terça-feira, 11 de abril de 2017

Revoltas do Brasil - 1682 - Confederação dos Cariris

Foram disputas intermitentes entre os índios cariris, que ocupavam extensas áreas no Nordeste, contra a dominação dos colonizadores portugueses. Foram cerca de 20 anos de confrontos.
Indígenas da região Nordeste formaram a Confederação dos Cariris.
A “Guerra dos Bárbaros” ou “Confederação dos Cariris” e envolveu várias etnias indígenas, no interior das capitanias do Nordeste.  As disputas se desenvolveram em três fases: a primeira foi iniciada na região do Assú, na capitania do Rio Grande; a segunda se concentrou na Paraíba; e a terceira teve como cenário central o Ceará. Os combates se generalizaram por todo o território, entre 1683 e 1713.
Durante a década de 1670, com a distribuição de sesmarias nas ribeiras dos rios Acauã, Seridó, Açu, Apodi e Mossoró, já começavam os primeiros conflitos, que eram resolvidos através de "acordos" entre os índios e os vaqueiros. A situação não mudou e os vaqueiros continuaram avançando sobre as terras indígenas. Em 1685, o povo de Janduí se revoltou e avançou contra os criadores. O Rio Grande pediu ajuda a Pernambuco e Paraíba, mas a situação não mudava.
Os índios avançaram rumo à Natal e, para se defenderem, os colonos construíram casas fortes e paliçadas. Em face dos pedidos de socorro, o governo-geral do Brasil, decidiu requisitar bandeirantes de São Paulo e de São Vicente. Os indígenas, além das armas europeias, adotaram o uso de cavalos e incendiavam fazendas, matavam o gado e os vaqueiros.
A resistência desses nativos foi um elemento surpresa e a presença dos bandeirantes, que foram eficientes no quilombo de Palmares, não conseguiu debelar a revolta. Ao contrário, o conflito dilatou-a para outras regiões, provocando a adesão das tribos dos anacés, jaguaribaras, acriús, canindés, jenipapos, tremembés e dos baiacus, que se mostraram muito violentos na defesa de seus direitos. Enquanto isso a guerra era alimentada pela ambição de uma parte dos colonos, que desejavam as terras que pertenciam aos nativos.
Quando Antônio de Albuquerque reassumiu o comando da guerra, seu objetivo era exterminar os guerreiros indígenas e escravizar mulheres e crianças.  Por outro lado, Bernardo Vieira, governando a capitania na época, habilidosamente atraiu os nativos para um acordo de paz. Essa pacificação terminou servindo muito bem para os colonos, pois o genocídio já havia sido iniciado e os colonos poderiam tomar posse das terras.
Os grupos nativos que se submeteram a essa pacificação tiveram o direito a uma légua quadrada de terra, devidamente demarcada para viver. As mulheres trabalhariam na agricultura, enquanto as crianças seriam educadas nos moldes cristãos e de acordo com os interesses dos dominadores.
Os portugueses fortificaram o efetivo militar, inclusive com a vinda de bandeirantes paulistas como Domingos Jorge Velho. Já as etnias indígenas tapuias do interior nordestino, como os janduís, paiacus, caripus, icós, caratiús e cariris, uniram-se em aliança e confrontaram os portugueses nas tentativas de dominar as terrras dos nativos. A aliança das tribos tapuias, denominada pelos portugueses como Confederação dos Cariris ou Confederação dos Bárbaros, foi derrotada somente em 1713.


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