sexta-feira, 1 de setembro de 2017

O mundo mitológico e os deuses gregos

O mundo mitológico grego tem início com o casal Urano e Gaia. Urano (o céu) permanecia unido a Gaia (a terra) em um ato de reprodução constante. Dessa união nasceram os titãs, que não conseguiam sair do ventre de Gaia. Infeliz com os filhos aprisionados, Gaia ajudou um deles, Cronus, a castrar o pai. Com isso, Urano se separou de Gaia, uma metáfora que simboliza o surgimento do mundo após a separação entre o céu e a terra.
Cronus passou a reinar, mas, com medo de perder o poder, engolia os filhos que tinha com a titã Réia. Um deles, Zeus, escapou desse destino e resgatou os irmãos. Zeus derrotou Cronus em uma grande batalha, que deu início à era dos deuses.
Na mitologia, a alma dos mortos vai para o mundo subterrâneo, governado por Hades. Para entrar, é preciso pagar o barqueiro Caronte, que faz a travessia do rio Estige. Por isso os gregos enterravam os mortos com uma moeda. No submundo de Hades, o morto é julgado por três juízes. Os que viveram uma vida correta são premiados e seguem para uma região chamada Campos Elíseos, uma espécie de paraíso, cheio de paisagens verdes e floridas.
Mas o mundo subterrâneo também tem regiões sombrias. Os gregos que “aprontaram” na vida como mortal têm como destino o Tártaro. Ele é um poço profundo, quase sem fim, escuro, úmido e frio.

ZEUS - O filho mais novo de Cronos e Réia é o líder dos deuses que vivem no monte Olimpo. Ele impõe a justiça e a ordem lançando relâmpagos construídos pelos ciclopes. Zeus teve diversas esposas e casos com deusas, ninfas e humanas. É considerado o Deus dos Deuses. Deus do céu e das tempestades.

AFRODITE - O nome da deusa do amor significa “nascida da espuma”, porque diziam que ela havia surgido do mar. Afrodite é a mais bela das deusas. Apesar de ser esposa de Hefesto, teve vários casos – com deuses como Ares e Hermes e também com mortais. Ela era a deusa do amor e da beleza. Tinha como símbolo a pomba e o cisne. 

HEFESTO - Filho de Zeus e Hera, Hefesto nasceu tão fraco e feio que foi jogado pela mãe no oceano. Resgatado por ninfas, virou um famoso artesão. Impressionados com o talento dele, os deuses levaram Hefesto ao Olimpo e o nomearam deus do fogo e da forja representado com um martelo.

POSÊIDON - O irmão mais velho de Zeus e Hades é o deus do mar. Com um movimento de seu tridente, causa tempestades e terremotos – e sua fúria é famosa entre os deuses! Posêidon vive procurando aumentar seus domínios em diferentes áreas da Grécia.

HADES - Mesmo sendo irmão de Zeus e Posêidon, não vive no monte Olimpo. Hades, como deus dos mortos, domina seu próprio território (mundo dos mortos). Apesar de passar uma imagem ruim por sua “função”, não é um deus associado ao mal. Muitos gregos tinham medo de Hades, associando-o com a morte e com o inferno. Apesar de um atleta olímpico, Hades preferiu o submundo e raramente saía de seu reino.

HERA - Terceira mulher de Zeus e rainha do Olimpo, Hera é a deusa do matrimônio e do parto. É vingativa com as amantes do marido e com os filhos de Zeus que elas geram. Para os gregos, Hera e Zeus simbolizam a união homem-mulher. 

APOLO - O deus da luz (representada pelo Sol), das artes, da medicina e da música é filho de Zeus com uma titã, Leto. Na juventude, era vingativo, mas depois se tornou um deus mais calmo, usando os poderes para cura, música e previsões do futuro. O Deus-arqueiro símbolo da medicina e da cura. Também era capaz de trazer doenças àqueles atingidos por suas flechas. Assim, acreditava-se que como ele era capaz de trazer doenças, também era capaz de trazer a cura.

ARES - O terrível deus da guerra é outro filho de Zeus e Hera. No campo de batalha pode matar um mortal apenas com seu grito de guerra! Pai de vários heróis humanos que são protegidos ou filhos de deuses, Ares ainda se tornou um dos amantes de Afrodite. Era o Deus da Guerra. O soldados da Grécia antiga adoravam tal em tempos de batalhas.

ARTEMIS - Irmã gêmea de Apolo, é a deusa da caça, representada por uma mulher com um arco – contraditoriamente, também é a protetora dos animais. Artemis é uma deusa casta (virgem), que fica furiosa quando se sente ameaçada. Também era adorada na busca da proteção da agricultura e animais de pastoreio. 

HERMES - Filho de Zeus com a deusa Maia, o mensageiro dos deuses é o protetor de viajantes e mercadores. Representado como um homem de sandálias com asas, Hermes tinha um lado obscuro: às vezes trazia mentiras e falsas histórias. Protetor dos atletas, também era adorado pelos ladrões.

ATENA - É a deusa da sabedoria e filha de Zeus com a primeira mulher dele, Métis. Seu símbolo é a mais sábia das aves, a coruja. Habilidosa e especialista nas artes e na guerra, Atena carrega uma lança e um escudo chamado Égide. A Deusa virgem era símbolo da sabedoria, da razão e da pureza. Era uma corajosa guerreira em tempos de batalha.

HÉSTIA - Irmã de Zeus, era símbolo do lar e da família. fez um voto de permanecer virgem, recusando-se a ceder as investidas s de Poseidon e Apollo.

DEMETER - Deusa dos grãos, da agricultura e da colheita. Os gregos tinham a crença que essa Deusa fazia as colheitas terem sucesso, por isso ofertavam parte da colheita para ela.

DIONÍSIO - Deus do Vinho e das festas, Dionísio era filho de Zeus. Também é conhecido como Baco, é adora por atores e escritores.

Fonte: << https://mundoestranho.abril.com.br/cultura/quais-sao-os-principais-deuses-gregos/ >>.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

A lenda da criação do mundo - Mitologia Judaica

Esta teoria nos lembra da ancestral polêmica gerada pela discussão entre Ciência, Filosofia e Religião, sobre as origens do Universo e da própria Humanidade. Ela procura dar sua versão sobre esta questão, do ponto de vista religioso. Assim, ela sustenta que todos os seres vivos existentes foram criados por um ou mais entes inteligentes. Esta é a hipótese de maior recepção em todo o planeta, elaborada em oposição à teoria evolucionista, fruto de pesquisas científicas.

O Cristianismo tem sua própria teoria explicativa, narrada na Bíblia, seu livro sagrado. Segundo esta religião, o homem foi criado por Deus, logo após a gênese dos céus e da terra. Aqui também a Humanidade foi modelada no barro, mas nesta versão ela ganha a vida através do sopro divino, exalado em suas narinas. De acordo com as crenças abordadas, variam as argumentações, mas muitas delas apresentam várias semelhanças. 
O Gênesis, primeiro livro do Antigo Testamento, por exemplo, narra a origem do mundo e do Homem com metáforas e símbolos muito parecidos com os das narrativas mesopotâmicas.
Segundo a Bíblia, a criação do mundo foi um ato de Deus. Com Suas palavras, Deus formou cada elemento do universo e deu vida a toda criatura. No início da criação, a terra não tinha forma, apenas havia trevas e água caótica e o Espírito de Deus se movia sobre ela. Então, em uma semana, Deus formou o mundo que conhecemos.
Gênesis 1 conta o que Deus criou em cada um dos seis dias da criação:
No primeiro dia da criação do mundo, Deus disse “haja luz” e a luz surgiu. A luz e a escuridão ficaram separadas e Deus chamou a parte do tempo com luz de dia e a parte do tempo na escuridão de noite. Foi assim que surgiu o primeiro dia.
No segundo dia, Deus criou o céu (a atmosfera) por cima da terra. O céu serviu para separar a água em estado líquido, sobre a superfície da terra, da água em estado gasoso (Gênesis 1:6-8). Surgiu assim o ciclo da água.
No terceiro dia, Deus criou a terra seca. As águas cobriam toda a superfície da terra, por isso Deus ordenou que recuassem, deixando exposta uma parte da superfície. Deus chamou a parte seca de terra e as águas de mares (Gênesis 1:9-10). Foi assim que surgiram os continentes e as ilhas.
No mesmo dia, Deus cobriu a terra com vegetação. Todo tipo de planta brotou da terra, de todas as espécies, cada planta com capacidade para reproduzir.
No quarto dia, Deus criou os corpos celestes, para marcar a passagem do tempo – dias, meses, anos... Ele encheu o céu (o espaço) com estrelas e criou uma estrela que, da terra, parecia maior – o sol – para iluminar o dia. Deus também criou a lua, um pouco menor, para iluminar um pouco a noite.
No quinto dia, Deus criou os animais aquáticos. Ele ordenou e as águas se encheram de peixes e outros animais aquáticos, grandes e pequenos. Deus também criou as aves, que colocou para viver na terra e voar no céu. Deus abençoou as aves e os animais aquáticos e ordenou que se reproduzissem, enchendo o mundo (Gênesis 1:22).
No sexto dia, Deus criou os animais terrestres. Todo tipo de animal que vive na terra e não voa foi criado nesse dia, cada um com capacidade para reproduzir.
Depois, Deus falou consigo mesmo e decidiu formar uma criatura especial, à Sua imagem e semelhança, para dominar sobre todos os animais que tinha criado. Surgiram assim o homem e a mulher (Gênesis 1:26-27).
Deus abençoou o homem e a mulher e ordenou que se reproduzissem, enchendo e dominando a terra. Todos os animais terrestres, aquáticos e voadores ficaram debaixo de seu comando. Deus também deu as plantas como alimento à humanidade e a todos os animais. Foi assim que Deus concluiu a criação do mundo.
No sétimo dia, Deus descansou. Ele estava satisfeito, porque tudo que tinha criado era bom. Deus abençoou o sétimo dia e o santificou, porque era o dia de descanso.
Quer seja literal, quer seja uma metáfora, a história da criação nos mostra que o mundo foi criado por Deus. Não foi obra do acaso. A criação do mundo também nos mostra nosso valor como criaturas feitas à imagem de Deus e nosso papel de dominadores e protetores da terra. Deus tem prazer na Sua criação e quer nos abençoar com descanso.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

A lenda da criação do mundo - Mitologia Nórdica

A mitologia nórdica é originada nos países chamados escandinavos que abrangem a Suécia, a Dinamarca, a Noruega e a Islândia. As narrativas da Mitologia nórdica estão contidas em duas coleções chamadas as Edas, sendo a mais antiga, uma poesia datada de 1056 e a mais moderna, uma prosa, de 1640.
A narrativa das Edas conta que, no princípio, não havia nem céu nem terra, apenas uma enorme abismo sem fundo e um mundo de vapor, no qual flutuava uma fonte. Dessa fonte surgiram doze rios que, após longa viagem, congelaram-se e com o acúmulo das camadas de gelo umas sobre as outras, o abismo se encheu.
Ao sul desse mundo de vapor, havia um mundo de luz, que soprando vapores quentes, derreteu o gelo que havia se formado. Esses vapores, ao elevarem-se no ar, formaram nuvens e destas surgiu Ymir, o gelo gigante e sua geração. Surgiu, também, a vaca Audumbla, que alimentou o gigante com seu leite e alimentava-se da água e sal contidos no gelo. Certo dia, quando a vaca lambia o gelo, surgiu o cabelo de um homem; no segundo dia, a cabeça e no terceiro, todo o corpo, com grande beleza, força e agilidade.
O novo ser era um deus e dele e de sua esposa surgiram Odin, Vili e Ve, que mataram o gigante Ymir. Com o corpo do gigante morto, fizeram a terra, com o sangue, os mares, com os ossos ergueram as montanhas, dos cabelos fizeram as árvores, com o crânio fizeram o céu e o cérebro tornou-se as nuvens carregadas de neve e granizo. A moradia dos homens foi formada pela testa de Ymir e ficou conhecida como Midgard ou terra média.
Odin criou os períodos do dia e da noite e as estações, colocando o Sol e a Lua no céu e definindo seus cursos. Tão logo o Sol lançou seus raios sobre a Terra, fez-lhe nascerem os vegetais. Logo após a criação do mundo, os deuses passearam junto ao mar, satisfeitos pela obra realizada, mas que ainda faltavam os seres humanos. Assim, pegaram um freixo (grande árvore) e criaram o homem, chamando-o de Aske e de um amieiro (árvore ornamental) fizeram a mulher e lhe chamaram de Embla. Odin deu-lhes a vida e a alma, Vili, a razão e o movimento e Ve, os sentidos, a fisionomia expressiva e o dom da palavra. A Midgard foi dada a eles e assim, se tornaram os progenitores da raça humana.
Asgard é a morada dos deuses e, para se chegar lá, é necessário atravessar a ponte Bifrost (arco-íris). O lugar consiste de palácios de ouro e prata, moradia dos deuses, mas o mais belo de todos é o Valhala, moradia de Odin, de onde ele avista todo o céu e toda a Terra. Sobre seus ombros ficam os corvos Hugin e Munin que voam sobre a Terra durante todo o dia e, à noite contam a ele tudo que viram e ouviram. Odin foi o criador dos caracteres rúnicos, com os quais as Norns gravam os destinos.
Odin, frequentemente chamado de Alfadur (todo pai) era tido, muitas vezes, pelos escandinavos, como filho de uma divindade superior a ele, não criada e eterna.

terça-feira, 6 de junho de 2017

A lenda da criação do mundo - Mitologia Egípcia

Conta-se que no inicio nada existia, a não ser um imenso vazio conhecido por Nun, o grande oceano primitivo que um dia será chamada de "Nilo", ao redor deste oceano reinavam o silêncio, as trevas o caos sem fim. Porém de forma misteriosa o oceano começa a se movimentar, despertando de seu sono profundo. Acontece que Nun é assolado por negras tempestades, que fazem suas águas se agitarem de  forma intensa, e de dentro do oceano começa a surgir um pedaço de terra, uma ilha conhecida como monte da criação.
Surge então uma flor de lótus no meio desta ilha, e de dentro da flor surge o deus solar Rá, que ao abrir os olhos inundou o mundo com sua luz radiante, contemplando o imenso vazio que ainda deveria ser totalmente criado. De seus olhos escorre uma lágrima que penetrou no na terra e de onde surgirá mais tarde a humanidade. Depois disto Rá fecharou os olhos e começou a criar os deuses para lhe fazerem companhia. Surgem então Tefnut, deusa da água, Shu, deus do ar, que vão habitar o firmamento, e da união destes surgem Geb, deus da terra e Nut deusa do firmamento.
Quando Geb e Nut nasceram, Shu percebeu que os irmãos estavam unidos e, num ímpeto de fúria, elevou nos braços a sua filha Nut e a suspendeu bem alto, separando-a de Geb, pisando sobre ele. E foi nesse instante que Nut virou o céu, Geb se transformou na terra e o nosso planeta foi criado.
Ainda hoje, durante o dia eles são separados pelo próprio pai - Shu, o poderoso deus do ar. Mas como eles se amam incondicionalmente, todas as noites eles se encontram escondidos de Shu, exatamente quando o sol se apaga ao entardecer. É a deusa Nut que o engole o astro rei para descer vestida de estrelas com o seu corpo nu, para se encontrar com o Geb, criando a escuridão da noite para que o encontro seja secreto. Então, eles se unem a partir de cada crepúsculo.
Em seguida vão surgiu os deuses da primeira geração que serão aqueles que vão habitar a sagrada terra do Egito. são eles as deusas Isis e Néftis, os deuses Osiris e Seth. Sendo Osíris o primogênito, e aquele que veio ao mundo para cumprir o ciclo de vida e morte. Foi também ele o grande deus que ensinarou aos homens, as artes da agricultura e do culto, pois os homens ainda estavam envoltos em sua forma mais bárbara e primitiva de vida, espalhando assim a civilização pelo mundo. Ele também é o primeiro deus a possuir forma humana e reinar sobre as criaturas. Ao seu lado está Isis, sua irmã e esposa, juntos vão reinar as terras entorno do Rio Nilo e aos poucos farão com que o povo prospere. 
Ísis e Osíris tiveram um filho chamado Hórus. Hórus passou a comandar o mundo e abriu o precedente para os faraós que o sucederam.

domingo, 4 de junho de 2017

A lenda da criação do mundo - Mitologia Asteca

Ometeotl
O criador do mundo era o Ometeotl deus, que era macho e fêmea e deu à luz quatro deuses: Tezcatlipoca, Quetzalcoatl,  Tlaloc e Chalchiuthlicue. Esses deuses acabaram por criar o mundo e todas as outras divindades. Em seguida, eles tiveram que dar a luz aos seres humanos e para isso, um dos deuses tiveram que se sacrificar para o fogo. 
O Primeiro Sol, chamado naui-ocelotl (quatro-jaguar), habitado por Gigantes chegou ao fim quando foram mortos por jaguares enviados por Tezcatlipoca, os grandes felinos teriam descido das montanhas e devorado a humanidade.
O Segundo Sol, chamado naui-eecatl (quatro-vento), teria sido destruído por Quetzalcoatl, este mundo chegou ao fim através de furacões e enchentes. O deus do vento teria soprado sobre o mundo um vento mágico, assomada pelo grande vento os humanos fugiram para o topo das árvores, transformando-se em macacos.
Tezcatlipoca
O Terceiro Sol foi dominado pela água e sua deidade dominante era Tlaloc. Povos que habitaram este mundo comeu sementes aquáticas. Este mundo chegou ao fim quando o deus Quetzalcoatl fez chover fogo e cinzas. Os seres humanos sobreviventes viraram aves e outros foram substituídos por outros animais.
O quarto Sol, chamado naui-quiauitl (quatro-chuva), teria sido destruído por Chalchiuhtlicue,  irmã e esposa de Tlaloc, a deusa da água, teria criado um imenso dilúvio que teria submergido o mundo em águas destruindo toda a humanidade, os sobreviventes viraram peixe para não morrerem no diluvio causado pela deusa. 
O quinto Sol (nosso Sol), denominado naui-ollin (quatro-terremoto) teria sido recriado pela bondade de Quetzalcoatl, que resgatou do inferno (reino do deus Mictlantecuhtli) os ossos dos mortos e, regando-os com seu próprio sangue, restaurou-lhes a vida para reinar entre eles. Porém Tezcatlipoca expulsou-o para Tlillan Tlapallan, de onde prometeu voltar para resgatar seu trono.
Quetzalcoatl
No quinto sol, tudo era negro e morto. Os deuses se reuniram em Teotihuacán para discutir a quem caberia a missão de criar o mundo, tarefa que exigia que um deles teria que se jogar dentro de uma fogueira. O Huehueteotl, o deus do fogo, começou uma fogueira sacrificial, mas nenhum dos deuses mais importantes queria saltar para dentro das chamas. O selecionado para esse sacrifício foi Tecuciztecatl. No momento fatídico, Tecuciztecatl retrocede ante o fogo; mas o segundo, um pequeno Deus, humilde e pobre, Nanahuatzin, se lança sem vacilar à fogueira, convertendo-se no Sol. Ao ver isto, o primeiro Deus, sentindo coragem, decide jogar-se transformando-se na Lua
Ainda assim, os dois astros continuavam inertes e é indispensável alimentá-los para que se movam. Então outros deuses decidiram sacrificar-se e dar a “água preciosa”, necessária para criar o sangue. Por isso se os homens são obrigados a recriar eternamente o sacrifício divino original.

O Quinto Sol era o mundo em que viviam os astecas. Tonatiuh o deus sol era a deidade. Os astecas se consideravam o "Povo do Sol" e, portanto, seu dever era para nutrir o dom de Deus através de oferendas e sacrifícios de sangue. Na falta de fazer isso teria causado o fim do seu mundo, o desaparecimento do sol no céu. Este mundo é caracterizada pelo signo Ollin, que significa movimento. De acordo com as crenças astecas, este indicou que este mundo chegaria a um fim através de terremotos.
Tlaloc
Os Astecas viviam com o tormento do fim do mundo; ou como eles chamavam, do fim do Sol; sobre suas cabeças. Para eles, a humanidade atual seria a quinta, tendo, portanto, sido precedida por outras quatro. A cada ciclo de 52 anos, segundo a mitologia Mexicana, o mundo corria sério risco de extinção, pois isso já havia ocorrido outras vezes no passado. O período de  52 anos era um número pragmático para os Astecas, por corresponder à metade do tempo que levava para que o início de um ano terrestre coincidisse com o início de um ano de Vênus, planeta pelo qual os Astecas tinham adoração. Para impedir nosso mundo de ser destruído, coisa que os Astecas acreditavam que pudesse acontecer a cada 52 anos, eles faziam uma cerimônia especial chamada de Fogo Novo. Em todas as casas, se apagava o fogo e se quebrava toda a louça, os sacerdotes escolhiam um prisioneiro para ser sacrificado e o conduziam até o topo do monte uixachtecatl. Lá, o prisioneiro era sacrificado, tendo seu peito aberto por uma faca de sílex. Depois, um dos sacerdotes pressionava uma tocha acessa contra o peito aberto do indivíduo (às vezes ainda vivo) quando o fogo da tocha se apagava, era considerado aceso o Fogo Novo. 
Chalchiuthlicue
Para festejar, cada família reacendia seu fogo e comprava louças novas, enquanto que o Tlatoani realizava alguma obra (geralmente a ampliação do Grande Templo) como forma de expressar sua gratidão aos deuses por mais 52 anos de existência. Ao todo, foram realizadas sete cerimônias do Fogo Novo (1195, 1247, 1299, 1351, 1403, 1455 e 1507), a primeira delas enquanto os Astecas ainda estavam em marcha para o México. A oitava, prevista para 1559, não se realizou porque o Império já havia sido conquistado pelos Espanhóis.

sábado, 3 de junho de 2017

A lenda da criação do mundo - Mitologia Grega

Caos é o nome do deus responsável pela criação do mundo. Esta divindade vivia sozinha, em um completo vazio, uma escuridão disforme, o nada. Caos criou a noite Nix (a noite) e Érebo (as trevas), eles vivem assim por um tempo onde só existia escuridão e silêncio, mas surgiu Gaia (a terra), ela era lindíssima, cheia de vida e alegria. Mas o Caos também continha o pavoroso Ébero, um reino sombrio e escuro que se encontrada nas profundidades da Terra.
Nix engravida de Érebo e da origem a Éter (o ar) e a Hemera (o dia). Gaia gera de si mesma Urano (o céu). Urano reinava sobre todos os outros deuses, e tendo coberto a Terra com seu infinito manto azul, a desposou, e desta união nasceram os titãs.
Um deles era Oceano, que se espalhou sobre a Terra gerando rios e lagos. Dois dos filhos e Urano, os titãs Hipérion e sua esposa Téia foram os pais de três lindos deuses: Hélio (o sol), Aurora e a Lua. Outro filho de Urano era Cronos, o tempo.
Urano também concebeu os Ciclopes, gigantes de um olho só, que possuíam poderes sobre o fogo, as tempestades e trovões. Viviam no alto de uma montanha, um vulcão, onde mantinham sua chama acesa e forjavam armas.  Entre os filhos de Urano estavam também os poderosos gigantes de cem mãos. Estes últimos, em determinado momento, desrespeitaram o pai Urano, que por sua vez, enfurecido os exilou para as profundezas do Tártaro junto com outros titãs.
Cronos, que sonhava em silêncio em se tornar o senhor de todas as coisas, e se baseando nos erros de seu pai, se revoltou contra este. Se armou de uma foice, e foi atrás de Urano. Ao encontrá-lo adormecido, deu um golpe em Urano que o feriu gravemente. Uranos não poderia então ter mais filhos e Cronos tomou o poder. Urano porém o amaldiçoou dizendo “que um dia seus filhos façam a você o que acaba de fazer com seu próprio pai". Cronos libertou das profundezas alguns de seus irmãos, mas lá deixou os gigantes de cem mãos por não confiar neles. O ato de crueldade de Cronos, fez com que muitos deuses ficassem contra ele, e foi em seu reinado que surgiu o mal no mundo.
Cronos se casou com Réia e teve filhos, mas como ele tinha medo de que a profecia se realizasse, começou a devorar seus filhos, mas Réia escondeu o mais novo Zeus. Zeus depois de mais velho liberta os hecatônquiros e os cíclopes com a ajuda de Gaia, ele sobe o Olimpo e derrota seu pai, depois de muito tempo Zeus da origem a seu filho Hefesto, Hefesto constrói o primeiro mortal que ele deu o nome de Pandora.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

A lenda da criação do mundo - Mitologia Chinesa

Diz a lenda chinesa sobre a criação do mundo que, no início, não havia nada além do vazio chamado Dao. E do Dao criou-se um ovo negro, que foi chocado por dezoito mil anos. Dentro deste ovo, Yin, Yang e Panku coexistiram em um estado de unicidade por todo este tempo.
Com muita determinação, Panku rompeu a casca do ovo e foi criado o Universo. Yin, mais pesado, foi para baixo e formou a Terra. Yang, mais leve, subiu e formou o Céu. Panku, assustado com sua criação, rapidamente afastou as pernas e ergueu os braços, segurando Céu e Terra e impedindo que eles voltassem a se unir. Depois de dezoito mil anos, Panku descansou.
Sua respiração tornou-se o vento; sua voz, o trovão. Seu olho esquerdo se transformou no Sol e o direito na Lua. Seu corpo deu origem às montanhas e seu sangue formou os rios. Seus músculos deram origem à Terra. Sua barba formou os arbustos e mudas de plantas, e seus pêlos formaram as florestas. Sua pele virou o chão, seus ossos os minerais e sua medula, todas as pedras preciosas. Seu suor caiu como chuva. E todas as pequenas criaturas que viviam em seu corpo, como pulgas, piolhos e pequenas bactérias, foram carregadas pelo vento e deram origem a todos os dez mil seres, que se espalharam pelo mundo.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Criacionismo - A origem da vida e a evolução do homem

A origem do homem e do mundo são duas questões que ocuparam a mente do homem nas mais diversas culturas e tempos históricos. Afinal de contas, a nossa existência e a das coisas que nos rodeiam se deram de que maneira? 
A criação de Adão.
Cena representa episódio do Livro do Gênesis,
onde Deus origina o homem.
(Foto: Michelangelo/Reprodução)
De fato, essa é uma questão complexa e, por isso, ganhou uma gama de respostas que não poderiam ser simplesmente comportadas em um único texto. Entretanto, podemos dar especial destaque sobre os princípios e implicações da chamada teoria criacionista. 
Conceitualmente, o criacionismo é uma forma de explicação sobre a origem do mundo onde se busca atribuir a constituição das coisas à ação de um sujeito criador. Sem dúvida, essa teoria ganhou espaço em diferentes culturas espalhadas pelo mundo e apareceu muito antes que o discurso científico viesse a tratar dessa mesma questão. Nos mais diferentes contextos culturais, temos a elaboração de um mito criacionista capaz de nos revelar interessantes concepções sobre a civilização que o produziu.
Criacionismo na mitologia egípicia
Entre os egípcios havia a crença de que antes do mundo surgir existiam somente as trevas e a chamada “água primordial” (o que faz clara referência ao Rio Nilo). A partir dessa água primordial teria surgido o deus Atum, que deu origem a descendentes responsáveis pela criação dos ares, das terras e do céu. 
Criacionismo na mitologia grega
Na mitologia grega, o mundo seria fruto dos filhos gerados a partir de Caos. Entre todos os descendentes, foi da união de Urano (céu) e Gaia (terra) que o mundo teria surgido.
A a origem do homem ao feito dos titãs Epimeteu e Prometeu. Epimeteu teria criado os homens sem vida, imperfeitos e feitos a partir de um molde de barro. Por compaixão, seu irmão Prometeu resolveu roubar o fogo do deus Vulcano para dar vida à raça humana. 
Criacionismo na mitologia chinesa
Já a mitologia chinesa atribui a criação da raça humana à solidão da deusa Nu Wa, que, ao perceber sua sombra sob as ondas de um rio, resolveu criar seres à sua semelhança.
Criacionismo no cristianismo
O cristianismo adota a Bíblia como fonte explicativa sobre a criação do homem. Segundo a narrativa bíblica, o homem foi concebido depois que Deus criou céus e terra. Também feito a partir do barro, o homem teria ganhado vida quando Deus assoprou o fôlego da vida em suas narinas. Outras religiões contemporâneas e antigas formulam outras explicações, e algumas chegam a ter pontos de explicação bastante semelhantes.
Criacionismo no Judaismo
Uma das mais conhecidas narrativas criacionistas do mundo Ocidental foi instituída pelas religiões judaico-cristãs. O chamado criacionismo bíblico relata que Deus teria feito a terra em sete dias. No primeiro dia teria construído o universo e a Terra. No segundo e no terceiro, estabeleceu os céus, as terras e mares do mundo. Nos dois dias seguintes apareceram os primeiros seres vivos e a separação do dia e da noite. No sexto e último dia, surgiram os demais animais e o homem.

Com o surgimento da teoria evolutiva, muitos passam a criticar sistematicamente as teorias criacionistas e passaram a considerá-las uma espécie de pensamento falso. Em contrapartida, muitos criacionistas passaram a advogar em defesa do Neocriacionismo, teoria onde a vida teria sido atribuída por um ser superior que abriu portas para que todo o processo evolutivo acontecesse. 
A partir dessas disputas, vemos ciência e religião se colocarem em campos de forte oposição. Entretanto, podemos colocar as duas terias em grau de importância equivalente ao admitirmos que ciência e religião possuem grande importância no interior de muitas culturas. Dessa maneira, antes de detrair alguma destas teorias, seria interessante encará-las como formas de interpretação distintas do mundo, sem necessariamente colocar em disputa o alcance de uma verdade absoluta. Pautadas em princípios distintos, criação e evolução podem coexistir no campo de debates desse assunto milenar.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Existe vida fora do Facebook?

Neste ultimo domingo fiquei conectado mais ou menos 12 horas no Facebook.
Sério, fiquei vendo imagens, curtindo paginas, comentando status de amigos e conversando com outros, além de ficar de 5 em 5 minutos atualizando a pagina.
Fique muito preocupado, se eu tivesse usado esse tempo para algo mais útil, como por exemplo, lido um livro, pedalado até Bueno, corrido no Parque Infantil, sair para conversar com as pessoa, teria sido melhor.
Então tomei um desafio de não mais mexer no Facebook, uma vez que entro na internet só entro no Facebook.
Acho melhor assim prefiro ter contato com e-mail, carta, msn, blog ou coisa assim.
Bom eu desativei a minha conta, as pessoas que querem o meu contato mesmo me liguem, mesmo porque eu chamava um monte de gente pra conversar somente uma ou duas respondia, então a maioria não vai sentir falta.
Eu não exponho muito a minha vida, mesmo por que ela não tem muita coisa de interessante para se expôr,  então não sentiram muito a minha falta e os que sentirem, me ligaram.
Bem, por enquanto estou a dois dias sem Facebook e até então esta razoável.
Bom é só isso..
Partiu...

terça-feira, 9 de maio de 2017

Liçoes de homem que seu pai não te ensinou

Estas lições que vão te dar um “choque de realidade” e que são capazes de realmente mudar a sua vida, se você assim desejar. Esclareço que não tenho a intenção de ensinar a ninguém como viver a própria vida. A única intenção é compartilhar lições importantes sobre compreensão de si e da vida, e espero que isso venha servir como inspiração para você.
• Dinheiro - O dinheiro com certeza facilita a vida mais não é o objetivo do jogo!
• Problemas - Salte sobre seus problemas e tente afasta-los de você!
• Oportunidades - Sempre é bom aproveitar ao máximo as oportunidades que aparece.
• Cresça - Viva e e seja forte!
• Amor - As princesas sempre estão esperando por um príncipe, mais na maioria das vezes elas se contentam com o primeiro que salva ela do castelo!
• Amigos - Sempre tenha um por perto para te ajudar a passar pelas fases difíceis!
• Game Over - O fim do jogo é igual para todo mundo então curta o jogo e relaxe divirta-se muito durante o gameplay!
• Vida - Aprenda a ter consciência daquilo que é importante em sua vida e o que não é. Não desperdice seu precioso tempo e energia em coisas que não irão te levar a lugar nenhum. 
• Força - Não projete sua força ou fraqueza nos outros. Observe suas características que admira e também as que você menospreza.
• Vitória - Você nem sempre irá conseguir aquilo que quer, mas se tentar, algumas vezes você encontra.
• Honra - Um Homem honrado não tem um comportamento infantil, se você tem problema com alguém, fale. 
• Sofrimento - Sorria, mesmo quando tudo for tristeza. Encare diretamente seu sofrimento, sem medo.
• Amizade - Valorize seus amigos da mesma forma que eles te valorizam, lute por aqueles que lutarem por ti, reconheça-os e defenda-os quando necessário.
• Origem - Orgulhe-se de quem você é e de onde veio, você é e sempre será insubstituível.
• Sucesso - Jamais compare sua vida ou seu nível de sucesso com outras pessoas, compare sua vida e sucesso apenas com seu passado, tudo aquilo que já fez e deixou de fazer para chegar onde está hoje.
• Honestidade - Mostre quem você realmente é sendo honesto com si e com aqueles que te cercam, não tenha medo de dizer aquilo que DEVE ser dito.
• Propósito - Descubra seu propósito de vida e continue nele.
• Propósito - Não busque aprovação. Quando as pessoas não gostam de você ou de algo que você fez, isso é problema dele(a)".


quarta-feira, 3 de maio de 2017

Revoltas da República Velha

Durante a República Velha 1889 a 1930, aconteceram revoltas, na sua grande maioria, provocadas por questões políticas, religiosas, misérias, disputas de terras ou pelo poder.

As principais revoltas ocorridas nesse período foram:
1 - Revolta da Armada/Federalista: A chamada Revolta da Armada foi um movimento de rebelião promovido por unidades da Marinha do Brasil contra o governo do marechal Floriano Peixoto, supostamente apoiada pela oposição monarquista à recente instalação da República

2 - Revolta de Canudos: A chamada Guerra de Canudos, revolução de Canudos ou insurreição de Canudos, foi o confronto entre um movimento popular de fundo sócio-religioso e o Exército da República, que durou de 1896 a 1897, na então comunidade de Canudos, no interior do estado da Bahia, no Brasil. O episódio foi fruto de uma série de fatores como a grave crise econômica e social em que encontrava a região à época, historicamente caracterizada pela presença de latifúndios improdutivos, situação essa agravada pela ocorrência de secas cíclicas, de desemprego crônico; pela crença numa salvação milagrosa que pouparia os humildes habitantes do sertão dos flagelos do clima e da exclusão econômica e social.

3 - Revolta da Vacina: No inicio do século XX, a cidade do Rio de Janeiro, como capital da República, apesar de possuir belos palacetes e casarões, tinha graves problemas urbanos: rede insuficiente de água e esgoto, coleta de resíduos precária e cortiços  super povoados. Alastravam-se, sobretudo, grandes epidemias de febre amarela, varíola e peste bubônica. Nesse ambiente proliferavam muitas doenças tuberculose, o sarampo, o tifo e a hanseníase. Decidido a sanear e modernizar a cidade, o então presidente da República Rodrigues Alves (1902-1906) deu plenos poderes ao prefeito Pereira Passos e ao médico Dr.Oswaldo Cruz para executarem um grande projeto sanitário. O prefeito pôs em prática uma ampla reforma urbana, que ficou conhecida como bota abaixo, em razão das demolições dos velhos prédios e cortiços, que deram lugar a grandes avenidas, edifícios e jardins. Milhares de pessoas pobres foram desalojadas à força, sendo obrigadas a morar nos morros e na periferia.

4 - Contestado: A Guerra do Contestado foi um conflito armado entre a população cabocla e os representantes do poder estadual e federal brasileiro travado entre outubro de 1912 a agosto de 1916, numa região rica em erva-mate e madeira disputada pelos estados brasileiros do Paraná e de Santa Catarina. Originada nos problemas sociais, decorrentes principalmente da falta de regularização da posse de terras, e da insatisfação da população hipossuficiente, numa região em que a presença do poder público era pífia, o embate foi agravado ainda pelo fanatismo religioso, expresso pelo messianismo e pela crença, por parte dos caboclos revoltados, de que se tratava de uma guerra santa.

5 - Revolta da Chibata: A Revolta da Chibata foi um movimento de militares da Marinha do Brasil, planejado por cerca de dois anos e que culminou com um motim que se desenrolou de 22 a 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, à época a capital do país, sob a liderança do marinheiro João Cândido Felisberto. Na ocasião, mais de dois mil marinheiros rebelaram-se contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos como punição, ameaçando bombardear a cidade. Durante os seis dias do motim seis oficiais foram mortos, entre eles o comandante do Encouraçado Minas Gerais, João Batista das Neves.

6 - Revolta de 1930: A Revolução de 1930 foi o movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Sul, que culminou com o golpe de Estado, o Golpe de 1930, que depôs o presidente da república Washington Luís em 24 de outubro de 1930, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha. Em 1929, lideranças de São Paulo romperam a aliança com os mineiros, conhecida como política do café-com-leite, e indicaram o paulista Júlio Prestes como candidato à presidência da República. Em reação, o Presidente de Minas Gerais, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada apoiou a candidatura oposicionista do gaúcho Getúlio Vargas. Em 1º de março de 1930, houve eleições para presidente da República que deram a vitória ao candidato governista, que era o presidente do estado de São Paulo Júlio Prestes. Porém, Júlio Prestes não tomou posse, em virtude do golpe de estado desencadeado a 3 de outubro de 1930, e foi exilado.

7 - Revolta Constitucionalista: A Revolução Constitucionalista de 1932, Revolução de 1932 ou Guerra Paulista, foi o movimento armado ocorrido no Brasil entre os meses de julho e outubro de 1932, onde o Estado de São Paulo visava a derrubada do Governo Provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição para o Brasil. Foi uma resposta paulista à Revolução de 1930, a qual acabou com a autonomia que os estados gozavam durante a vigência da Constituição de 1891. A revolução de 1930 impediu a posse do governador de São Paulo Júlio Prestes na presidência da República e derrubou do poder o presidente Washington Luís que fora governador de São Paulo de 1920 a 1924. Atualmente, o dia 9 de julho que marca o início da Revolução de 1932, é a data cívica mais importante do estado de São Paulo e feriado estadual. Os paulistas consideram a Revolução de 1932 como sendo o maior movimento cívico de sua história.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Revoltas do Brasil - 1893 - Revolta da Armada

A Revolta da Armada foi um movimento contra o presidente Floriano Peixoto que irrompeu no Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1893. Praticamente toda a marinha se tornou antiflorianista.
O principal combate ocorreu na Ponta da Armação, em Niterói, a 9 de fevereiro de 1894. O governo conseguiu a vitória graças a uma nova esquadra, adquirida e aparelhada no exterior, e debelou a rebelião em março.
Foi um conflito armado transcorrido em duas fases, fomentado pela Marinha brasileira em represália, inicialmente, ao governo do Marechal Deodoro da Fonseca e à atuação de seu vice, Marechal Floriano Peixoto. Ocorreu em duas fases:
Primeira Revolta Armada - Aconteceu no ano de 1891, em represália à maneira de atuar do então presidente da República Marechal Deodoro da Fonseca que, ao ver-se diante de sérios problemas para lidar com os partidos políticos contrários ao governo - representados pela nata cafeicultora -, resolveu tomar uma atitude radical, fechar o Congresso, transgredindo a Constituição de 1891. Uma ação coletiva por parte de alguns centros da marinha, entre eles o da Baía de Guanabara, que se revoltaram e prometeram atacar a cidade do Rio de Janeiro, então capital da República.
Para evitar o pior, Deodoro da Fonseca, então com apenas nove meses de gestão, decidiu renunciar. Seu vice, Floriano Peixoto, assume provisoriamente, pois segundo a Constituição, no prazo sumo de dois anos seriam chamadas novas eleições presidenciais. Quando se aproximava o fim de seu mandato a oposição começou a alardear que Floriano pretendia continuar no governo ilicitamente
Segunda Revolta Armada - Teve início com uma agitação encabeçada por alguns generais, que enviaram uma carta ao presidente Floriano Peixoto ordenando-lhe que convocasse imediatamente novas eleições, em obediência à Constituição. O presidente coibiu severamente a insubordinação, ordenando a prisão dos condutores do levante. O golpe era comandado pelos oficiais superiores da armada Saldanha da Gama e Custódio de Melo, que ambicionava substituir Floriano Peixoto.
O movimento retratava a insatisfação da Marinha, que se sentia politicamente inferior ao Exército. O levante não encontra apoio necessário no Rio de Janeiro, migrando então para o Sul. Algumas tropas se aquartelaram na cidade de Desterro – Atual Florianópolis – e tentaram um acordo com os gaúchos partidários do federalismo, porém sem êxito. Em março de 1894 o Presidente da República, amparado pelas forças do Exército brasileiro, pelo Partido Republicano Paulista e contando com uma nova frota de navios obtida com urgência no exterior, abafou o movimento.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Revoltas do Brasil - 1848 - Revolução Praieira

Nascida da rivalidade entre os partidos Liberal e Conservador, o movimento acabou se transformando em choque de classes. Os praieiros lutaram de 1848 a 1849, exigindo voto livre e democrático, liberdade de imprensa e trabalho para todos, inspirados nas revoluções populares de 48, na Europa. As forças imperiais reagiram e mais de 500 revolucionários foram mortos.
Quadro do porto do Recife no século 19, de Emil Bauch.
A Revolução Praieira foi um conflito ocorrido durante o período imperial brasileiro. Seu centro foi Pernambuco, a então mais importante província do Nordeste brasileiro. Economicamente, possuía alto valor pela pujança de sua economia açucareira. Politicamente, o estado, representado por sua elite açucareira, gozava de alto prestígio junto ao governo central no Rio de Janeiro.
A política pernambucana na época era dominada pelos membros da família Cavalcanti, tradicional e rica. Os Cavalcanti exerciam seu poder no estado de modo bastante absoluto e agressivo. Esse corriqueiro desmando gerou, com o tempo, uma grande insatisfação popular na região, que só cresceu quando somada à monopolização do comércio pela elite portuguesa.
Revolução Praieira: o levante que se
pôs contra o governo de Dom Pedro II
No entanto, os Cavalcanti disputavam poder com a ascendente família Rego de Barros. Essa disputa adquiriu contornos institucionais quando os Cavalcanti se alinham ao Partido Liberal, e a família rego de Barros se faz representar pelo Partido Conservador. A disputa, no entanto, era tranquila e centrada apenas no revezamento do controle da região entre as duas famílias e os dois partidos gerando frequentes acordos familiares com facilidade. Por meio desses acordos Francisco de Paula Cavalcanti foi eleito presidente da província em 1837. Também a sucessão foi garantida, com Francisco Rego de Barros ascendendo ao seu lugar, em 1840.
Em 1842 ocorrem algumas divergências entre membros do Partido Liberal que consideravam que Barros dava preferência à família Cavalcanti em suas decisões políticas. Então seus dissidentes acabam por fundar outro partido, denominado Partido Nacional Pernambucano. Outro fator que colabora com a insatisfação e com as disputas entre os grupos políticos era a questão escravagista. A essa altura, a Inglaterra pressionava seus aliados na direção do fim do tráfico de negros e mesmo da escravidão. Essa pressão surte efeitos em toda a sociedade, elevando o preço dos escravos e gerando problemas. Porém, para as famílias Cavalcanti e Rego de Barros, as medidas não surtiam efeitos, pois recorriam sem pudor ao contrabando de mão de obra negra.
A disputa entre ambos os partidos adquire novos contornos quando eles recorrem à imprensa. Cada qual cria um jornal no qual defende suas narrativas e pontos de vista e ataca o outro.
Os Conservadores, chamados “guabirus” (ratos) criam o Diário de Pernambuco enquanto os Liberais, chamados “Praieiros” (pois a sede do jornal ficava na rua da praia) criaram o chamado Diário Novo. Esse duelo de narrativas no campo da imprensa durou até 1844.
Paulatinamente, o Partido da Praia cresce e elege deputados da Assembleia Legislativa Provincial, demonstrando força política. Nesse mesmo momento, o presidente da província passa a ser Antônio Pinto Chichorro da Gama.
 Ações Militares da  Revolução Praieira.
No poder, os praieiros demitem funcionários nomeados pelos conservadores, desmontando o aparato do governo anterior, mas, ao mesmo tempo, causando um grande problema administrativo.
O governo de Chichorro dura até 1847 e sua saída gera instabilidade política. Essa situação, somada à retomada conservadora no governo central no Rio de Janeiro e ao novo governo de Pernambuco, que foi eleito com o objetivo claro de sufocar manifestações e revoltas, criam as condições para o início da revolta praieira.
O programa dos praieiros contemplava, entre outras medidas, a liberdade de imprensa garantida como direito, a liberdade e universalidade de voto, contemplando novas classes e assegurando a vontade popular e o controle nacional do comércio, até então em mãos da elite portuguesa.
No início de 1849 os praieiros entram em Recife. Contando com a liderança de Pedro Ivo realizam ataques a Recife e Paraíba, no entanto, as forças rebeldes não tem poderio suficiente para sustentar o combate. A rendição é rápida. O fim da rebelião se dá em 1848. Em 1851 o governo concede a Anistia aos líderes revolucionários presos.


domingo, 30 de abril de 2017

Revoltas do Brasil - 1838 - Balaiada

Movimento insurrecional extenso e profundo, sacudiu o Maranhão - e parte do Piauí e do Ceará - de 1838 a 1841. Começou a partir de uma reivindicação política, o restabelecimento dos juízes de paz, mas ganhou proporções maiores. Os rebeldes chegaram a ter 11 mil homens armados. Para controlar a situação, foi decretada anistia para os revoltosos, o que esvaziou a insurreição.
Tropas do Império se preparam para atacar
os revoltosos da Balaiada. Ilustração: Rugendas.
Balaiada é no nome pelo qual ficou conhecida a importante revolta que se deu no Maranhão do século XIX. É mais um capítulo das convulsões sociais e políticas que atingiram o Brasil no turbulento momento que vai da independência do Brasil à proclamação da República.
Naquele momento, a sociedade maranhense estava dividida, basicamente, entre uma classe baixa, composta por escravos e sertanejos, e uma classe alta, composta por proprietários rurais e comerciantes.
Para ampliar sua influência junto à política e à sociedade, os conservadores tentam através de uma medida, ampliar os poderes dos prefeitos. Essa medida impopular faz com que a insatisfação social cresça consideravelmente, alimentando a revolta conhecida como Balaiada.
'Escravidão no Brasil'', quadro
de Jean-Baptiste Debret.
A Balaiada foi uma reação e uma luta dos maranhenses contra injustiças praticadas por elites políticas e as desigualdades sociais que assolavam o Maranhão do século XIX.
A origem da revolta remete à confrontação entre duas facções, os Cabanos (de linha conservadora) e os chamados “bem-te-vis” (de linha liberal). Eram esses dois partidos que representavam os interesses políticos da elite do Maranhão.
Até 1837, o governo foi chefiado pelos liberais, mantendo seu domínio social na região. No entanto, diante da ascensão de Araújo de Lima ao governo da província e dos conservadores ao governo central, no Rio de Janeiro, os cabanos do Maranhão afastaram os bem-te-vis e ocuparam o poder.
Essa mudança dá início à revolta em 13 de dezembro de 1838, quando um grupo de vaqueiros liderados por Raimundo Gomes invade a cadeia local para libertar amigos presos. O sucesso da invasão dá a chance de ocupar o vilarejo como um todo.
Enquanto a rivalidade transcorria e aumentava, Raimundo Gomes e Manoel Francisco do Anjos Ferreira levam a revolta até o Piauí, no ano de 1839. Este último líder era artesão, e fabricava cestos de palha, chamados de balaios na região, daí o nome da revolta. Essa interferência externa altera o cenário político da revolta e muda seu rumo.
Devido aos problemas causados aos interesses da elite da região, bem-te-vis e cabanos se unem contra os balaios.
Ações de Caxias no Maranhão.
A agitação social causada pela revolta beneficia os bem-te-vis e coloca o povo em desagrado contra o governo cabano. Em 1839 os balaios tomam a Vila de Caxias, a segunda cidade mais importante do Maranhão. Uma das táticas para enfraquecer os revoltosos foram as tentativas de suborno e desmoralização que visavam desarticular o movimento.
Em 1839 o governo chama Luis Alves de Lima e Silva (depois conhecido como Duque de Caxias) para ser presidente da província e, ao mesmo tempo, organizar a repressão aos movimentos revoltosos e pacificar o Maranhão. Esse é tido como o início da brilhante carreira do militar.
O Comandante resolveu os problemas que atravancavam o funcionamento adequado das forças militares. Pagou os atrasados dos militares, organizou as tropas, cercou e atacou redutos balaios já enfraquecidos por deserções e pela perda do apoio dos bem-te-vis. Organizou toda a estratégia e a execução do plano que visava acabar de vez por todas com a revolta.
Em 1840 a chance de anistia, dada pelo governo, estimula a rendição de 2500 balaios, inviabilizando o já combalido exército. Os que resistiram, foram derrotados. A Balaiada chega ao fim, entrando pra história do Brasil como mais um momento conflituoso da ainda frágil monarquia e da história do Brasil.

sábado, 29 de abril de 2017

Revoltas do Brasil - 1837 - Sabinada

A revolta feita por militares e integrantes da classe média e rica da Bahia pretendia implementar uma república. Em 7 de novembro de 1837, os revoltosos tomaram o poder em Salvador e decretaram a República Bahiense. Cercados pelo exército governista, o movimento resistiu até meados de março de 1838. A repressão foi violenta e milhares foram mortos ou feitos prisioneiros.
Imagem do seculo XIX, mostrando Salvado ao fundo. 
Quando Dom Pedro I deixou o cargo de imperador do Brasil, iniciou-se um período em que seu sucessor não possuía idade suficiente para assumir a liderança do Império. Este período foi chamado de regencial e foi comandado por várias pessoas, permitindo conflitos e questionamentos sobre a centralização monárquica e introduzindo questões sobre o federalismo republicano. Outro movimento que ganhou expressão foi a manifestação contra os portugueses, pois controlavam a maior parte do comércio e ocupavam a maioria dos cargos administrativos, políticos e militares. As manifestações eram no sentido de permitir aos brasileiros maior controle em suas terras, já que a independência completava mais de uma década.
Todo esse ambiente de questionamento se repetiu na capital baiana e culminou com a renúncia do regente Diogo Antônio Feijó, que não foi capaz de controlar as revoltas. O período no qual predominava o antilusitanismo foi também marcado pela chamada crise federalista.
Bandeira da República Bahiense: criada durante a Sabinada
A Sabinada foi um movimento cujo nome é proveniente do médico e jornalista Francisco Sabino Vieira. Ocorrido na capital baiana, Salvador, o movimento está inserido na tradição da Bahia pela autonomia política como acontecera com outros movimentos: Conjuração Baiana e Independência da Bahia, por exemplo. Sabino e seus apoiadores proclamaram a República Baiana, no dia 7 de novembro de 1837, representando um rompimento com o governo imperial da época. A província, então, negaria qualquer regência e só responderia ao Imperador Dom Pedro II, quando tivesse idade suficiente para assumir seu cargo. Os revoltosos tomaram o Forte de São Pedro e o Governo Provincial tentou combate-los enviando tropas do exército. Os soldados representantes do governo, contudo, acabaram aderindo ao movimento dos revoltosos, o que forçou a saída do Presidente da Província e do Comandante das Armas em busca de refúgio.
O movimento foi se expandindo gradativamente e conquistando adeptos. O prédio da Câmara Municipal foi ocupado. Francisco Sabino liderava o movimento pela formação de um estado republicano na Bahia e defendia que seu presidente fosse o advogado Inocêncio da Rocha Galvão, que estava exilado, e que seu vice fosse João Carneiro Rego. Construiu-se toda uma organização administrativa do novo estado republicano e Salvador foi dominada por aproximadamente quatro meses, até março de 1838. Mas o movimento não foi apoiado pela classe mais baixa da sociedade naquele momento, os escravos, e nem mesmo pelas elites. Mantendo-se característico da classe média urbana. Sem contar com um desses dois apoios, o Governo Imperial agiu com rigor. A repressão isolou a cidade de Salvador e o ataque causou a morte de mais de cinco mil pessoas e os rebeldes capturados foram julgados posteriormente pelos latifundiários da região, que abusaram de crueldade. Alguns dos líderes morreram durante o ataque do Governo Imperial, mas Francisco Sabino ficou preso na Fazenda Jacobina, em Mato Grosso, local que era muitos distante e pouco habitado, na época. Já outros líderes conseguiram escapar e integraram, mais tarde, a Revolução Farroupilha. Como é o caso de Daniel Gomes de Freitas e João Rios Ferreira, por exemplo.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Revoltas do Brasil - 1835 - Guerra dos Farrapos

''Carga de Cavalaria'', quadro de Guilherme Litran, 1893
Uma das mais extensas rebeliões deflagradas no Brasil (de 1835 a 1845) aconteceu no Rio Grande do Sul tinha caráter republicano. O grupo liberal dos chimangos protestava contra a pesada taxação do charque e do couro e chegou a proclamar independência do RS. Depois de várias batalhas, o governo brasileiro concedeu a anistia a todos.
A Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha ocorreu no sul do Brasil, mais especificamente no Rio Grande do Sul entre os anos de 1835-1845. A região que corresponde ao estado teve sua incorporação tardia nos domínios portugueses durante a colônia. Para a coroa portuguesa a região significava acesso ao contrabando dos recursos minerais retirados de Potosí, que desciam pelo rio da Prata. Por esses motivos a região de fronteira tornou-se um lugar de disputa entre lusitanos e castelhanos, tornando sua população militarizada e sem vínculos com a agropecuária de exportação. Durante o século XVII o Rio Grande do Sul foi disputado por Jesuítas e Bandeirantes que tinham interesses na mão-de-obra indígena. Devido os ataques dos portugueses aos jesuítas, estes se retiraram com os indígenas para outra margem do rio Uruguai e montaram na região uma enorme reserva de gado. No final do século XVII os portugueses começaram a se interessar demasiadamente naquela região devido a quantidade exorbitante de gado.
No século XIX, a configuração do Rio Grande do Sul ganha importância ao cenário nacional, pois sua economia estava voltada para o fornecimento de carne que aquecia o mercado interno e militarizada devido aos confrontos com os espanhóis nas áreas fronteiriças. Os proprietários de terra passam a servirem a coroa como protetores da fronteira contra os espanhóis, gerando um conflito pelo poder com os militares que estavam na região. Em 1834, mesmo com o Ato Adicional que tentava dar mais poderes às províncias, houve uma insatisfação das elites oligárquicas gaúchas. Em 20 de setembro de 1835 se inicia a Guerra dos Farrapos, com o domínio da Capital Porto Alegre pelos estancieiros insatisfeitos comandados por Bento Gonçalves, começa assim a mais longa das revoltas do período Regencial. Dentro das primeiras reivindicações estavam a troca do atual Presidente de Província por um de sua confiança, pedindo que o Império, controlado pelos Regentes dessem mais atenção ao Rio Grande do Sul.
De 1835 a 1839 houve a dominação de várias cidades rio-grandenses pelas tropas farroupilhas. Por meio de batalhas vencidas, o general Antonio de Souza Netto, ainda em campo de batalha proclama a República. Um dia após a proclamação, Bento Gonçalves é preso na batalha de Jacuí e enviado ao Rio de Janeiro, e em seguida vai para Salvador. Mesmo ausente, Bento Gonçalves foi declarado o Presidente da República Farroupilha em 1837. Com ajuda da maçonaria, consegue fugir e assumir a presidência da República recém fundada. Neste período os farrapos, Garibaldi e Davi Canabarro, invadem Santa Catarina e dominam a cidade de Laguna fundando a República Juliana. A guerra e a República Rio-Grandense se sustentaram com a produção gaúcha, que era escoada pelo porto de Montevidéu, como se fosse uruguaia, entrando desta forma no mercado brasileiro.
Entre 1840 a 1842, houve uma estabilização da guerra. O governo central não mantinha os seus exércitos no Sul, uma vez que enfrentava outras rebeliões. Em 1843, registrou-se a decadência farroupilha, pois o governo Imperial pode concentrar-se apenas no sul do País, pois já havia acabado com as outras revoltas do período.
Em 1845 os farrapos aceitam a "paz honrosa", que atendia muitas das suas antigas reivindicações. Foi concedido às elites o direito de escolherem o seu presidente; as dívidas seriam pagas pelo governo central; os generais farrapos poderiam passar para o exército brasileiro com os mesmos postos que ocupavam nas forças rebeldes; garantia o direito de propriedade e a segurança individual; os prisioneiros de guerra seriam soltos; iria para 25% a taxa sobre a entrada do charque uruguaio no mercado brasileiro; o governo reconheceria a liberdade dos escravos que serviram como soldados.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Revoltas do Brasil - 1833 - Cabanagem

''O Cabano Paraense'', quadro
 de Alfredo Norfini, de 1940
Movimento que eclodiu na província do Grão-Pará (Amazonas e Pará atuais), de 1833 a 1839, começou com a resistência oferecida pelo presidente do conselho da província, que impediu o desembarque das autoridades nomeadas pela regência. Grande parte dos revoltosos era formada por mestiços e índios, chamados de cabanos. Ele chegaram a tomar Belém, mas foram derrotados depois de longa resistência.
A Cabanagem foi uma revolta do período regencial ocorrido no norte do Brasil, mais precisamente na antiga província do Grão Pará, que reunia, à época, os atuais estados do Amazonas, Pará, Amapá, Roraima e Rondônia.
A província do Grão Pará era à época do governo regencial, a mais ligada ao antigo governo colonial português. Isso faz com que tanto o governo quanto a própria sociedade não reconheçam de pronto a independência proclamada por Dom Pedro I em 1822.
Essa revolta tinha como grandes objetivos aumentar importância do Pará no governo central brasileiro e enfrentar a questão da pobreza em que estava o povo da região, cuja maior parte morava em cabanas de barro (daí o nome da revolta). Além disso, a revolta foi um protesto pela retirada do poder de governantes que eram nomeados para administrar a região, mas não se importavam com a situação social e, muitas vezes, sequer já tinham ido à região.
A Revolta dos Cabanos – A Cabanagem
A rebelião representava as classes mais baixas da população. As forças rebeldes eram formadas, em sua maioria, por índios, mestiços e membros de uma classe média desejosa de mais influência.
Os rebeldes, após o início das hostilidades, chegaram a tomar a capital, Belém, em duas ocasiões.
Na primeira tomada, em agosto de 1835, liderados por Félix Melcher e Francisco Vinagre, o controle da cidade foi rapidamente retomado pelas forças governistas destacadas para enfrentar a revolta. Essas forças governistas contavam com a presença de mercenários estrangeiros contratados pelo governo.
Outro fator que interferiu no fracasso das forças rebeldes foi o desacordo entre os líderes do movimento. A ausência de coesão comprometeu o andamento da revolta.
Percebendo a dificuldade na capital, os cabanos que lutavam no interior rumaram para Belém, chefiados por Eduardo Angelim, para somar forças. Com esse reforço, a capital foi novamente ocupada. No entanto, a atuação de Angelim em favor dos mais pobres incomodou as lideranças do movimento, pertencentes à classe média.
Mesmo com a resistência interna, Angelim inicia seu governo na capital em agosto de 1835. Porém, essa discordância entre lideranças enfraquece o movimento, prejudicando sua coesão, levando à perda de apoio do governo Angelim, que deixa o poder em 1836.
A firme repressão do governo ao movimento, com a ocorrência de massacres, enfraquece ainda mais os revoltosos. A luta cessa na capital, mas continua ativa entre 1836 e 1840 no interior da Amazônia. Os revoltosos passaram a utilizar-se de táticas de guerrilha no intuito de sobreviver à repressão e reestruturar o movimento, o que não logrou êxito. O saldo final da revolta foi de 30 mil mortos, Belém fora destruída e a revolta, sufocada.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Revoltas do Brasil - 1832 - Cabanada

A Guerra dos Cabano (Cabanada) foi um movimento ocorrido no Brasil durante o período imperial. Foi uma das mais icônicas revoltas a ocorrerem no país. Caracterizou-se como um movimento que visava restaurar a monarquia no Brasil, adquirindo com o tempo um viés de revolta popular e de luta anti-escravagista. Foi chefiado por Vicente Ferreira de Paula.
Vicente de Paula, que comandava os cabanos.
Em 1831, D. Pedro I abdica do trono do Brasil em favor do filho, D. Pedro II, para poder cuidar com atenção do problema da restauração de poder de sua filha, Maria da Glória, herdeira e empossada em Portugal, mas vítima de um golpe do irmão, que lhe usurpou o poder.
Diante da impossibilidade de D. Pedro II assumir o poder devido à idade ainda tenra, a Constituição determinava que uma regência trina ocupasse o poder até que o novo imperador reunisse as condições para exercer efetivamente o poder. Essa fragilidade política inflama algumas camadas sociais, já descontentes com o governo imperial e as inquietações sociais aumentam de intensidade.
Uma revolta de proprietários de terras (Domingos Lourenço Torres Galindo e Manuel Afonso de Melo) aumenta a instabilidade social e política. Esse grupo era vinculado à sociedade denominada “Coluna do Trono do Altar” de Portugal e decidiu romper as alianças com os senhores de engenho, tornando a revolta anti-escravagista, o que prejudicava os interesses dos grandes proprietários de terras. A revolta se desenvolveu entre o norte de Alagoas e sul de Pernambuco, em meados de 1832. Levantes ocorreram em Panelas de Miranda (PE) e na região da praia de Barra Grande (hoje Maragogi) (AL).
Os chamados cabanos eram formados, em sua maioria, índios, brancos e mestiços, além de negros fugidos e sustentavam esse nome porque moravam em cabanas no meio do mato.
Em 1834, o falecimento de D. Pedro I desanima os revoltosos, que acabam cercados na mata por tropas inimigas em número de 4000 homens, aproximadamente. Em 13 de maio de 1834 ocorre a chegada das tropas que visavam abafar a revolta. Houve então a definição da manobra de sítio aos revoltosos e a ordem de evacuação. No local permanecem apenas os fiéis à causa e os escravos a preferirem a luta e a morte à escravidão.
Com a promessa do governo de anistia aos revoltosos que se entregassem, aumenta a deserção e a força do movimento diminui paulatinamente até a rendição em 29 de maio de 1835. Vicente de Paula foge e se envolve com a política e, mais tarde, em outra revolta, agora em Pernambuco, a Revolução Praieira de 1849. Capturado em 1850, permanece preso até 1861.
A Cabanada, portanto, se insere na história brasileira como mais uma página de revolta popular contra o governo, exemplo da readequação social e política brasileira do período imperial e na luta contra a escravidão.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Revoltas do Brasil - 1824 - Confederação do Equador

''Execução de Frei Caneca'',
quadro de Murillo La Greca.
O religioso foi um dos líderes
 populares morto pela
autoridade imperial
Foi um movimento político contrário à centralização do poder imperial, ocorrido no nordeste. Em 2 de julho, Pernambuco declarou independência. A revolta ampliou-se rapidamente para outras províncias, como Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Reprimidos, em setembro, os revolucionários já estavam derrotados e seus líderes foram condenados ao fuzilamento, forca ou prisão perpétua.
A Confederação do Equador foi uma das muitas revoltas ocorridas no Brasil Imperial. Ocorreu no ano de 1824 na província de Pernambuco como um movimento de resistência ao governo e às medidas do Imperador D. Pedro I. Também tinha, entre seus objetivos, a intenção de separar-se efetivamente do território brasileiro, constituindo nova república.
A raiz da revolta pode ser explicada por vários fatores. Um deles era a clara divisão econômica e espacial de Pernambuco à época. A Província tinha em si um contraste entre um norte que se dedicou à multicultura, principalmente de algodão e açúcar, gerando uma economia diversificada, cidades populosas e economia mais robusta; e um sul monocultor açucareiro, com economia mais simples e numerosas pequenas vilas.
Assim como em todo o resto do Brasil, em Pernambuco crescia a influência do pensamento liberal. Esses ideais encontravam um espaço de divulgação e debate em jornais de duas personalidades da região. O jornal “Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco” de Cipriano Barata (baiano e notável jornalista e defensor das classes baixas) e a publicação “Tífis Pernambuco” de Frei Caneca (Discípulo de Cipriano) inseriam Pernambuco no debate político nacional.
Exército Imperial do Brasil ataca as
 forças confederadas no Recife, 1824.
Em 1823, percebe-se o avanço das ideias republicanas liberais como resposta a uma tendência conservadora e autoritária de D. Pedro I, expressas na Constituição promulgada em 1824.
Pernambuco não aceita essa Constituição e Manuel de Carvalho Pais de Andrade, presidente da província, proclama a Confederação do Equador, que unia Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Os idealizadores do novo Estado optam pela adoção da Constituição colombiana. O objetivo central era a criação de um Estado soberano separado do Império, com soberania e autonomia das províncias confederadas.
O Governo central, no Rio de Janeiro, observava com atenção do desenrolar da revolta e preparava desde o começo a repressão. Para esse intento, se utilizaram de uma força militar, organizada e liderada pelo brigadeiro Francisco de Lima e Silva, que chefiava as forças terrestres e o Lord Cochrane, mercenário inglês que estruturou e comandou a ofensiva naval.
Em 1824, forças governistas tomam dos rebeldes os dois maiores centros de resistência, Recife e Olinda. Dois meses depois, a ofensiva toma o Ceará. Os revoltosos são presos e recebem severas punições, sem direito a clemência do Imperador. Frei Caneca foi condenado à forca, mas diante da recusa do carrasco em executar a pena, acaba por ser fuzilado. Muitos outros rebeldes receberam a mesma pena, outros, poucos, fugiram.
O fim da revolta não representa o fim do descontentamento com o Imperador. O Jornal “Aurora Fluminense” de Evaristo Veiga era a voz da oposição, representado por seu líder, Bernardo Pereira de Vasconcelos. Através desse veículo, uma parcela da sociedade fazia a defesa da monarquia constitucional, críticas à autocracia do Imperador e ao favorecimento à aristocracia na distribuição de cargos públicos, uma vez que pregavam a conquista de cargos por mérito.
A Confederação do Equador, portanto, é parte do histórico de movimentos conflituosos de reivindicação social no período imperial do Brasil, semeando as condições para que movimentos futuros pudessem lutar por seus direitos.