quinta-feira, 8 de junho de 2017

A lenda da criação do mundo - Mitologia Judaica

Esta teoria nos lembra da ancestral polêmica gerada pela discussão entre Ciência, Filosofia e Religião, sobre as origens do Universo e da própria Humanidade. Ela procura dar sua versão sobre esta questão, do ponto de vista religioso. Assim, ela sustenta que todos os seres vivos existentes foram criados por um ou mais entes inteligentes. Esta é a hipótese de maior recepção em todo o planeta, elaborada em oposição à teoria evolucionista, fruto de pesquisas científicas.

O Cristianismo tem sua própria teoria explicativa, narrada na Bíblia, seu livro sagrado. Segundo esta religião, o homem foi criado por Deus, logo após a gênese dos céus e da terra. Aqui também a Humanidade foi modelada no barro, mas nesta versão ela ganha a vida através do sopro divino, exalado em suas narinas. De acordo com as crenças abordadas, variam as argumentações, mas muitas delas apresentam várias semelhanças. 
O Gênesis, primeiro livro do Antigo Testamento, por exemplo, narra a origem do mundo e do Homem com metáforas e símbolos muito parecidos com os das narrativas mesopotâmicas.
Segundo a Bíblia, a criação do mundo foi um ato de Deus. Com Suas palavras, Deus formou cada elemento do universo e deu vida a toda criatura. No início da criação, a terra não tinha forma, apenas havia trevas e água caótica e o Espírito de Deus se movia sobre ela. Então, em uma semana, Deus formou o mundo que conhecemos.
Gênesis 1 conta o que Deus criou em cada um dos seis dias da criação:
No primeiro dia da criação do mundo, Deus disse “haja luz” e a luz surgiu. A luz e a escuridão ficaram separadas e Deus chamou a parte do tempo com luz de dia e a parte do tempo na escuridão de noite. Foi assim que surgiu o primeiro dia.
No segundo dia, Deus criou o céu (a atmosfera) por cima da terra. O céu serviu para separar a água em estado líquido, sobre a superfície da terra, da água em estado gasoso (Gênesis 1:6-8). Surgiu assim o ciclo da água.
No terceiro dia, Deus criou a terra seca. As águas cobriam toda a superfície da terra, por isso Deus ordenou que recuassem, deixando exposta uma parte da superfície. Deus chamou a parte seca de terra e as águas de mares (Gênesis 1:9-10). Foi assim que surgiram os continentes e as ilhas.
No mesmo dia, Deus cobriu a terra com vegetação. Todo tipo de planta brotou da terra, de todas as espécies, cada planta com capacidade para reproduzir.
No quarto dia, Deus criou os corpos celestes, para marcar a passagem do tempo – dias, meses, anos... Ele encheu o céu (o espaço) com estrelas e criou uma estrela que, da terra, parecia maior – o sol – para iluminar o dia. Deus também criou a lua, um pouco menor, para iluminar um pouco a noite.
No quinto dia, Deus criou os animais aquáticos. Ele ordenou e as águas se encheram de peixes e outros animais aquáticos, grandes e pequenos. Deus também criou as aves, que colocou para viver na terra e voar no céu. Deus abençoou as aves e os animais aquáticos e ordenou que se reproduzissem, enchendo o mundo (Gênesis 1:22).
No sexto dia, Deus criou os animais terrestres. Todo tipo de animal que vive na terra e não voa foi criado nesse dia, cada um com capacidade para reproduzir.
Depois, Deus falou consigo mesmo e decidiu formar uma criatura especial, à Sua imagem e semelhança, para dominar sobre todos os animais que tinha criado. Surgiram assim o homem e a mulher (Gênesis 1:26-27).
Deus abençoou o homem e a mulher e ordenou que se reproduzissem, enchendo e dominando a terra. Todos os animais terrestres, aquáticos e voadores ficaram debaixo de seu comando. Deus também deu as plantas como alimento à humanidade e a todos os animais. Foi assim que Deus concluiu a criação do mundo.
No sétimo dia, Deus descansou. Ele estava satisfeito, porque tudo que tinha criado era bom. Deus abençoou o sétimo dia e o santificou, porque era o dia de descanso.
Quer seja literal, quer seja uma metáfora, a história da criação nos mostra que o mundo foi criado por Deus. Não foi obra do acaso. A criação do mundo também nos mostra nosso valor como criaturas feitas à imagem de Deus e nosso papel de dominadores e protetores da terra. Deus tem prazer na Sua criação e quer nos abençoar com descanso.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

A lenda da criação do mundo - Mitologia Nórdica

A mitologia nórdica é originada nos países chamados escandinavos que abrangem a Suécia, a Dinamarca, a Noruega e a Islândia. As narrativas da Mitologia nórdica estão contidas em duas coleções chamadas as Edas, sendo a mais antiga, uma poesia datada de 1056 e a mais moderna, uma prosa, de 1640.
A narrativa das Edas conta que, no princípio, não havia nem céu nem terra, apenas uma enorme abismo sem fundo e um mundo de vapor, no qual flutuava uma fonte. Dessa fonte surgiram doze rios que, após longa viagem, congelaram-se e com o acúmulo das camadas de gelo umas sobre as outras, o abismo se encheu.
Ao sul desse mundo de vapor, havia um mundo de luz, que soprando vapores quentes, derreteu o gelo que havia se formado. Esses vapores, ao elevarem-se no ar, formaram nuvens e destas surgiu Ymir, o gelo gigante e sua geração. Surgiu, também, a vaca Audumbla, que alimentou o gigante com seu leite e alimentava-se da água e sal contidos no gelo. Certo dia, quando a vaca lambia o gelo, surgiu o cabelo de um homem; no segundo dia, a cabeça e no terceiro, todo o corpo, com grande beleza, força e agilidade.
O novo ser era um deus e dele e de sua esposa surgiram Odin, Vili e Ve, que mataram o gigante Ymir. Com o corpo do gigante morto, fizeram a terra, com o sangue, os mares, com os ossos ergueram as montanhas, dos cabelos fizeram as árvores, com o crânio fizeram o céu e o cérebro tornou-se as nuvens carregadas de neve e granizo. A moradia dos homens foi formada pela testa de Ymir e ficou conhecida como Midgard ou terra média.
Odin criou os períodos do dia e da noite e as estações, colocando o Sol e a Lua no céu e definindo seus cursos. Tão logo o Sol lançou seus raios sobre a Terra, fez-lhe nascerem os vegetais. Logo após a criação do mundo, os deuses passearam junto ao mar, satisfeitos pela obra realizada, mas que ainda faltavam os seres humanos. Assim, pegaram um freixo (grande árvore) e criaram o homem, chamando-o de Aske e de um amieiro (árvore ornamental) fizeram a mulher e lhe chamaram de Embla. Odin deu-lhes a vida e a alma, Vili, a razão e o movimento e Ve, os sentidos, a fisionomia expressiva e o dom da palavra. A Midgard foi dada a eles e assim, se tornaram os progenitores da raça humana.
Asgard é a morada dos deuses e, para se chegar lá, é necessário atravessar a ponte Bifrost (arco-íris). O lugar consiste de palácios de ouro e prata, moradia dos deuses, mas o mais belo de todos é o Valhala, moradia de Odin, de onde ele avista todo o céu e toda a Terra. Sobre seus ombros ficam os corvos Hugin e Munin que voam sobre a Terra durante todo o dia e, à noite contam a ele tudo que viram e ouviram. Odin foi o criador dos caracteres rúnicos, com os quais as Norns gravam os destinos.
Odin, frequentemente chamado de Alfadur (todo pai) era tido, muitas vezes, pelos escandinavos, como filho de uma divindade superior a ele, não criada e eterna.

terça-feira, 6 de junho de 2017

A lenda da criação do mundo - Mitologia Egípcia

Conta-se que no inicio nada existia, a não ser um imenso vazio conhecido por Nun, o grande oceano primitivo que um dia será chamada de "Nilo", ao redor deste oceano reinavam o silêncio, as trevas o caos sem fim. Porém de forma misteriosa o oceano começa a se movimentar, despertando de seu sono profundo. Acontece que Nun é assolado por negras tempestades, que fazem suas águas se agitarem de  forma intensa, e de dentro do oceano começa a surgir um pedaço de terra, uma ilha conhecida como monte da criação.
Surge então uma flor de lótus no meio desta ilha, e de dentro da flor surge o deus solar Rá, que ao abrir os olhos inundou o mundo com sua luz radiante, contemplando o imenso vazio que ainda deveria ser totalmente criado. De seus olhos escorre uma lágrima que penetrou no na terra e de onde surgirá mais tarde a humanidade. Depois disto Rá fecharou os olhos e começou a criar os deuses para lhe fazerem companhia. Surgem então Tefnut, deusa da água, Shu, deus do ar, que vão habitar o firmamento, e da união destes surgem Geb, deus da terra e Nut deusa do firmamento.
Quando Geb e Nut nasceram, Shu percebeu que os irmãos estavam unidos e, num ímpeto de fúria, elevou nos braços a sua filha Nut e a suspendeu bem alto, separando-a de Geb, pisando sobre ele. E foi nesse instante que Nut virou o céu, Geb se transformou na terra e o nosso planeta foi criado.
Ainda hoje, durante o dia eles são separados pelo próprio pai - Shu, o poderoso deus do ar. Mas como eles se amam incondicionalmente, todas as noites eles se encontram escondidos de Shu, exatamente quando o sol se apaga ao entardecer. É a deusa Nut que o engole o astro rei para descer vestida de estrelas com o seu corpo nu, para se encontrar com o Geb, criando a escuridão da noite para que o encontro seja secreto. Então, eles se unem a partir de cada crepúsculo.
Em seguida vão surgiu os deuses da primeira geração que serão aqueles que vão habitar a sagrada terra do Egito. são eles as deusas Isis e Néftis, os deuses Osiris e Seth. Sendo Osíris o primogênito, e aquele que veio ao mundo para cumprir o ciclo de vida e morte. Foi também ele o grande deus que ensinarou aos homens, as artes da agricultura e do culto, pois os homens ainda estavam envoltos em sua forma mais bárbara e primitiva de vida, espalhando assim a civilização pelo mundo. Ele também é o primeiro deus a possuir forma humana e reinar sobre as criaturas. Ao seu lado está Isis, sua irmã e esposa, juntos vão reinar as terras entorno do Rio Nilo e aos poucos farão com que o povo prospere. 
Ísis e Osíris tiveram um filho chamado Hórus. Hórus passou a comandar o mundo e abriu o precedente para os faraós que o sucederam.

domingo, 4 de junho de 2017

A lenda da criação do mundo - Mitologia Asteca

Ometeotl
O criador do mundo era o Ometeotl deus, que era macho e fêmea e deu à luz quatro deuses: Tezcatlipoca, Quetzalcoatl,  Tlaloc e Chalchiuthlicue. Esses deuses acabaram por criar o mundo e todas as outras divindades. Em seguida, eles tiveram que dar a luz aos seres humanos e para isso, um dos deuses tiveram que se sacrificar para o fogo. 
O Primeiro Sol, chamado naui-ocelotl (quatro-jaguar), habitado por Gigantes chegou ao fim quando foram mortos por jaguares enviados por Tezcatlipoca, os grandes felinos teriam descido das montanhas e devorado a humanidade.
O Segundo Sol, chamado naui-eecatl (quatro-vento), teria sido destruído por Quetzalcoatl, este mundo chegou ao fim através de furacões e enchentes. O deus do vento teria soprado sobre o mundo um vento mágico, assomada pelo grande vento os humanos fugiram para o topo das árvores, transformando-se em macacos.
Tezcatlipoca
O Terceiro Sol foi dominado pela água e sua deidade dominante era Tlaloc. Povos que habitaram este mundo comeu sementes aquáticas. Este mundo chegou ao fim quando o deus Quetzalcoatl fez chover fogo e cinzas. Os seres humanos sobreviventes viraram aves e outros foram substituídos por outros animais.
O quarto Sol, chamado naui-quiauitl (quatro-chuva), teria sido destruído por Chalchiuhtlicue,  irmã e esposa de Tlaloc, a deusa da água, teria criado um imenso dilúvio que teria submergido o mundo em águas destruindo toda a humanidade, os sobreviventes viraram peixe para não morrerem no diluvio causado pela deusa. 
O quinto Sol (nosso Sol), denominado naui-ollin (quatro-terremoto) teria sido recriado pela bondade de Quetzalcoatl, que resgatou do inferno (reino do deus Mictlantecuhtli) os ossos dos mortos e, regando-os com seu próprio sangue, restaurou-lhes a vida para reinar entre eles. Porém Tezcatlipoca expulsou-o para Tlillan Tlapallan, de onde prometeu voltar para resgatar seu trono.
Quetzalcoatl
No quinto sol, tudo era negro e morto. Os deuses se reuniram em Teotihuacán para discutir a quem caberia a missão de criar o mundo, tarefa que exigia que um deles teria que se jogar dentro de uma fogueira. O Huehueteotl, o deus do fogo, começou uma fogueira sacrificial, mas nenhum dos deuses mais importantes queria saltar para dentro das chamas. O selecionado para esse sacrifício foi Tecuciztecatl. No momento fatídico, Tecuciztecatl retrocede ante o fogo; mas o segundo, um pequeno Deus, humilde e pobre, Nanahuatzin, se lança sem vacilar à fogueira, convertendo-se no Sol. Ao ver isto, o primeiro Deus, sentindo coragem, decide jogar-se transformando-se na Lua
Ainda assim, os dois astros continuavam inertes e é indispensável alimentá-los para que se movam. Então outros deuses decidiram sacrificar-se e dar a “água preciosa”, necessária para criar o sangue. Por isso se os homens são obrigados a recriar eternamente o sacrifício divino original.

O Quinto Sol era o mundo em que viviam os astecas. Tonatiuh o deus sol era a deidade. Os astecas se consideravam o "Povo do Sol" e, portanto, seu dever era para nutrir o dom de Deus através de oferendas e sacrifícios de sangue. Na falta de fazer isso teria causado o fim do seu mundo, o desaparecimento do sol no céu. Este mundo é caracterizada pelo signo Ollin, que significa movimento. De acordo com as crenças astecas, este indicou que este mundo chegaria a um fim através de terremotos.
Tlaloc
Os Astecas viviam com o tormento do fim do mundo; ou como eles chamavam, do fim do Sol; sobre suas cabeças. Para eles, a humanidade atual seria a quinta, tendo, portanto, sido precedida por outras quatro. A cada ciclo de 52 anos, segundo a mitologia Mexicana, o mundo corria sério risco de extinção, pois isso já havia ocorrido outras vezes no passado. O período de  52 anos era um número pragmático para os Astecas, por corresponder à metade do tempo que levava para que o início de um ano terrestre coincidisse com o início de um ano de Vênus, planeta pelo qual os Astecas tinham adoração. Para impedir nosso mundo de ser destruído, coisa que os Astecas acreditavam que pudesse acontecer a cada 52 anos, eles faziam uma cerimônia especial chamada de Fogo Novo. Em todas as casas, se apagava o fogo e se quebrava toda a louça, os sacerdotes escolhiam um prisioneiro para ser sacrificado e o conduziam até o topo do monte uixachtecatl. Lá, o prisioneiro era sacrificado, tendo seu peito aberto por uma faca de sílex. Depois, um dos sacerdotes pressionava uma tocha acessa contra o peito aberto do indivíduo (às vezes ainda vivo) quando o fogo da tocha se apagava, era considerado aceso o Fogo Novo. 
Chalchiuthlicue
Para festejar, cada família reacendia seu fogo e comprava louças novas, enquanto que o Tlatoani realizava alguma obra (geralmente a ampliação do Grande Templo) como forma de expressar sua gratidão aos deuses por mais 52 anos de existência. Ao todo, foram realizadas sete cerimônias do Fogo Novo (1195, 1247, 1299, 1351, 1403, 1455 e 1507), a primeira delas enquanto os Astecas ainda estavam em marcha para o México. A oitava, prevista para 1559, não se realizou porque o Império já havia sido conquistado pelos Espanhóis.

sábado, 3 de junho de 2017

A lenda da criação do mundo - Mitologia Grega

Caos é o nome do deus responsável pela criação do mundo. Esta divindade vivia sozinha, em um completo vazio, uma escuridão disforme, o nada. Caos criou a noite Nix (a noite) e Érebo (as trevas), eles vivem assim por um tempo onde só existia escuridão e silêncio, mas surgiu Gaia (a terra), ela era lindíssima, cheia de vida e alegria. Mas o Caos também continha o pavoroso Ébero, um reino sombrio e escuro que se encontrada nas profundidades da Terra.
Nix engravida de Érebo e da origem a Éter (o ar) e a Hemera (o dia). Gaia gera de si mesma Urano (o céu). Urano reinava sobre todos os outros deuses, e tendo coberto a Terra com seu infinito manto azul, a desposou, e desta união nasceram os titãs.
Um deles era Oceano, que se espalhou sobre a Terra gerando rios e lagos. Dois dos filhos e Urano, os titãs Hipérion e sua esposa Téia foram os pais de três lindos deuses: Hélio (o sol), Aurora e a Lua. Outro filho de Urano era Cronos, o tempo.
Urano também concebeu os Ciclopes, gigantes de um olho só, que possuíam poderes sobre o fogo, as tempestades e trovões. Viviam no alto de uma montanha, um vulcão, onde mantinham sua chama acesa e forjavam armas.  Entre os filhos de Urano estavam também os poderosos gigantes de cem mãos. Estes últimos, em determinado momento, desrespeitaram o pai Urano, que por sua vez, enfurecido os exilou para as profundezas do Tártaro junto com outros titãs.
Cronos, que sonhava em silêncio em se tornar o senhor de todas as coisas, e se baseando nos erros de seu pai, se revoltou contra este. Se armou de uma foice, e foi atrás de Urano. Ao encontrá-lo adormecido, deu um golpe em Urano que o feriu gravemente. Uranos não poderia então ter mais filhos e Cronos tomou o poder. Urano porém o amaldiçoou dizendo “que um dia seus filhos façam a você o que acaba de fazer com seu próprio pai". Cronos libertou das profundezas alguns de seus irmãos, mas lá deixou os gigantes de cem mãos por não confiar neles. O ato de crueldade de Cronos, fez com que muitos deuses ficassem contra ele, e foi em seu reinado que surgiu o mal no mundo.
Cronos se casou com Réia e teve filhos, mas como ele tinha medo de que a profecia se realizasse, começou a devorar seus filhos, mas Réia escondeu o mais novo Zeus. Zeus depois de mais velho liberta os hecatônquiros e os cíclopes com a ajuda de Gaia, ele sobe o Olimpo e derrota seu pai, depois de muito tempo Zeus da origem a seu filho Hefesto, Hefesto constrói o primeiro mortal que ele deu o nome de Pandora.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

A lenda da criação do mundo - Mitologia Chinesa

Diz a lenda chinesa sobre a criação do mundo que, no início, não havia nada além do vazio chamado Dao. E do Dao criou-se um ovo negro, que foi chocado por dezoito mil anos. Dentro deste ovo, Yin, Yang e Panku coexistiram em um estado de unicidade por todo este tempo.
Com muita determinação, Panku rompeu a casca do ovo e foi criado o Universo. Yin, mais pesado, foi para baixo e formou a Terra. Yang, mais leve, subiu e formou o Céu. Panku, assustado com sua criação, rapidamente afastou as pernas e ergueu os braços, segurando Céu e Terra e impedindo que eles voltassem a se unir. Depois de dezoito mil anos, Panku descansou.
Sua respiração tornou-se o vento; sua voz, o trovão. Seu olho esquerdo se transformou no Sol e o direito na Lua. Seu corpo deu origem às montanhas e seu sangue formou os rios. Seus músculos deram origem à Terra. Sua barba formou os arbustos e mudas de plantas, e seus pêlos formaram as florestas. Sua pele virou o chão, seus ossos os minerais e sua medula, todas as pedras preciosas. Seu suor caiu como chuva. E todas as pequenas criaturas que viviam em seu corpo, como pulgas, piolhos e pequenas bactérias, foram carregadas pelo vento e deram origem a todos os dez mil seres, que se espalharam pelo mundo.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Criacionismo - A origem da vida e a evolução do homem

A origem do homem e do mundo são duas questões que ocuparam a mente do homem nas mais diversas culturas e tempos históricos. Afinal de contas, a nossa existência e a das coisas que nos rodeiam se deram de que maneira? 
A criação de Adão.
Cena representa episódio do Livro do Gênesis,
onde Deus origina o homem.
(Foto: Michelangelo/Reprodução)
De fato, essa é uma questão complexa e, por isso, ganhou uma gama de respostas que não poderiam ser simplesmente comportadas em um único texto. Entretanto, podemos dar especial destaque sobre os princípios e implicações da chamada teoria criacionista. 
Conceitualmente, o criacionismo é uma forma de explicação sobre a origem do mundo onde se busca atribuir a constituição das coisas à ação de um sujeito criador. Sem dúvida, essa teoria ganhou espaço em diferentes culturas espalhadas pelo mundo e apareceu muito antes que o discurso científico viesse a tratar dessa mesma questão. Nos mais diferentes contextos culturais, temos a elaboração de um mito criacionista capaz de nos revelar interessantes concepções sobre a civilização que o produziu.
Criacionismo na mitologia egípicia
Entre os egípcios havia a crença de que antes do mundo surgir existiam somente as trevas e a chamada “água primordial” (o que faz clara referência ao Rio Nilo). A partir dessa água primordial teria surgido o deus Atum, que deu origem a descendentes responsáveis pela criação dos ares, das terras e do céu. 
Criacionismo na mitologia grega
Na mitologia grega, o mundo seria fruto dos filhos gerados a partir de Caos. Entre todos os descendentes, foi da união de Urano (céu) e Gaia (terra) que o mundo teria surgido.
A a origem do homem ao feito dos titãs Epimeteu e Prometeu. Epimeteu teria criado os homens sem vida, imperfeitos e feitos a partir de um molde de barro. Por compaixão, seu irmão Prometeu resolveu roubar o fogo do deus Vulcano para dar vida à raça humana. 
Criacionismo na mitologia chinesa
Já a mitologia chinesa atribui a criação da raça humana à solidão da deusa Nu Wa, que, ao perceber sua sombra sob as ondas de um rio, resolveu criar seres à sua semelhança.
Criacionismo no cristianismo
O cristianismo adota a Bíblia como fonte explicativa sobre a criação do homem. Segundo a narrativa bíblica, o homem foi concebido depois que Deus criou céus e terra. Também feito a partir do barro, o homem teria ganhado vida quando Deus assoprou o fôlego da vida em suas narinas. Outras religiões contemporâneas e antigas formulam outras explicações, e algumas chegam a ter pontos de explicação bastante semelhantes.
Criacionismo no Judaismo
Uma das mais conhecidas narrativas criacionistas do mundo Ocidental foi instituída pelas religiões judaico-cristãs. O chamado criacionismo bíblico relata que Deus teria feito a terra em sete dias. No primeiro dia teria construído o universo e a Terra. No segundo e no terceiro, estabeleceu os céus, as terras e mares do mundo. Nos dois dias seguintes apareceram os primeiros seres vivos e a separação do dia e da noite. No sexto e último dia, surgiram os demais animais e o homem.

Com o surgimento da teoria evolutiva, muitos passam a criticar sistematicamente as teorias criacionistas e passaram a considerá-las uma espécie de pensamento falso. Em contrapartida, muitos criacionistas passaram a advogar em defesa do Neocriacionismo, teoria onde a vida teria sido atribuída por um ser superior que abriu portas para que todo o processo evolutivo acontecesse. 
A partir dessas disputas, vemos ciência e religião se colocarem em campos de forte oposição. Entretanto, podemos colocar as duas terias em grau de importância equivalente ao admitirmos que ciência e religião possuem grande importância no interior de muitas culturas. Dessa maneira, antes de detrair alguma destas teorias, seria interessante encará-las como formas de interpretação distintas do mundo, sem necessariamente colocar em disputa o alcance de uma verdade absoluta. Pautadas em princípios distintos, criação e evolução podem coexistir no campo de debates desse assunto milenar.