segunda-feira, 10 de abril de 2017

Movimentos Nativistas - 1666 - Conjuração do Nosso Pai

A Conjuração do Nosso Pai, também conhecida como a Revolta contra Mendonça Furtado foi um dos primeiros movimentos nativistas ocorrido no Brasil Colônia em 1666.
A Capitania de Pernambuco lutava para reconstruir suas duas principais cidades: Olinda e Recife, após a invasão holandesa.
Os senhores de engenho, que eram radicados em Olinda e com reservas quanto ao porto de Recife, achavam que deveriam receber maiores reconhecimentos da Coroa Portuguesa, já que os mesmos contribuíram para a expulsão dos flamengos.
Portugal, entretanto mandou para governar a capitania, Jerônimo de Mendonça Furtado, um estrangeiro, contrariando os interesses de muitos pernambucanos, que se achavam no direito de ocupar a função, pois moravam ali.
Os motivos da revolta foram: a nomeação de Mendonça e a inabilidade dos pernambucanos nos tratos com os chefes locais. O auge do movimento aconteceu quando uma esquadra francesa aportou no porto de Recife, e por ordem da Corte foram bem tratados. Os insurgentes fizeram divulgar a noticia de que o Governador estaria a serviço dos estrangeiros, que preparavam um ataque a província para roubar.
Reuniram-se os conjurados na casa do senhor de engenho João de Novalhaes y Urréa  com a finalidade de planejarem um golpe. Entre eles estavam: o juiz de Olinda, André de Barros Rego e os vereadores Lourenço Cavalcanti e João Ribeiro. Ficou combinado que teriam de simular um Nosso Pai.
Na religião católica, o Nosso Pai é um sacramento da Eucaristia ministrado aos enfermos que não podem sair de casa. Os golpistas sabiam que o Governador tinha como costume acompanhar a procissão se a encontrasse na rua.
Na tarde do dia 31 de agosto de 1666, o falso cortejo saiu ás ruas e Mendonça Furtado que o acompanhava foi desviado para uma igreja. Ao dela sair, André de Barros Rego deu voz de prisão ao Governador, que foi levado prisioneiro á fortaleza de Brun. Os franceses albergados foram perseguidos e muitos foram presos.
Mendonça foi levado por uma frota que, da Bahia, levou-o de volta á Lisboa, onde mais tarde envolveu-se em uma conspiração contra Afonso VI de Portugal. Foi degredado para a Ìndia.
O Vice-Rei nomeou outro Governador para substituir Mendonça. André Vidal de Negreiros foi o escolhido para ocupar o cargo, pois tinha fortes ligações com a colônia e já havia exercido o cargo anteriormente. Com isso os ânimos da revolta foram apaziguados.


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