiçoou dizendo “que um dia seus filhos façam a você o que acaba de fazer com seu próprio pai". Cronos libertou das profundezas alguns de seus irmãos, mas lá deixou os gigantes de cem mãos por não confiar neles. O ato de crueldade de Cronos, fez com que muitos deuses ficassem contra ele, e foi em seu reinado que surgiu o mal no mundo.
Cronos se casou com Réia e teve filhos, mas como ele tinha medo de que a profecia se realizasse, começou a devorar seus filhos, mas Réia escondeu o mais novo Zeus. Zeus depois de mais velho liberta os hecatônquiros e os cíclopes com a ajuda de Gaia, ele sobe o Olimpo e derrota seu pai, depois de muito tempo Zeus da origem a seu filho Hefesto, Hefesto constrói o primeiro mortal que ele deu o nome de Pandora.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

A lenda da criação do mundo - Mitologia Nórdica

A mitologia nórdica é originada nos países chamados escandinavos que abrangem a Suécia, a Dinamarca, a Noruega e a Islândia. As narrativas da Mitologia nórdica estão contidas em duas coleções chamadas as Edas, sendo a mais antiga, uma poesia datada de 1056 e a mais moderna, uma prosa, de 1640.
A narrativa das Edas conta que, no princípio, não havia nem céu nem terra, apenas uma enorme abismo sem fundo e um mundo de vapor, no qual flutuava uma fonte. Dessa fonte surgiram doze rios que, após longa viagem, congelaram-se e com o acúmulo das camadas de gelo umas sobre as outras, o abismo se encheu.
Ao sul desse mundo de vapor, havia um mundo de luz, que soprando vapores quentes, derreteu o gelo que havia se formado. Esses vapores, ao elevarem-se no ar, formaram nuvens e destas surgiu Ymir, o gelo gigante e sua geração. Surgiu, também, a vaca Audumbla, que alimentou o gigante com seu leite e alimentava-se da água e sal contidos no gelo. Certo dia, quando a vaca lambia o gelo, surgiu o cabelo de um homem; no segundo dia, a cabeça e no terceiro, todo o corpo, com grande beleza, força e agilidade.
O novo ser era um deus e dele e de sua esposa surgiram Odin, Vili e Ve, que mataram o gigante Ymir. Com o corpo do gigante morto, fizeram a terra, com o sangue, os mares, com os ossos ergueram as montanhas, dos cabelos fizeram as árvores, com o crânio fizeram o céu e o cérebro tornou-se as nuvens carregadas de neve e granizo. A moradia dos homens foi formada pela testa de Ymir e ficou conhecida como Midgard ou terra média.
Odin criou os períodos do dia e da noite e as estações, colocando o Sol e a Lua no céu e definindo seus cursos. Tão logo o Sol lançou seus raios sobre a Terra, fez-lhe nascerem os vegetais. Logo após a criação do mundo, os deuses passearam junto ao mar, satisfeitos pela obra realizada, mas que ainda faltavam os seres humanos. Assim, pegaram um freixo (grande árvore) e criaram o homem, chamando-o de Aske e de um amieiro (árvore ornamental) fizeram a mulher e lhe chamaram de Embla. Odin deu-lhes a vida e a alma, Vili, a razão e o movimento e Ve, os sentidos, a fisionomia expressiva e o dom da palavra. A Midgard foi dada a eles e assim, se tornaram os progenitores da raça humana.
Asgard é a morada dos deuses e, para se chegar lá, é necessário atravessar a ponte Bifrost (arco-íris). O lugar consiste de palácios de ouro e prata, moradia dos deuses, mas o mais belo de todos é o Valhala, moradia de Odin, de onde ele avista todo o céu e toda a Terra. Sobre seus ombros ficam os corvos Hugin e Munin que voam sobre a Terra durante todo o dia e, à noite contam a ele tudo que viram e ouviram. Odin foi o criador dos caracteres rúnicos, com os quais as Norns gravam os destinos.
Odin, frequentemente chamado de Alfadur (todo pai) era tido, muitas vezes, pelos escandinavos, como filho de uma divindade superior a ele, não criada e eterna.

domingo, 2 de fevereiro de 2025

A lenda da criação do mundo - Mitologia Chinesa

Diz a lenda chinesa sobre a criação do mundo que, no início, não havia nada além do vazio chamado Dao. E do Dao criou-se um ovo negro, que foi chocado por dezoito mil anos. Dentro deste ovo, Yin, Yang e Panku coexistiram em um estado de unicidade por todo este tempo.
Com muita determinação, Panku rompeu a casca do ovo e foi criado o Universo. Yin, mais pesado, foi para baixo e formou a Terra. Yang, mais leve, subiu e formou o Céu. Panku, assustado com sua criação, rapidamente afastou as pernas e ergueu os braços, segurando Céu e Terra e impedindo que eles voltassem a se unir. Depois de dezoito mil anos, Panku descansou.
Sua respiração tornou-se o vento; sua voz, o trovão. Seu olho esquerdo se transformou no Sol e o direito na Lua. Seu corpo deu origem às montanhas e seu sangue formou os rios. Seus músculos deram origem à Terra. Sua barba formou os arbustos e mudas de plantas, e seus pêlos formaram as florestas. Sua pele virou o chão, seus ossos os minerais e sua medula, todas as pedras preciosas. Seu suor caiu como chuva. E todas as pequenas criaturas que viviam em seu corpo, como pulgas, piolhos e pequenas bactérias, foram carregadas pelo vento e deram origem a todos os dez mil seres, que se espalharam pelo mundo.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

A lenda da criação do mundo - Mitologia Egípcia

Conta-se que no inicio nada existia, a não ser um imenso vazio conhecido por Nun, o grande oceano primitivo que um dia será chamada de "Nilo", ao redor deste oceano reinavam o silêncio, as trevas o caos sem fim. Porém de forma misteriosa o oceano começa a se movimentar, despertando de seu sono profundo. Acontece que Nun é assolado por negras tempestades, que fazem suas águas se agitarem de  forma intensa, e de dentro do oceano começa a surgir um pedaço de terra, uma ilha conhecida como monte da criação.
Surge então uma flor de lótus no meio desta ilha, e de dentro da flor surge o deus solar Rá, que ao abrir os olhos inundou o mundo com sua luz radiante, contemplando o imenso vazio que ainda deveria ser totalmente criado. De seus olhos escorre uma lágrima que penetrou no na terra e de onde surgirá mais tarde a humanidade. Depois disto Rá fecharou os olhos e começou a criar os deuses para lhe fazerem companhia. Surgem então Tefnut, deusa da água, Shu, deus do ar, que vão habitar o firmamento, e da união destes surgem Geb, deus da terra e Nut deusa do firmamento.
Quando Geb e Nut nasceram, Shu percebeu que os irmãos estavam unidos e, num ímpeto de fúria, elevou nos braços a sua filha Nut e a suspendeu bem alto, separando-a de Geb, pisando sobre ele. E foi nesse instante que Nut virou o céu, Geb se transformou na terra e o nosso planeta foi criado.
Ainda hoje, durante o dia eles são separados pelo próprio pai - Shu, o poderoso deus do ar. Mas como eles se amam incondicionalmente, todas as noites eles se encontram escondidos de Shu, exatamente quando o sol se apaga ao entardecer. É a deusa Nut que o engole o astro rei para descer vestida de estrelas com o seu corpo nu, para se encontrar com o Geb, criando a escuridão da noite para que o encontro seja secreto. Então, eles se unem a partir de cada crepúsculo.
Em seguida vão surgiu os deuses da primeira geração que serão aqueles que vão habitar a sagrada terra do Egito. são eles as deusas Isis e Néftis, os deuses Osiris e Seth. Sendo Osíris o primogênito, e aquele que veio ao mundo para cumprir o ciclo de vida e morte. Foi também ele o grande deus que ensinarou aos homens, as artes da agricultura e do culto, pois os homens ainda estavam envoltos em sua forma mais bárbara e primitiva de vida, espalhando assim a civilização pelo mundo. Ele também é o primeiro deus a possuir forma humana e reinar sobre as criaturas. Ao seu lado está Isis, sua irmã e esposa, juntos vão reinar as terras entorno do Rio Nilo e aos poucos farão com que o povo prospere. 
Ísis e Osíris tiveram um filho chamado Hórus. Hórus passou a comandar o mundo e abriu o precedente para os faraós que o sucederam.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Criacionismo - A origem da vida e a evolução do homem

A origem do homem e do mundo são duas questões que ocuparam a mente do homem nas mais diversas culturas e tempos históricos. Afinal de contas, a nossa existência e a das coisas que nos rodeiam se deram de que maneira? 
A criação de Adão.
Cena representa episódio do Livro do Gênesis,
onde Deus origina o homem.
(Foto: Michelangelo/Reprodução)
De fato, essa é uma questão complexa e, por isso, ganhou uma gama de respostas que não poderiam ser simplesmente comportadas em um único texto. Entretanto, podemos dar especial destaque sobre os princípios e implicações da chamada teoria criacionista. 
Conceitualmente, o criacionismo é uma forma de explicação sobre a origem do mundo onde se busca atribuir a constituição das coisas à ação de um sujeito criador. Sem dúvida, essa teoria ganhou espaço em diferentes culturas espalhadas pelo mundo e apareceu muito antes que o discurso científico viesse a tratar dessa mesma questão. Nos mais diferentes contextos culturais, temos a elaboração de um mito criacionista capaz de nos revelar interessantes concepções sobre a civilização que o produziu.
Criacionismo na mitologia egípicia
Entre os egípcios havia a crença de que antes do mundo surgir existiam somente as trevas e a chamada “água primordial” (o que faz clara referência ao Rio Nilo). A partir dessa água primordial teria surgido o deus Atum, que deu origem a descendentes responsáveis pela criação dos ares, das terras e do céu. 
Criacionismo na mitologia grega
Na mitologia grega, o mundo seria fruto dos filhos gerados a partir de Caos. Entre todos os descendentes, foi da união de Urano (céu) e Gaia (terra) que o mundo teria surgido.
A a origem do homem ao feito dos titãs Epimeteu e Prometeu. Epimeteu teria criado os homens sem vida, imperfeitos e feitos a partir de um molde de barro. Por compaixão, seu irmão Prometeu resolveu roubar o fogo do deus Vulcano para dar vida à raça humana. 
Criacionismo na mitologia chinesa
Já a mitologia chinesa atribui a criação da raça humana à solidão da deusa Nu Wa, que, ao perceber sua sombra sob as ondas de um rio, resolveu criar seres à sua semelhança.
Criacionismo no cristianismo
O cristianismo adota a Bíblia como fonte explicativa sobre a criação do homem. Segundo a narrativa bíblica, o homem foi concebido depois que Deus criou céus e terra. Também feito a partir do barro, o homem teria ganhado vida quando Deus assoprou o fôlego da vida em suas narinas. Outras religiões contemporâneas e antigas formulam outras explicações, e algumas chegam a ter pontos de explicação bastante semelhantes.
Criacionismo no Judaismo
Uma das mais conhecidas narrativas criacionistas do mundo Ocidental foi instituída pelas religiões judaico-cristãs. O chamado criacionismo bíblico relata que Deus teria feito a terra em sete dias. No primeiro dia teria construído o universo e a Terra. No segundo e no terceiro, estabeleceu os céus, as terras e mares do mundo. Nos dois dias seguintes apareceram os primeiros seres vivos e a separação do dia e da noite. No sexto e último dia, surgiram os demais animais e o homem.

Com o surgimento da teoria evolutiva, muitos passam a criticar sistematicamente as teorias criacionistas e passaram a considerá-las uma espécie de pensamento falso. Em contrapartida, muitos criacionistas passaram a advogar em defesa do Neocriacionismo, teoria onde a vida teria sido atribuída por um ser superior que abriu portas para que todo o processo evolutivo acontecesse. 
A partir dessas disputas, vemos ciência e religião se colocarem em campos de forte oposição. Entretanto, podemos colocar as duas terias em grau de importância equivalente ao admitirmos que ciência e religião possuem grande importância no interior de muitas culturas. Dessa maneira, antes de detrair alguma destas teorias, seria interessante encará-las como formas de interpretação distintas do mundo, sem necessariamente colocar em disputa o alcance de uma verdade absoluta. Pautadas em princípios distintos, criação e evolução podem coexistir no campo de debates desse assunto milenar.