segunda-feira, 27 de março de 2023

Cavalo Brasileiro de Hipismo

 O Brasileiro de Hipismo é uma raça de cavalos formada no Brasil com as mais importantes linhagens europeias de cavalos de salto e adestramento, tais como Hanoveriana, Holsteiner, Oldenburger, Trakehner, Westfalen e Sela Francês, através de cruzamento entre si ou com magníficos exemplares Puro Sangue Inglês da América do Sul.

Características

Cavalo leve, ágil e de grande porte, com altura superior a 1,65m, perímetro torácico de 1,90m e perímetro de canela de 21 cm. Cabeça média de perfil reto ou subconvexo, pescoço médio bem destacado do peito e espáduas, cernelha destacada, dorso bem ligado ao lombo e à garupa, membros fortes e andamentos briosos, relativamente elevados e extensos. Possuem excelente mecânica de salto, coragem, inteligência e elegância nos movimentos. São admitidas todas as pelagens.

Aptidões

Suas características o tornam apto para quaisquer modalidades de salto, adestramento ou concurso completo de equitação. É um cavalo de trote muito cômodo, ágil e esperto, muito dócil e fácil de lidar.
Animal com características de comportamento de coragem, inteligência e elegância.
São admitidas todas as pelagens, com destaque nas alazã, castanha, preta e tordilha.

Foram cavalos BH participantes nas conquistas das medalhas de bronze alcançadas pela Equipe Brasileira de Hipismo nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, e Sydney, em 2000. Além das três medalhas de ouro por equipe em Jogos Pan Americanos.

Associação Brasileira de Criadores de Cavalos de Hipismo

A Associação Brasileira de Criadores de Cavalo de Hipismo - ABCCH, nasceu da firme determinação de um grupo de amantes do hipismo que se uniram em torno de um ideal comum: criar e desenvolver uma raça de cavalos com aptidão para os esportes hípicos. Partindo de animais rigorosamente selecionados, já existentes no país, os fundadores definiram como Raças Formadoras, nacionais e estrangeiras, aquelas que comprovadamente eram reconhecidas como altamente dotadas para os esportes equestres.


© 2023: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/05/2023

segunda-feira, 20 de março de 2023

Exercícios de condicionamento de Cavalos Atletas

Os exercícios são divididos em gerais ou específicos.
Os gerais atingem o animal no seu todo. São realizados com a finalidade de trabalhar a musculatura no geral e também o sistema cárdio-respiratório.
Os específicos são dirigidos para fortalecer áreas debilitadas ou que necessitem atenção especial para uma determinada finalidade, sendo trabalhada cada região ou musculatura especificamente.
O principal trabalho é o da musculação, que a exemplo do ser humano, tem uma resposta mais rápida durante a fase de crescimento. Nos equinos a taxa de crescimento apresenta uma das curvas mais acentuadas, a partir dos 6 meses até os 20 meses, aproximadamente.
Daí em diante, o crescimento é mais lento, porem também mais tardio. Os cavalos somente atingem a maturidade plena – capacidade reprodutiva, desenvolvimento ósseo e muscular - entre os 5 e 6 anos de idade. Todavia, a partir dos 24 meses de idade, a maturidade óssea já terá atingido praticamente 90%, com respostas mais lentas aos exercícios de condicionamento físico. A altura adulta já estará praticamente completada entre os 3 e 4 anos de idade.
Figura 01 - Varas de salto alinhadas no chão.
Os exercícios de alta intensidade devem ser intercalados com os de baixa intensidade, a fim de preservar a integridade física do animal. Devem ser levados em conta fatores tais como a idade, o comportamento e o estado físico geral - condição anatômica, condição morfológica, peso, condição motora nos diversos tipos de andamentos e estado clínico.
Determinados exercícios não são indicados para animais muito novos, até um ano de idade, aproximadamente. Acima dos 18 meses, os animais já estarão aptos a suportarem uma carga maior de exercícios.
Quanto ao comportamento, cavalos mais ativos exigem exercícios mais prolongados e frequentes, enquanto cavalos linfáticos exigem exercícios de menor intensidade, intercalados por períodos maiores de descanso.
Figura 02 - Varas de salto em curvas e elevada do chão.
Quanto ao estado físico, se o animal apresenta alguma deficiência, ou vem de uma recuperação de afecção, o condicionamento deverá ser adaptado ao tipo de situação.
O segredo do sucesso é a progressividade, com base na escolha adequada dos tipos de exercícios e na persistência em intervalos regulares A meta é condicionar o cavalo tanto física quanto mentalmente. Para animais montados, uma regra básica é evitar os aumentos na velocidade dos andamentos simultaneamente aos aumentos na distância percorrida.
A ginástica feita com as varas de salto no chão, estimula a resposta proprioceptiva e melhora a resposta e elevação dos membros.
Figura 03 - Pista para exercícios de salto.
A individualidade é o melhor guia para a condução de programas de condicionamento e treinamento. São as reações do cavalo que orientam os procedimentos a serem tomados. Mais do que em qualquer outro esporte equestre, a pressa é a inimiga numero 1 no processo de preparação do cavalo atleta.
Do nascimento até a maturidade, as transformações estruturais (ossatura e musculatura) sofridas pelo cavalo são marcantes. Geralmente, todo cavalo é possuidor de uma ou mais deficiências, sendo essencial que sejam identificadas precocemente, para que possam ser corrigidas ao longo do programa de condicionamento físico.
Todos os animais devem ser trabalhados nos exercícios gerais, que são a guia de redondel, trabalho de sela nos andamentos naturais, exercícios em liberdade dirigidos, em uma pista. Para cada região do corpo e membros podem ser aplicados diferentes exercícios de condicionamento.

Tórax
Exercícios de solo, tipo guia de redondel e exercícios em liberdade. Subidas e descidas em um desnível íngreme fortalecem a musculatura. Um outro exercício, se possível, é a caminhada em leitos de rio, com água até a altura do tórax.

Costelas
Para forçar o arqueamento das costelas, recomenda-se caminhadas, puxando o animal ao trote, ou marcha.

Cernelha
Para fortalecimento da cernelha o melhor exercício é o salto, inicialmente sobre pneus deitados e, em seguida, sobre tambores deitados. O salto pode ser executado em trote, marcha ou galope, no redondel, com ajuda do cabresto, do charreteamento ou em liberdade. Mas cuidado, os excessos podem provocar afecções nos membros, principalmente quando o exercício é conduzido sobre terreno de areia fofa.

Dorso-lombo
Esta é uma região de fortalecimento a longo prazo. Os exercícios específicos são o salto e as transições de andamentos: passo/trote (ou marcha) e vice versa, passo/galope e vice-versa, galope/esbarro e vice-versa, e assim sucessivamente. O objetivo é desenvolver uma musculatura forte e uniforme, essencial para exteriorizar o potencial atlético desejável. Os exercícios em círculos alternando as mãos também fortalecem e alongam esta musculatura.

Garupa, nádegas, coxas, pernas e jarretes
Exercitar em caminhadas ( em marcha ou trote ) de uma hora em dias alternados. Animais jovens devem ser puxados ao cabresto. De preferência, o terreno deve ser ondulado, para forçar o trabalho de membros posteriores nas subidas. Outros exercícios específicos são o salto e o recuo, que deve ser efetuado corretamente, no charreteamento ou durante o trabalho de sela. Com a nuca flexionada, sem ultrapassar a linha de 90 graus entre o chão e o chanfro do cavalo, com a boca fechada, aumenta-se a velocidade do recuo, exigindo um maior engajamento de posteriores e impulsão.

Espáduas, braços, antebraços e joelhos
Os exercícios específicos como o salto e as caminhadas. Os exercícios gerais também desenvolvem rapidamente estas regiões. O objetivo é buscar o máximo de potência, com boa flexibilidade e elasticidade. Ginásticas usando cavaletes e pequenas alturas trabalham muito bem estas regiões, tanto nos anteriores quanto nos posteriores.

Sistemas respiratório e circulatório
São áreas de capacitação a longo prazo, dependendo dos aumentos da frequência e intensidade dos exercícios. Principalmente no caso da prática de enduros e concursos de marcha, torna-se essencial para as vitórias que o cavalo tenha uma boa resistência. O melhores exercícios são as longas cavalgadas, em andamentos cadenciados, cuidando sempre da hidratação do animal.

Fonte: Cavalo Atleta / http://www.cavalodosuldeminas.com.br/

© 2023: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/05/2023

Exercícios de aquecimento de Cavalos Atletas


Os 10 exercícios a seguir incluem opções para aumentar ou diminuir o nível de dificuldade e as habilidades necessárias, para que você possa personalizar cada exercício de acordo com o seu nível e o do seu cavalo. Para aumentar ainda mais o interesse, combine dois ou mais exercícios ou faça o seu próprio usando os recursos “não pare agora” no final. 
Para tirar o máximo proveito destes exercícios:
  • Certifique-se sempre de montar cada exercício, em ambas as direções.
  • Use a perna por dentro do mole para dobrar o cavalo em círculos e voltas, e a rédea por dentro da ponta do nariz dele no sentido da marcha. 
  • Use a perna de fora logo atrás da cilha, mais a rédea de fora contra o pescoço para fortalecer a curva. 
  • Use a perna sobre ou logo atrás da cilha e a rédea do mesmo lado contra o pescoço do cavalo para pedir movimento lateral.
  • Trabalhe para tornar suas sugestões o mais leve e sutil possível.
  • Olhe para a frente para onde você está indo (não para baixo em seu cavalo ou no chão).
1. Uma base 8
Como montá-lo: Faça um oito, usando a linha reta do centro (marcada com X) para curvar seu cavalo antes de seguir na nova direção.

Benefícios para você: melhora sua capacidade de dobrar seu cavalo, guiá-lo com precisão e mantê-lo reto entre as rédeas (“reto” em um círculo, ou seja, retido na curva do círculo).

Vantagens para o seu cavalo: incentive-o a dobrar-se igualmente em ambas as direções e fique atento à sua direção.

Dicas de sucesso: Concentre-se em manter seus círculos redondos e iguais em tamanho. Preste atenção à voz da rédea e da perna necessária para fazer a curva à direita. Adicione um cone no centro da arena para uma sugestão visual.

Mude: mantenha-o simples, aderindo a uma caminhada e corrida. Torne-o mais desafiador variando sua velocidade, alterando os tempos em X ou configurando-o em uma volta e alterando as direções em X.


2. Grande Círculo / Pequeno Círculo
Como configurar: Desça pelo lado comprido da sua arena, fazendo um pequeno círculo em um canto, depois um círculo maior no canto diagonalmente oposto.

Vantagens para você: Maior capacidade de dobrar seu cavalo em vários graus.

Vantagens para o seu cavalo: maior alimentação graças ao círculo menor; ensina-o a se equilibrar em círculos de tamanhos variados.

Dicas de sucesso: Escolha “marcos” ao redor da arena para ajudá-lo a circular no local certo para os círculos de tamanho correto.

Mudança: varie em quais curvas você monta os círculos pequenos e grandes. Torne-o mais desafiador variando sua velocidade ou saia do círculo grande e corra no pequeno.



3. Circuito B
Como montá-lo: Desça pelo lado comprido, virando a esquina como se fosse fazer um círculo, mas em vez disso incline para trás no trilho. Avance um ou dois passos no trilho, depois incline para trás e circule em direção ao seu ponto de partida.

Vantagens para você: Melhora a precisão ao dobrar e esticar o cavalo.

Vantagens para o seu cavalo: faz com que ele “ouça” em vez de presumir que está fechando o círculo; se dois o seguirem (consulte “Afastar-se”, abaixo), melhore sua flexibilidade lateral.

Dicas de sucesso: tente fazer com que cada extremidade do laço tenha o mesmo tamanho e formato.

Mude-o: mantenha-o simples, aderindo a uma caminhada e corrida. Torne-o mais desafiador montando-o em uma volta e mudando os leads diretamente para o centro. Aumente a aposta em qualquer marcha usando a perna de fora e controle o movimento do cavalo lateralmente de volta ao trilho em uma frente e lateral de duas pistas.

4. Serpentina
Como configurar: Faça uma série de S's conectados para frente e para trás em toda a largura da sua arena.

Vantagens para você: Obriga você a se concentrar em cada novo ponto de virada, mudando suas rédeas e faixas de perna a cada mudança de direção; realmente aguça suas habilidades de dobrar o cavalo.

Vantagens para o seu cavalo: Melhora a sua leveza e flexibilidade, inclina-se, muda de direção e ouve as suas sugestões.

Dicas de sucesso: tente fazer cada loop do mesmo tamanho e forma.

Mude: mantenha-o simples, fazendo apenas dois ou três loops. Aumente a aposta fazendo quatro ou cinco voltas mais próximas. Este exercício é muito desafiador, para o galope, onde você deve mudar repetidamente de direção em cada reta, ou pedir ao seu cavalo para contra-galope (galope na liderança “errada”) em todas as voltas.

5. Retângulo fora dos trilhos

Como montá-lo: em vez de ficar diretamente sobre o trilho, percorra um caminho paralelo de cerca de 8 a 10 pés no trilho.

Benefícios para você: Ensina a manter seu cavalo reto entre as rédeas - sem grade para guiá-lo ou apoiá-lo.

Vantagens para o seu cavalo: Ensina-o a confiar em seus trilhos, ao invés de “desacelerar” a amurada.

Dicas de sucesso: comece com uma caminhada, depois passe para uma corrida, trote e depois galope.

Mude: torne-o mais desafiador variando sua velocidade ao longo das retas.




6. Espiral

Como montar: Passe de fora de um círculo grande para o menor círculo possível em direção ao centro; em seguida, espiral de volta para fora.

Vantagens para você: Melhora sua noção espacial de círculos; melhor suas sugestões de lado.

Vantagens para o seu cavalo: Melhora a sua flexão e recolha, bem como a sua capacidade de resposta à perna de fora e ao controlo (a espiral interna) e à perna de dentro e ao controlo (a espiral exterior); mantém você flexível e flexível e comprometido com as costas.

Dicas de sucesso: Concentre-se em manter uma velocidade constante.

Câmbio: Este é um desafio em qualquer marcha; fique em uma caminhada até pegar o jeito, antes de tentar correr ou galopar.

7. Longas Serpentinas
Como montá-lo: Adicione uma bandeira no comprimento da arena em vez da largura total. Em X, “faça alguma coisa” - pare; realizar uma manobra (passo lateral, pivô e ré, o que você escolher); ou sinalizando uma mudança de derivação. Em seguida, continue descendo o restante da linha central, virando a pista na direção oposta.

Vantagens para você: Dá trabalho para manter o cavalo em linha reta no centro da arena, antes e depois da manobra X.

Vantagens para o seu cavalo: melhora suas habilidades de flexão, deslocamento em linha reta e transição.

Dicas de sucesso: adicione uma postagem no centro de uma sugestão visual.

Mude-o: mantenha-o fácil com uma parada simples ou X-shift. Torne-o mais desafiador variando sua velocidade e/ou realizando mudanças de liderança no centro da arena.


8. Construtor de Cadência
Como montá-lo: Cavalgando, aumente a velocidade em cada lado longo da arena; desacelere e acomode-se nos lados curtos.

Vantagens para você: Ajuda você a aprender a aumentar e diminuir a velocidade suavemente e incentiva seu cavalo a se recuperar.

Vantagens para o seu cavalo: Ensina a aumentar/diminuir a velocidade sem emoção; ajuda a desenvolver os músculos que ele precisa para a coleta.

Dicas de sucesso: estabilize seu cavalo pouco antes da desaceleração nas curvas.

Mude-o: mantenha-o simples, aderindo a uma caminhada e corrida. Torne-o mais desafiador cavalgando em um galope ou galopando pelos lados longos e trotando nas pontas.



9. Transição
Como montá-lo: Trabalhe no trilho, rastreando as transições de marcha no ponto médio de cada trilho imediatamente. Por exemplo, comece uma caminhada; no primeiro X vá correr; no próximo X volte a caminhar; e assim por diante. Ou faça-o andar, correr, galopar, andar ou como quiser.

Vantagens para você: Ajuda a suavizar suas transições para cima e para baixo, além de aumentar seu controle total.

Vantagens para o seu cavalo: Mantém o foco; melhorar sua coleção; construa seus músculos traseiros.

Dicas de sucesso: Faça anotações planejadas dos pontos de transição antes de começar, para que possa começar a preparar uma ou duas etapas antes de cada X; adicione marcadores visuais, se necessário.

Mude: torne-o mais desafiador trabalhando em tempos mais rápidos ou pedindo paradas completas em alguns dos Xs.


10. Círculo quadrado
Como montar: Pense em um quadrado com cantos arredondados. Caminhe direto para cada canto, dobre seu cavalo na curva e, em seguida, realinhe-o para a próxima reta.

Vantagens para você: mais desafiador do que andar em círculo, ele mantém você pensando e realmente andando.

Vantagens para o seu cavalo: Ajuda-o a compreender a diferença entre curvar-se e deslocar-se em linha reta.

Dicas de sucesso: adicione uma postagem em cada canto para uma sugestão visual.

Mudança: Facilite mantendo uma caminhada ou corrida e/ou estendendo sua curva em cada esquina. Torne-o mais desafiador trabalhando em um loop e/ou fazendo as curvas um pouco mais apertadas.

© 2023: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/05/2023

segunda-feira, 6 de março de 2023

Adestramento no hipismo - Escolas com reconhecimento mundial

O adestramento (em francês, dressage, derivada do verbo dresser, que significa "treinar"), também chamado "Ensino de competição", é uma das três modalidades equestres olímpicas, regulada pela Federação Equestre Internacional (FEI). O objetivo geral da dressage é auxiliar o cavalo a desenvolver, através de diversos exercícios, a capacidade de executar todos os seus movimentos naturais, tornando-o um animal flexível, calmo, atento ao cavaleiro e, portanto, agradável de se montar.
Apresentação da Escola Espanhola
de Equitação de Viena
Partindo deste princípio, em tese todo cavalo de sela deveria receber tal treinamento, mesmo em nível básico. Os cavalos destinados à competição necessitam, porém, de treinamento avançado, que é realizado em escolas, do iniciante ao Grand Prix (Grande Prêmio).
Animais que atingem tal nível de treinamento devem dar a impressão de "flutuar" pela pista sem o auxílio do seu cavaleiro, com os movimentos mais complexos realizados sem esforço aparente. Por isso, a modalidade é muitas vezes conhecida como "Ballet Equino".
As origens da dressage se encontram nos escritos de Xenofonte, da Grécia Antiga, que pregava o treinamento dos cavalos sem violência e seguindo sua movimentação natural. Não se sabe se os célebres cavaleiros da Idade Média seguiam seus métodos, embora isso seja provável - as evidências de manuscritos onde há instruções detalhadas para o combate montado sugerem uma movimentação de caráter fluido e natural.
Apresentação da Escola
Nacional de Equitação
de Saumur
Durante o Renascimento europeu, os princípios gregos de Xenofonte foram revividos e a Equitação Clássica se tornou um dos principais passatempos dos reis e nobres. Estes passaram, então, a criar cavalos que possuíssem maior facilidade de executar os movimentos deles exigidos e desenvolver embocaduras e selas mais adequadas à modalidade. Até hoje, os cavalos da Escola Espanhola de Equitação de Viena, na Austria, Escola Nacional de Equitação de Saumur, na França e a Escola Portuguesa de Arte Equestre, considerada igual que a escola de Viena as escolas mais tradicionais ou clássicas na pratica a nível mundial, são treinados de acordo com tais ensinamentos e apresentados com equipamentos idênticos aos da época.

A Escola de Equitação Espanhola (Spanische Hofreitschele) fundada em 1572 pelos Habsburgos, cria e treina cavalos vindos da Espanha. Hoje são realizadas apresentações de 80 minutos no edifício conhecido como Escola de Inverno de Equitação.  O espetáculo equestre é realizado por espécies Lipizzaner, um cruzamento de cavalos árabes, bérberes e espanhóis. Os cavalos levam este nome por causa do haras em Lipizza, na Eslovênia. Os cavalos saem da Escola Espanhola de Equitação e treinam durante oito anos para poderem atuar. Um show Lipizzaner é bastante impressionante. Estes graciosos garanhões executam um balé equino durante uma seleção de músicas clássicas enquanto os lustres brilham logo acima.

Apresentação da Escola
Portuguesa de Arte Equestre
A cidade de Saumur é conhecida e reconhecida pelo famoso Cadre Noir, verdadeira referência no mundo da equitação. Trata-se de um corpo de cavaleiros de elite franceses, instrutores na École Nationale d’Équitation. Com uma herança de prestígio, a École Nationale d’Équitation formou-se a partir do Cadre Noir de Saumur, em 1972. Como verdadeiros guardiões da equitação francesa, os cavaleiros do Cadre Noir que formam o corpo docente transmitem seu conhecimento ancestral. Inclusive, esses conhecimentos são reconhecidos, desde 2011, pela Unesco como patrimônio imaterial da humanidade.

A Escola Portuguesa de Arte Equestre proporciona uma experiência fantástica de volta ao passado. Essa escola está localizada nos jardins do Palácio Nacional de Queluz e faz apresentações impecáveis que deixam os espectadores perplexos, tamanho traquejo e delicadeza de cada formação e da intimidade ente cavaleiro e cavalo. Considerada Patrimônio Cultural, tem como objetivo, além de manter a tradição, divulgar e ensinar novos adeptos e assim perpetuar essa, que é uma das principais tradições culturais portuguesas. Além do tratamento, treinamento e ensino, a Escola Portuguesa de Arte Equestre adquiriu o acervo da Biblioteca de Arte Equestre de D. Diogo de Bragança, quando do seu falecimento em 2012. D. Diogo, cavaleiro de primeira linha, colecionou e publicou inúmeros estudos sobre a Arte Equestre. Além de obras de vários autores, a biblioteca conta com um acervo de manuscritos, gravuras e livros do século XVI até o século XX.

© 2023: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/05/2023