quinta-feira, 27 de abril de 2017

Revoltas do Brasil - 1833 - Cabanagem

''O Cabano Paraense'', quadro
 de Alfredo Norfini, de 1940
Movimento que eclodiu na província do Grão-Pará (Amazonas e Pará atuais), de 1833 a 1839, começou com a resistência oferecida pelo presidente do conselho da província, que impediu o desembarque das autoridades nomeadas pela regência. Grande parte dos revoltosos era formada por mestiços e índios, chamados de cabanos. Ele chegaram a tomar Belém, mas foram derrotados depois de longa resistência.
A Cabanagem foi uma revolta do período regencial ocorrido no norte do Brasil, mais precisamente na antiga província do Grão Pará, que reunia, à época, os atuais estados do Amazonas, Pará, Amapá, Roraima e Rondônia.
A província do Grão Pará era à época do governo regencial, a mais ligada ao antigo governo colonial português. Isso faz com que tanto o governo quanto a própria sociedade não reconheçam de pronto a independência proclamada por Dom Pedro I em 1822.
Essa revolta tinha como grandes objetivos aumentar importância do Pará no governo central brasileiro e enfrentar a questão da pobreza em que estava o povo da região, cuja maior parte morava em cabanas de barro (daí o nome da revolta). Além disso, a revolta foi um protesto pela retirada do poder de governantes que eram nomeados para administrar a região, mas não se importavam com a situação social e, muitas vezes, sequer já tinham ido à região.
A Revolta dos Cabanos – A Cabanagem
A rebelião representava as classes mais baixas da população. As forças rebeldes eram formadas, em sua maioria, por índios, mestiços e membros de uma classe média desejosa de mais influência.
Os rebeldes, após o início das hostilidades, chegaram a tomar a capital, Belém, em duas ocasiões.
Na primeira tomada, em agosto de 1835, liderados por Félix Melcher e Francisco Vinagre, o controle da cidade foi rapidamente retomado pelas forças governistas destacadas para enfrentar a revolta. Essas forças governistas contavam com a presença de mercenários estrangeiros contratados pelo governo.
Outro fator que interferiu no fracasso das forças rebeldes foi o desacordo entre os líderes do movimento. A ausência de coesão comprometeu o andamento da revolta.
Percebendo a dificuldade na capital, os cabanos que lutavam no interior rumaram para Belém, chefiados por Eduardo Angelim, para somar forças. Com esse reforço, a capital foi novamente ocupada. No entanto, a atuação de Angelim em favor dos mais pobres incomodou as lideranças do movimento, pertencentes à classe média.
Mesmo com a resistência interna, Angelim inicia seu governo na capital em agosto de 1835. Porém, essa discordância entre lideranças enfraquece o movimento, prejudicando sua coesão, levando à perda de apoio do governo Angelim, que deixa o poder em 1836.
A firme repressão do governo ao movimento, com a ocorrência de massacres, enfraquece ainda mais os revoltosos. A luta cessa na capital, mas continua ativa entre 1836 e 1840 no interior da Amazônia. Os revoltosos passaram a utilizar-se de táticas de guerrilha no intuito de sobreviver à repressão e reestruturar o movimento, o que não logrou êxito. O saldo final da revolta foi de 30 mil mortos, Belém fora destruída e a revolta, sufocada.

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