quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Não usem sachês

O título desta mensagem nasceu no fundo do meu coração e eu desejo que alcançe todas as pessoas do mundo. A razão para divulgação leva em conta um terrível acidente que me aconteceu anos atrás em razão dos sachês não abrirem de maneira nenhuma. Este fato ocorreu na Lanchonete do Modesto em frente a Mercado Municipal de Santa Rita do Sapucaí - MG.
Eu estava com a Ritinha, filha do prefeito, já a quase três anos que convidava ela para sair após a missa de domingo para comer um lanche. E seguindo o ditado de que "agua mole em pedra dura, ..." naquele domingo de festa da padoeira de Santa Rita havia conseguido convencê-la.
Tudo ia bem, o frapê que pedi para acompanhar estava ótimo, o lanche chegou quentinho e sem atraso, porém por azar do destimo pedi o catchup. Notei que naquela embalagem vinha muito pouco - achei até que era uma expressão de pão-durismo do Modesto, dono do estabelecimento a anos. até então servia o catchup em bisnaga, no entanto naquele dia havia uma novidade, o Modesto serviu uns saquinhos microscópicos de catchup.
Naquele instante em que vi aqueles saquinhos espalhados na bandeja pensei: "Puxa vida, eu não estou em uma estação espacial, não estou de quarentena com racionamento de mantimentos, não estamos em guerra? Pra que servem 8 gramas de molho?". Eu aprendi a falar, andar, escrever, zerei super mário no mega-drive gastando só uma vida, cheguei ao século 21, tudo isso para usar míseras 8 gramas de molho?
Olhei para frente e vi a Ritinha - linda ali na mesa. Não ficarei aborrecido. Não havia nada no mundo que pudesse atrapalhar aquele momento.
Peguei o catchup e tentei abrir, foi em vão, não abria. Fiz um pouco mais de força e nada. A Rita notando minha dificuldade, tentou me ajudar, disse com uma voz doce, que era só puxar com os dedos no local onde estava indicado. Já constrangido, pude notar com meus olhos miopes, que estava escrito em letra míuda - Rasgue Aqui - fiz mais força. Não abriu.
Percebi que esses sachês são umas urnas sagradas. Acredito que na parte onde eles escrevem “rasgue aqui”, meu primo Morais que trabalha na fábrica de embalagens tenha colocado um tipo de plástico mais forte, de modo que, mesmo quando eu apliquei toda minha força, só consegui dobrar o plástico. Tentei usar outros dois saches de catchup, não consegui, fiquei logo aborrecido e decidi comer o sanduíche no seco mesmo. O lanche até que estava bom, mesmo sem catchup.
Após comer metade do lanche, sem catchup, notei que a Rita estava distraída, neste momento cometi uma grande tolice, tentei abrir o pacotinho com a boca. Foi pior, fiquei como um idiota, puxando o danado com os dentes, em tentativas frustradas de rasgar o pacote. Logo o pacotinho de catchup estorou e eu me sugei todo, minha camisa de domingo toda suja. Isto foi o começo de uma grande decepção amorosa. Todos me olhavam silenciosamente. Eu já vermelho, a camisa de domingo vermelha, a Ritinha com aquele micro-vestido vermelho me olhava, não entendeu o que tinha acontecido.
Pensei rápido, me despedi e dirigi ligeiramente ao alojamento, onde efetuei a troca da camisa, retornei ainda mais rápido ao Modesto. Não, a Rita não estava mais lá. Pensei: "Amanhã talvez a encontre, será? Lembrei que ainda não havia pago o lanche, tive que pagar também o sachê de catchup.
O pior, foi a ver a Rita aos amassos com o Morais ali na frente, no estacionamento do Mercado Municipal, dentro de um carro vermelho...

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