segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

A ação das pernas no comando do cavalo

As ajudas são as maneiras com as quais nós nos comunicamos com o cavalo. As ajudas “naturais” são aquelas utilizadas pelos cavaleiros sob o cavalo sem qualquer intervenção. E as pernas são os meios mais comuns que temos para nos comunicar com eles. Todos os cavaleiros usam as pernas para passar mensagens. No sentido comum, as pernas  costumam significar avançar, ir mais rápido ou mudar de andadura.
Felizmente, existem muitos outros usos para os comandos feitos com as perna. Usá-los para dizer “VAI” é importante quando você é um cavaleiro iniciante e está começando a aprender como funcionam as várias ajudas. No entanto, à medida que você desenvolve suas habilidades, as ajudas evoluem e se tornam menos intrusiva e mais específicas. Em vez de usar as pernas apenas para que o cavalo ande mais rápido ou faça uma transição de andadura, vamos descobrir outras mensagens que podem ser dadas com comandos de pernas mais sofisticados.
Embora existam muitas variações de como usar a ajuda das pernas, vamos abordar o seu propósito neste artigo. Contudo, é importante lembrar que as outras ajudas (peso do corpo, mãos, assento) devem ser utilizados juntamente com as pernas para todos os movimentos. Mas aqui vamos analisar apenas as pernas.
O que as ajudas de perna não significam necessariamente:
a) Mudança de andadura: Os cavaleiros são ensinados desde cedo que as pernas devem ser posicionadas de maneiras especificas para indicar a mudança de andadura. Embora este seja um método eficaz para comunicar as transições para o cavalo, os cavaleiros muitas vezes confundem a forma para pedir uma mudança de andadura com o uso da força das pernas. E logo, o cavalo aprende, “pernada forte = transição” e começa a mudar a andadura com qualquer uso de perna.
Inicialmente, pode até parecer que uma mudança rápida de andadura é desejável, mas no entanto, você acaba tirando a sensibilidade do seu cavalo que não consegue mais reconhecer sutis e importantes comandos de perna. Para obter uma transição fluida é importante usar corretamente a ajuda das pernas, mas lembrando sempre de iniciar o movimento com o uso do assento.
b) Mudança da velocidade: é algo diferente da mudança de andadura tratada acima. Se o cavalo não pode mudar a andadura em resposta à perna, então certamente ele vai aumentar a velocidade dentro da mesma andadura! O problema é que ao permitir que o cavalo vá mais rápido, de repente você pode ampliar muito e sair do equilíbrio. A meia parada pode se tornar difícil de fazer e muitas vezes você acaba puxando o cavalo para abrandar e recuperar o equilíbrio. Mais uma vez é importante não apenas usar a perna mas também regular o tempo com o seu assento.
C) Dor: As pessoas geralmente pensam que é necessário dar pernadas fortes. Mas usar a perna de forma agressiva é injusto se estiver sendo usado para causar dor. Assim como qualquer outra ajuda, pernadas (e esporas) devem ser usadas como um método de comunicação e não para causar desconforto ou angústia ao cavalo.
Então, afinal, o que elas significam:
a) Vá (impulsão)!: O comando de perna diz ao cavalo para dar um passo mais profundo para debaixo do corpo com as patas traseiras. Pode haver ou não uma mudança de andadura envolvida. No entanto, a intensidade da perna não deve mudar, e nem a alteração da andadura deve ser iniciada apenas pelas pernas. As ajudas de pernas devem resultar em um efeito de reunião leve pelo cavaleiro ao cavalo, que  engaja a garupa e proporciona uma andadura mais forte e mais ativa. Isso é bom!
b) Alcance ao bridão (flexão longitudinal): As duas pernas podem encorajar um cavalo a levantar as costas. Junto com a impulsão, o cavalo pode aprender a permitir que a energia vá além da linha superior. Então o movimento levanta, arredonda e, portanto, permite que o cavalo vá para frente e alcance o bridão.
c) Curvatura (flexão lateral):  A ajuda da perna permite que o cavalo dobre “através” da caixa torácica. O espaço que é criado por um deslocamento lateral das costelas permite que o cavalo traga a pata traseira interior mais para baixo do corpo. Isto é muito útil para o cavalo se equilibrar melhor nas voltas e cantos.
d) Movimento lateral: A ajuda de perna é fundamental para pedir ao cavalo para fazer um movimento de forma lateral. Estas ajudas de perna são usadas para movimentos tais como passagem, meia passagem e passagem completa. Tenha em mente que as pernas são apenas uma parte do processo de comunicação global que vai ajudar o cavalo. Se nós formos claros em porque nós usamos ajudas da perna, o “como” torna-se mais fácil e faz mais sentido.

© 2023: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/05/2023

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

A ação das rédeas no comando do cavalo

Ajudas são os meios de que o cavaleiro dispõe para impor sua vontade ao cavalo. Basicamente, existem 03 (três) ajudas naturais que podem ser reforçadas pelas ajudas artificiais.
a - PERNAS: servem para impulsionar o cavalo. São o acelerador do animal; sua ação pode ser reforçada pelo emprego simultâneo da espora, chicote e/ou estalos de língua. Não existe equitação sem impulsão (vontade de mover-se para a frente). Logo, um cavalo que não atenda às indicações das pernas, será eternamente uma fonte inesgotável de problemas.
b - MÃOS: servem para direcionar a impulsão gerada pelas pernas. A ação das mãos suaves, elásticas e discretas distingue um bom ginete de um ginete medíocre.
c - PESO DO CORPO: em outros esportes tem importância capital na obtenção de um melhor rendimento (motociclismo, ciclismo, atletismo, iatismo, surfe, turfe, etc...). Na equitação, embora tenha idêntica importância, seu emprego é relegado a plano secundário, e muitas vezes assistimos ginetes experientes cometerem erros elementares com relação ao posicionamento do peso de seu corpo sobre o cavalo. Com o movimento do corpo, podemos facilitar a tomada pelo animal de determinados movimentos, mediante a sobrecarga ou alívio de nosso peso sobre a massa do cavalo.
d - AJUDAS ARTIFICIAIS: enredeamentos especiais: rédea fixa, rédea Chambon, rédea Thiedmann, rédea alemã e a rédea Colbert, por exemplo. Servem, quando bem utilizadas, para abreviar a duração de um trabalho específico para a obtenção de um determinado objetivo.

EFEITOS DE RÉDEAS
"As rédeas atuam por intermédio da mão do cavaleiro. Este deve ter o máximo cuidado em não surpreender o cavalo e empregar as rédeas sem prejudicar nem corrigir a ação das pernas. São cinco seus efeitos (...)"
PRIMEIRO EFEITO : Rédea direta de Abertura

Ações do cavaleiro: A mão direita desloca-se para direita e para frente com o braço estendido e a palma da mão voltada para cima; A mão esquerda é reguladora, inicialmente cede e depois regula; As pernas são aplicadas na posição normal e agem por batidas, limitando-se a gerar e manter a impulsão; O assento é levado ligeiramente para a direita.
Efeitos sobre o cavalo: Cabeça: volve levemente para a direita; Focinho: volve levemente para a direita; Pescoço: encurva-se à direita; Espáduas: a direita é levemente sobrecarregada; Garupa: nenhum efeito sobre a garupa.
Resultado: A rédea direita de abertura, leva o peso do pescoço para a espádua direita sem fazer oposição às ancas, que seguem a direção tomada pelas primeiras. O cavalo volverá à direita, avançando.


SEGUNDO EFEITO : Rédea direta de oposição ("mestra da garupa")

Ações do cavaleiro: A mão direita age paralelamente ao eixo longitudinal do cavalo, da frente para trás e para cima. A mão esquerda é reguladora; A perna direita, da posição é aplicada na posição atrás e age por pressão, para impelir a garupa para a esquerda; A perna esquerda, da impulsão, é aplicada na posição normal e age por batidas para gerar a impulsão; O assento é levado para a direita.
Efeitos sobre o cavalo: Cabeça: inicialmente volve à direita e depois para trás; Focinho: volve à direita e depois para trás; Pescoço: inteiramente curvado à direita; 
Espáduas: direita muito fortemente sobrecarregada; Garupa: impelida para a esquerda.
Resultado: A rédea direita direta de oposição encurva o pescoço à direita, levando seu peso sobre a espádua direita para fazer oposição às ancas e impeli-las à esquerda. Em consequência, as espáduas vão para a direita, a garupa para a esquerda e o cavalo volve para a direita.

TERCEIRO EFEITO : Rédea Contrária

Ações do cavaleiro: A mão direita age para a esquerda e para frente; A mão esquerda é reguladora; As pernas agem igualmente na posição normal, por batidas gerando a impulsão; O assento é levado para a esquerda.
Efeitos sobre o cavalo: Cabeça: volve para a direita e a nuca para a esquerda; Focinho: volve para a direita, para trás e para baixo; Pescoço: curva-se, levemente, para a direita; Espáduas: esquerda, levemente, sobrecarregada; Garupa: não sofre nenhum efeito.
Resultado: A rédea direita contrária faz inclinar a nuca para a esquerda, e põe o peso do pescoço sobre a espádua esquerda, sem fazer oposição às ancas. O cavalo volve para a esquerda.


QUARTO EFEITO : Rédea contrária de oposição na frente das espáduas ("mestra das espáduas)

Ações do cavaleiro: A mão direita age à esquerda e para trás, a frente das espáduas; A mão esquerda é reguladora; A perna direita é aplicada na posição normal, por batidas, gerando a impulsão; A perna esquerda atua na posição atrás, por pressão, impelindo a garupa para a direita; O assento é levado para a esquerda.
Efeitos sobre o cavalo: Cabeça: volve para a direita e depois para trás; Focinho: volve para direita e depois para trás; Pescoço: curva-se bastante para a direita; Espáduas: esquerda muito fortemente sobrecarregada; Garupa: impelida para direita por oposição às espáduas; O peso é transportado para trás, sobrecarregando a lateral esquerda.
Resultado: A rédea direita contrária de oposição na frente das espáduas, encurva o pescoço à direita, pondo o seu peso sobre a espádua esquerda e desloca as ancas para a direita, em consequência da oposição das espáduas às ancas. O cavalo volve para a esquerda.

QUINTO EFEITO : Rédea contrária de oposição atrás das espáduas ( "mestra da massa")

Ações do cavaleiro: A mão esquerda é reguladora; A perna direita é aplicada na posição atrás, por pressão, impelindo a garupa para a esquerda;- A perna esquerda, atua na posição normal, por batidas, gerando a impulsão; O assento é levado para a esquerda, no sentido do movimento .
Efeitos sobre o cavalo: Cabeça: volve para a direita e depois para trás; Focinho: volve para a direita e depois para trás; Pescoço: curva-se para a direita; Espáduas: esquerda muito sobrecarregada; Garupa: impelida para a esquerda, sobrecarregando o posterior esquerda.
Resultado: A rédea direita contrária de oposição atrás das espáduas, encurva o pescoço à direita e coloca o seu peso sobre a espádua e a anca esquerda, deslocando, quando o cavalo está em movimento, toda a massa para a frente e à esquerda pela oposição da cabeça e pescoço às espáduas e às ancas
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O Manual Equitação da Federação Paulista de Hipismo está disponível em: 22_01_01 Manual Equitação da Federação Paulista de Hipismo.
© 2023: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 15/05/2023

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

A escala de treinamento do cavalo: ritmo, descontração, contato, impulsão, retidão e reunião

 A escala de treinamento é um sistema de formação para cavalos de todas as raças mundialmente aceito. O sistema foi desenvolvido ao longo de séculos, compilando experiências, pensamentos e ideias de grandes mestres internacionais.
A escala descreve sistematicamente um sistema para treinamento de um cavalo jovem bem como já formado, apontando importantes preceitos que devem ser aplicados e respeitados independentemente da modalidade esportiva.
O sistema desenvolve a força, mobilidade e resistência do cavalo visando torná- lo relaxado e obediente aceitando as ajudas do cavaleiro sem forçá-lo a nada.
A escala se resume em seis pontos: ritmo, descontração, contato, impulsão, retidão e reunião. Se o ritmo ou a descontração devem vir em primeiro lugar pode ser controverso. Caso o cavalo tenha um temperamento muito genioso faz sentido priorizar a descontração uma vez que ele precisa primeiramente relaxar para se movimentar no ritmo adequado em cada uma das andaduras: passo, trote e galope.
Nenhum dos seis pontos da escala de treinamento pode ser considerado isoladamente e o cavaleiro deve respeitar as aptidões individuais de seu cavalo adaptando-as ao esquema de treinamento.
No Adestramento, o cumprimento da escala é imprescindível. Porém também nas modalidades Salto e Concurso Completo de Equitação, o cavalo deve experimentar um trabalho de base e formação sistemático, desenvolvendo suas aptidões físicas e esportivas aceitando as ajudas do cavaleiro de modo natural, harmônico e sem uso da força, o que ao mesmo tempo favorece sua saúde e tempo de atividade no esporte.

RITMO
O ritmo é a regularidade das passadas em todas as andaduras e sequencia correta e regular das batidas de cada um dos membros no passo, trote e galope. O tempo é a velocidade do ritmo.
Lembrete: isso significa que a cada passo o cavalo precisa cobrir o mesmo terreno (espaço) e, ao mesmo tempo, não deve hesitar nem se precipitar (acelerar). O ritmo deve ser igualmente preservado nas variações das andaduras (trabalho, médio, alongado e reunido) tanto em linhas retas como nas linhas curvas, transições e mudanças de direção. Nenhum exercício pode ser considerado se há perda de ritmo.
A destacar que deve se respeitar o ritmo de cada uma das andaduras: no passo (4 tempos), trote (2 tempos) e galope (3 tempos). 

DESCONTRAÇÃO
A descontração engloba o estado físico mas também mental do cavalo e deve, junto com o ritmo, ser o principal objetivo na iniciação do cavalo. O ritmo das andaduras só está correto se executado com descontração e oscilação do dorso em que os músculos se contraem e descontraem com naturalidade e aceitando as ajudas do cavaleiro.
Sinais que apontam para descontração interna e externa
  • Expressão calma e sem ansiedade;
  • A habilidade de alongar e descontrair a musculatura de forma suave e fluente;
  • Boca fechada, suave mastigação da embocadura e contato elástico;
  • Oscilação do dorso e sustentação da cauda relaxada e oscilando com o movimento;
  • Respiração rítmica mostrando que o cavalo está física e mentalmente relaxado.
Lembrete: A descontração é alcançada quando o cavalo está preparado a esticar o pescoço para frente e para baixo nas três andaduras. O cavalo se movimenta oscilando o dorso e com andaduras naturais e ritmadas para frente sem se precipitar. O cavaleiro consegue empregar a pressão das pernas e fazer uso do assento/sentar com suavidade.

CONTATO
Contato é a conexão permanente entre a mão do cavaleiro e boca do cavalo, em que cavalo está com a nuca descontraída e aceita as indicações das rédeas do cavaleiro. O cavalo com sua movimentação descontraída, ritmada e para frente, pela qual o cavaleiro é responsável com emprego de suas ajudas, deve procurar encostar na embocadura e com isso “estar na mão” do cavalo.
Também costuma-se dizer: “o cavalo busca o contato que, por sua vez, é permitido pelo cavaleiro”.
Lembrete: O contato nunca deve ser alcançado puxando para trás (ou recuando) o cavalo, mas o resultado do movimento impulsionado de modo correto, de trás para frente. É imprescindível que a nuca seja sempre o ponto mais alto do cavalo, exceto no exercício de alongamento do pescoço para frente e para baixo.
Um cavalo está na mão quando o pescoço se posiciona elevado e arredondado conforme o estágio de seu treinamento e aceita a embocadura em contato leve e consistente. A cabeça deve se manter em atitude fixa, com o chanfro ligeiramente à frente da vertical, nuca flexível e o ponto mais alto do pescoço, sem resistência.
É necessário evitar que cavalos jovens em formação bem como em estágios mais avançados sejam precipitadamente colocados “na mão” durante a fase de descontração. O uso excessivo e antecipado da mão prejudica a descontração, a atividade dos posteriores e o objetivo geral da escala de treinamento.]

IMPULSÃO
A impulsão é consequência da atividade enérgica dos posteriores que se reflete na desejada movimentação para frente do cavalo. Um cavalo impulsionado anda com os posteriores ativos e membros avançando bem durante a fase suspensão (trote e galope) sem precipitação. (O passo não tem tempo de suspensão e, por isso, não pode se falar em impulsão, mas em atividade). O cavalo deve estar descontraído, a musculatura dorsal oscilando e em contato correto e suave com a mão do cavaleiro.
A musculatura dorsal absorve o movimento e o cavaleiro, sintonizado com a movimentação, consegue sentar confortavelmente. O cavaleiro deve sentir a impulsão dos posteriores de trás para frente. Também costuma-se dizer: “o cavalo leva o cavaleiro consigo.”
Lembrete: O desenvolvimento e apri- moramento da impulsão é fundamen- tal para criar o desejo de avançar e desenvolver a força dos posteriores para sustentação. A impulsão também é pré-requisito para a retidão e reunião do cavalo.
Não deve se confundir impulsão com aumento de velocidade. Se o cavalo for montado de modo precipitado, a fase de suspensão é prejudicada. A movimentação acelerada pode até manter o ritmo, mas altera o tempo e a impulsão é prejudicada.

RETIDÃO
Um cavalo está reto quando os posteriores e anteriores estão alinhados na mesma pista, o que significa que os posteriores andam na mesma trilha dos anteriores (marcadas pelas pegadas dos cascos). O mesmo posicionamento vale em linhas curvas e retas.
A retidão presume a distribuição igualitária do corpo do cavalo (direita e esquerda) e é alcançada com exercícios consequentes de ambos os lados. A maioria dos cavalos tem um lado mais fácil que o outro de nascença, assim como nos humanos canhotos e destros.
A posição do cavalo deve ser reta para:
  • Distribuir o peso de modo igual de ambos os lados para prevenir possibilidades de lesão;
  • Ativação dos posteriores em direção ao centro de gravidade;
  • Corresponder às ajudas de modo relaxado e conectado;
  • Encostar no bridão com contato igual de ambos os lados;
  • Alcançar a reunião.
O cavalo reto é capaz de ser encurvado e flexionado igualmente para ambos os lados.
Lembrete: Em um cavalo reto a força da movimentação dos posteriores age inteiramente na direção do centro de gravidade. Por outro lado, somente assim as diversas ações/ajudas do cavaleiro agem corretamente e igualmente sobre ambos os posteriores.

REUNIÃO
A reunião é o último ponto da escala de treinamento. Para tanto, é necessário que o peso do cavalo incluindo do cavaleiro seja igualmente distribuído sobre os quatro membros. Os membros anteriores que por natureza carregam a maior parte do peso devem ser aliviados e os posteriores, que em primeira linha são responsáveis pelo movimento para frente, engajados e mais exigidos.
Na reunião os posteriores com maior engajamento e flexionamento dos curvilhões vêm de encontro ao centro de gravidade, aliviando os anteriores que por sua vez ganham leveza e liberdade de ação. O cavaleiro e quem vê o conjunto tem a sensação de que o cavalo se movimenta para cima / sentido ascendente. Na reunião a amplitude da andaduras diminui sem prejuízo do trabalho e atividade.
Lembrete: O cavalo por natureza carrega a maior parte de seu peso sobre os anteriores. Essa distribuição do peso acrescida ao do cavaleiro que se posiciona logo atrás das espáduas é ainda mais desfavorável e a busca em colocar o peso sob os posteriores é extremamente importante para a saúde do cavalo e qualidade de suas andaduras. Reunião na medida certa é invariavelmente vantajosa para os cavalos de todas as modalidades.
Sem dúvida é possível desenvolver a força de sustentação dos posteriores, com desenvolvimento da musculatura. O favorecimento da sustentação dos anteriores é muito limitado. Com boa sustentação de seu peso, o cavalo é, portanto, capaz de se movimentar de modo equilibrado e autossustentado.

CONEXÃO
Por conexão se entende a disponibilidade do cavalo ser capaz de aceitar as ajudas leves do cavaleiro como meias paradas e transições sem hesitação ou resistência. As indicações do assento, pernas e mãos do cavaleiro passando pela nuca, pescoço e dorso devem se refletir nos posteriores de modo descontraído sem causar qualquer tensão e bloqueio no corpo do cavalo.
Lembrete: A conexão se dá quando o cavalo, em ambas as mãos, reage de modo descontraído e submisso ao emprego das ajudas nas diversas andaduras, suas particularidades e movimentos.
Um cavalo que a qualquer momento pode ser reunido atingiu o mais alto grau de conexão (throughness).

Com as fontes: Federação Alemã – Formação base para o cavalo e cavaleiro (volume I), FEI Dressage Handbook, Regulamento de Adestramento CBH