quinta-feira, 6 de abril de 2017

Revoltas no Brasil - 1612 - França Equinocial

Em 1612, os franceses novamente tentaram invadir o Brasil, chegando pelo litoral nordestino e se fixando no atual estado do Maranhão, onde fundaram a cidade de São Luís e formaram uma nova colônia que ficaria conhecida como França Equinocial.
Os franceses conseguiram manter uma sociedade pacífica por cerca de um ano no Maranhão e pediram reforços de sua terra natal para conquistarem de vez o Nordeste brasileiro. Em outubro de 1614, os portugueses, que haviam dominado a região do Ceará, formaram o Forte de Santa Maria, em Guaxenduba, com o objetivo de expulsar de vez os franceses da região. Apesar de estarem em maior número, os franceses armaram uma investida, mas foram amplamente derrotados pelos colonos.
Para assegurar a partida definitiva dos invasores, os portugueses enviam centenas de combatentes para invadir os assentamentos franceses, em novembro de 1615. Sem forças para se defender, os franceses se rendem e desistem de conquistar o território brasileiro.

França Equinocial foi o nome dado ao projeto de colonização francesa da atual São Luís, capital do estado do Maranhão, no início do século XVII. Apesar da breve existência, a empreitada levou à fundação da cidade maranhense, única capital brasileira fundada por outro povo europeu senão o português. Seu nome, aliás, é uma homenagem a Luís IX, rei e santo de origem francesa.
O projeto da França Equinocial começa em 1611, numa associação entre comerciantes e nobres, que vislumbraram uma colônia no nordeste do Brasil, em um vasto território ainda não ocupado pelos portugueses. Com a aprovação do rei Luís XIII, foi organizada uma expedição, comandada por Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardière, que já andara pelo litoral da atual Guiana, em viagem de exploração em 1604.
As "vantagens" de colonização do Maranhão eram propagadas desde 1594, quando alguns náufragos franceses, liderados por Jacques Riffault, se estabeleceram na região. Outro francês, Charles des Vaux, aprisionado no Ceará, regressou à França e difundiu a ideia de que se criasse uma colônia francesa no litoral.
A trajetória da França Equinocial pode ser dividida em duas fases distintas. Na primeira, organizou-se o reconhecimento da área, sob supervisão de La Ravardière, com o apoio de Francisco de Rasilly, Senhor des Aumels, Nicolau de Harlay de Sancy, Barão de la Molle e de Gros-Bois. Essa inspeção ajudaria na construção de um forte e na manutenção de um convívio pacífico com os índígenas, para que a segunda fase, a ocupação com colonos, fosse implementada. A expedição era composta por três navios, cuja tripulação era basicamente de voluntários, muitos deles fidalgos e aventureiros, além de quatro padres capuchinhos, além de um português e alguns índios, que estavam em degredo na ilha de Fernando de Noronha.
Assim, a bandeira francesa foi hasteada pela primeira vez no Maranhão, em meio aos Tupinambás. La Ravardière regressou à França seis meses depois, pondo fim à primeira fase da França Equinocial.
No dia 19 de março de 1612 zarpara de Cancale, na Bretanha, uma frota composta por três navios: La Régente, comandado por La Ravardière, auxiliado por Rasilly; Charlotte, com o Barão de Sancy e a nau Sante-Anne, com o irmão de Rasilly. Dois meses depois era construído o forte São Luís, núcleo inicial da futura cidade.
Os primeiros momentos da colônia foram de tranquilidade. Logo, porém, Portugal e Espanha procuraram reagir ante a ameaça de perderam parte de sua colônia. Uma expedição comandada por Jerônimo de Albuquerque, com centenas de portugueses, brasileiros e indígenas foi enviada para retomar a área.
As lutas, porém, não resultaram em vitória clara para qualquer dos lados. No dia 3 de novembro de 1615, La Ravardière, vendo que não havia possibilidade de encontrar uma maneira diplomática para resolver o assunto, e sabendo de sua inferioridade em homens e material bélico, rende-se ao chefe português. Era o fim do segundo projeto de colonização francesa no Brasil.

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